sábado, 6 de dezembro de 2014

Quando fui ver a exposição de Ingres na National Gallery
de Londres, em janeiro de 1999, fui cativado por seus belos desenhos de retratos - misteriosamente "precisos" quanto às
feições, porém desenhados no que me parecia uma escala
artificialmente pequena. O que tornava a proeza de Ingres
nesses desenhos tanto mais impressionante era o fato de os modelos serem todos estranhos (é muito mais fácil captar
a semelhança de alguém que se conhece direito) e de os
desenhos terem sido traçados em grande velocidade, 
a maioria num único dia. Ao longo dos anos eu desenhei muitos retratos, sei como leva tempo para desenhar do modo como Ingres desenhou. Fiquei pasmo. "Como ele
os tinha feito?, perguntei-me.

INGRES - lápiz


INGRES - lápiz


Se Ingres usou uma câmara lúcida para desenhar retratos,
terá usado também dispositivos ópticos para sua pintura?
Tome, por exemplo, o belo retrato de madame Leblanc,
pintado em 1823, mais de 15 anos antes da invenção da
fotografia química, Veja como é de uma precisão realista
o tecido com motivos decorativos. Que diferença para o estudo de uma cortina, por Cézanne, um quadro certamente feito "a olho". Mão e olho (e coração) estão em ação aquí;
pode-se ver claramente como o quadro foi construído. Será
que o tecido do retrato de Ingres foi feito do mesmo modo?
Se a pessoa rejeita o uso da óptica, terá então de dizer sim,
ele também foi feito a olho. Mas acho isso difícil de acreditar
Não há "estranheza" na reprodução das dobras, das sombras ou do delicado motivo que acompanha cada sinuosidade do material de modo tão convincente, Seriam
precisas habilidades de observação e pintura da mais elevada ordem para fazé-lo "à mão livre".

INGRES - lápiz


INGRES - lápiz


INGRES - lápiz


INGRES - lápiz


INGRES - detalhe


CURSO DE ILUSTRAÇÃO EDITORIAL
O CONHECIMENTO SECRETO - I
David Hockney
PESQUISA SOBRE ÓPTICA NA ARTE OCIDENTAL


A tese que apresento aquí é de que, a partir do início
do século XV, muitos artistas ocidentais usaram a óptica -
com o que me refiro a espelhos e lentes (ou uma combinação dos dois) - para criar projeções fieis. Alguns
dos artistas usavam essas imagens projetadas diretamente
para produzir desenhos e pinturas, e cedo esse novo modo
de retratar o mundo - esse novo modo de ver - diseminou-se.
Muitos historiadores de arte sustentaram que certos pintores
usavam a câmara escura em sua obra - Canaleto e Vermeer,
em particular, são muitas vezes citados - mas, que eu saiba,
ninguém sugeriu que a óptica foi usada tão amplamente ou
tão cedo quanto sustento aquí.

David Hockney

DAVID HOCKNEY e o painel da pesquisa


Painel da pesquisa


Essas fotografias mostram o processo em maior detalhe.
No canto superior esquerdo, pode-se ver a projeção no
papel à medida que faço minhas marcas iniciais, dois
estágios das quais podem ser vistos no canto superior
direito. Após tomar as medidas, retiro o papel e completo o desenho do natural (o retrato acabado se encontra abaixo)
A pessoa, sentada todo esse tempo lá fora, é capaz de ver
muito pouco do que se pasa no interior do quarto. Nem se
dá conta de que o espelho está alí (acima e à esquerda).

DAVID HOCKNEY


DAVID HOCKNEY


DAVID HOCKNEY


DAVID HOCKNEY


DAVID HOCKNEY


DAVID HOCKNEY - lápiz e guache


CURSO DE ILUSTRAÇÃO EDITORIAL
DARIO VILLALBA
POP ART ESPANHOLA
A DOR HUMANA

DARIO VILLALBA
San Sebastián, Espanha 1939
É um artista plástico, pintor e fotógrafo integrante
da Pop Art Espanhola.
Uma característica de sua obra, da mesma forma
que no Andy Warhol, é a utilização sistemática da fotografia, assim como de materiais de uso industrial: o acrílico, o poliester e o alumínio. Seus trabalhos foram pioneiros neste
tipo de expressão. Seus modelos são os mendigos, 
os doentes mentais e os delinquentes. Com eles compõe seu discurso sobre o drama humano.

VILLALBA - Semana Santa - óleo, serigrafia e colagem sobre tela - tríptico - vista parcial - 1983


VILLALBA - Semana Santa - vista parcial


VILLALBA - Semana Santa - vista parcial


VILLALBA - Tránsito - tríptico - óleo e colagem - 2.00 x 4.80 mts.


VILLALBA - Tránsito - tríptico - óleo - 2.00 x 4.80 mts.


VILLALBA - Enfermo- Instalação, emulsão fotográfica, alumínio, acrílico e desenho - 1973


VILLALBA - Enfermo - detalhe


VILLALBA - Enfermo - detalhe


VILLALBA - Na oficina - década de 1970


VILLALBA - Na oficina - década de 1970


VILLALBA - Instalação - Fotografia e poliester - década de 1970


VILLALBA - Instalação - fotografia e poliester - década de 1970


VILLALBA - Exposição no Lousiana Museum - Dinamarca 1975


VILLALBA - Galeria Vandeés - Madrid 1974


VILLALBA - Exposição na Dirección General de Bellas Artes - Madrid 1970


VILLALBA - Exposição na Dirección General de Bellas Artes = Madrid 1970


VILLALBA - "Ángulo" - óleo sobre tela - 2.00 x 1.60 mts. - 1981


VILLALBA - "Mano" - óleo sobre tela - 1.70 x 1.40 mts. - 1983


VILLALBA - "Carne e geometria" - óleo sobre tela - 1983


VILLALBA - "Lágrima malva III" - óleo sobre tela - 1.70 x 1.40 mts. - 1983