sábado, 30 de janeiro de 2010

Para mim os dias são cada vez melhores. Acabei por aprender muito bem a lingua e os meus vizinhos, os três do lado e os outros mais distantes, quase me olham como a um deles. Em contato quotidiano com as pedras, os meus pés descalços familiarizam-se com o chão e o meu corpo, quase sempre nu, já não receia o sol. A civilização sai aos poucos de mim e começo a pensar com simplicidade, a alimentar pouco ódio pelo meu próximo, a funcionar animalmente, livremente, com a certeza de que o amanhã é igual ao dia de hoje. Todas as manhãs o sol se ergue tranquilo, para mim como para toda a gente. Faço-me descuidado, sereno e amante.

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