sexta-feira, 8 de janeiro de 2010

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OS POETAS / TONINHO VAZ / BRASIL 3 biografias

foto: Fernando Angulo

ANTONIO CARLOS MARTINS VAZ (Toninho Vaz) / Curitiba 1947. É jornalista e roteirista de televisão. Começou escrevendo no Diário do Paraná, em 1969. Foi editor e colaborador de diversos jornais alternativos nos anos 70 e 80 - Anexo, Raposa, Polo Cultural, Pasquim, Nicolau. Mudou-se para o Rio de Janeiro em 1974. É casado com Naná Gama e Silva e tem uma filha, Maria Carolina. Trabalhou como editor de texto na Rede Globo durante quatorze anos. De 1995 a 1998 viveu em Nova York. Atualmente mora e trabalha em Santa Teresa, Rio de Janeiro / ______________________________________________________ (Estes 3 livros que escrevi na década que se encerra, retratam as vidas e as obras de dois poetas e um empresário pioneiro no cinema comercial.)
A biografia de Paulo Leminski, chamada "O Bandido que Sabia Latim, foi publicada em 2001 e está na terceita edição. A pesar de ter convivido com o personagem (meu amigo Paulo), produzí mais de 40 entrevistas ao longo de dois anos de pesquisas. Para não haver confusão, fiz uso de um código gráfico na narrativa: sempre que o texto aparece na primeira pessoa, produzindo um depoimento pessoal, a fonte aparece em itálico. / Editora Record
Este livro vai contar a história de Paulo Leminski Filho, o mais iluminado e reverenciado poeta curitibano. Esta biografia não pretende analisar o valor de sua obra e nem discutir a qualidade de seu trabalho - tarefa esta que deve ser delegada a quem de direito: os críticos literários. Aquí se pretende fornecer elementos que possam explicar a existência e a personalidade de um intelectual tão singular e criativo como Paulo Leminski, poeta responsável pela insurreição da fantasia, o autodenominado "cachorrolouco", "a besta dos pinheirais", "o ex-estranho", "o que chegou sem ser notado". / TONINHO VAZ ____________________________________________________________________
PAULO LEMINSKI FILHO / Curitiba - 1944 - 1989 / Mestiço de pai polonés e mãe negra. A sua poesia recebeu influências do haicai e dos ditados populares. Em 1958 , aos 14 anos foi para o Mosteiro de São Bento em São Paulo e lá ficou o ano inteiro. Leminski, que era amigo dos paulistas Decio Pignatari e Haroldo de Campos, que o definiú como "Rimbaud curitibano com físico de judoca, escandindo versos homéricos, como se fosse um discípulo Zen do Bashô", fez a sua estreia em 1964, na revista "Invenção", dirigida por Pignatari. A música sempre esteve relacionada com a sua obra, uma de suas paixões, chegando a produzir letras em parceria com os principais compositores e intérpretes da MPB. Entre 1984 e 1986 foi tradutor de Alfred Jarry, James Joice, John Fante, John Lennon, Samuel Beckett e Yukio Mishima. Leminski foi um estudioso da lingua e a cultura japonesas, e publicou em 1983 uma biografia de Bashô. Alem de escritor, também era faixa preta em judó. A sua obra marcou todos os movimentos poéticos dos últimos 30 anos. "O Bandido que Sabia Latim" era, segundo o definiú Caetano Veloso "uma mistura de concretismo com beatnik". / TRIMANO - 2010
"...o pauloleminski / é um cachorro louco / que deve ser morto / a pau e pedra / a fogo e a pique / senão é bem capaz / o filhodaputa / de fazer chover / em nosso piquenique..." - P.L

foto da capa: Dico Kremer

SUMÁRIO / Prefácio: O tal das químicas / Capítulo I: A Plenos pulmões / Capítulo II: Uma luz na cidade / Capítulo III: A vida no mosteiro e além / Capítulo IV: Curitiba, por trás da neblina / Capítulo V: Com o diabo no corpo / Capítulo VI: Delírios e noites cariocas / Capítulo VII: O dia da criação / Capítulo VIII: A cruz do Pilarzinho / Capítulo IX: O poeta descalço / (O resto imortal) / Capítulo X: Perhappines _______________________________________________________________
TORQUATO NETO - Teresina / Piauí 1944 - Rio de Janeiro 1972 / Poeta e jornalista. Foi um dos mais importantes letristas do "Movimento Tropicalista", criado no inicio dos anos 60, junto com Caetano Veloso, Gilberto Gil, José Carlos Capinan e Jards Macalé. Disse: "Assumir completamente tudo que a vida dos trópicos pode dar, sem preconceitos de ordem estética, sem cogitar de cafonice ou mau gosto, apenas vivendo a tropicalidade e o novo universo que ela encerra, ainda desconhecido". Também participou do chamado "Cinema Marginal", junto ao cineasta Ivan Cardoso e ao artista plástico Hélio Oiticica. Em 1971, farto da opressão do regime militar e do "patrulhamento ideológico do esquerdismo", escreve a Oiticica "O chato Hélio, aquí, é que ninguém mais tem opinião sobre coisa alguma. É o que eu chamo de conformismo geral, é isso mesmo, a burrice, a queimação de fumo o dia inteiro, aquí é escapismo. Em fim poesia sem poesia, papo furado, ninguém está em jogo, uma droga. Tudo parado, odeio". Torquato se matou um dia depois do seu 28 aniversário em 1972. Depois de voltar de uma festa, trancouse no banheiro e abriú o gas.