sábado, 30 de janeiro de 2010

De um modo geral a população é muito pacífica e só restam as multas para o delito de embriaguêz. Nada possuindo, nada tendo para se distrair, os naturais recorrem em tudo, e por tudo, à bebida fornecida grátis pela natureza, isto é, sumos de laranja, de flores de coco, de banana, etc. fermentados por alguns dias e bem menos prejudiciais que os álcoois da Europa. Depois desta proibição de beber, muito recente, e que suprime um comércio lucrativo aos colonos, o indígena só pensa numa coisa: em beber, fugindo para isso dos centros e escondendo-se em qualquer lado. Daí a impossibilidade de encontrar trabalhadores. Equivale a dizer regresso a selvajaria. O gendarme, esse está no seu elemento: a caça ao homem. Se, por um lado, arranjais leis especiais que os impedem de beber, enquanto os europeus e os negros podem fazê-lo, por outro as suas palavras, as suas afirmações perante a justiça, tornam-se nulas, e é inconcebível que lhes digam que são eleitores franceses, que lhes imponham escolas e patacoadas religiosas. Singular ironia, a desta consideração hipócrita de Liberdade, Igualdade, Fraternidade sob uma bandeira francesa, perante o desolador espetáculo de homens que não passam de carne para contribuições de toda a espécie e para o arbitrário gendarme. No entanto, obrigan-nos a gritar "Viva o senhor governador, viva a República"

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