sábado, 31 de julho de 2010

Os Fotógrafos / ANTONIO D'ÁVILA

Antonio D'Ávila - foto: Trimano

ANTONIO CARLOS D'ÁVILA / São Paulo - Brasil 1955 - 1997 / Antonio D'Ávila desenvolveu seu olhar fotográfico ainda na adolescência, estudante do Colegio Equipe, onde nos conhecemos em 1971/72. O inicio da nossa amizade, foi um livro do cineasta russo Sergei Einsenstein sobre a montagem cinematográfica, que eu estava lendo nesse momento, sentado numa mesa do refeitório do colegio. Nessa época, Serginho Groisman, hoje um conhecido apresentador de TV, dirigia o centrinho cultural do colegio organizando exposições de artes visuais e shows de MPB, e a minha função era montar exposições de desenho, Antonio estava a cargo do departamento de fotografia. Sentou-se na minha mesa, e lembro que a nossa conversa girou em torno da fotografia documental e de reportagem. A prática destes géneros, o acompanharam até a sua morte prematura aos 42 anos. Foi pesquisador e professor de fotografia da Escola de Comunicações da USP. Graduado em cinema em 1979. Em 1995 defendeu a tese de doutorado "Fotógrafo viajante, Amazônia", tendo como referência "O Turista Aprendiz" de Mario de Andrade, diário de uma viagem ao Nordeste ilustrada com fotografias do escritor. É autor de extensas reportagens sobre as festas populares do interior dos estados brasileiros como: Amazônia, Ilha do Cardoso, Reserva da Juréia, Pantanal, Alcatrazes, Nordeste e Centro-Oeste. Nos anos 90 realizou um grande ensaio sobre as comunidades místicas congregadas em Brasilia. Fez duas viagens a Antártida a bordo de um navio de pesquiza científica da USP, documentando a paisagem. Este material viria a ilustrar mais tarde, os relatórios da expedição. O ensaio sobre a estação ferroviária do "Jardim da Luz", denominado "Jardim Público" ou "Jardim Botánico" no século XIX, teve por finalidade mostrar a elaborada arquitetura em ferro da estação, e também documentar o tránsito da população usuária. Este ensaio veio a realzar a importância que teve a extensão da rede entre as cidades de Santos e São Paulo em meados da década de 60. Extremado rigor técnico e visão humanista profunda marcaram a passagem de Antonio D'Ávila pela fotografia paulista. Meu amigo Antonio, o fotógrafo viajante. / TRIMANO - Rio de Janeiro 2010
ESTAÇÃO DA LUZ - 1980

D'Ávila - Estação da Luz

D'Ávila - Estação da Luz

D'Ávila - Estação da Luz

D'Ávila - Estação da Luz

D'Ávila - Estação da Luz

D'Ávila - Estação da Luz

D'Ávila - Estação da Luz

D'Ávila - Estação da Luz

D'Ávila - Estação da Luz

D'Ávila - Estação da Luz

D'Ávila - Estação da Luz

D'Ávila - Estação da Luz

A fotografia é meu oficio: linguagem e expressão. Na lente, que no decorrer do tempo transformou-se em extensão do olhar, persigo a posição, como aquela dos pontos plotados em mapas de navegação, pela qual percebo, sinto, penso e significo. É na busca desse lugar que, precariamente vislumbro a possível, imaginada, unidade da expreriência. Pela fresta da cortina metálica da câmera localizo pontos de vista que demarcam territórios, articulam trajetórias, constroem redes, gerando uma tessitura que, enquanto inventa o espaço circundante, dispara a imagem, temporaliza a minha realidade. / A.D
ANTÁRTIDA

D'Ávila - Antártida

D'Ávila - Antártida

D'Ávila - Antártida