segunda-feira, 24 de maio de 2010

JOÃO SÁNCHEZ / Xilogravuras Histórias Cariocas
JOÃO SANCHEZ - Rio de Janeiro 1980 / Integrante do grupo "Cavalo Preto"

Histórias cariocas - detalhe - retrato

Acreditando no desenvolvimento de uma nova geração, como jovens que traziam em si o futuro, reclamando liberdade para os seus gestos, para as suas vidas, Kirchner, Fritz Bleyl, Heckel e Schmidt-Rottluff, cheios de emoção e de fé, criaram a Brücke (A Ponte). "Éramos moços e essa idéia nos empolgava, como se tratasse da criação do mundo", disse Schmidt-Rottliff. O renascimento da gravura em madeira foi uma das mais importantes contribuições de Die Brücke para a arte moderna. Munch, Gauguin, Van Gogh, a escultura africana, os Fauves e as primitivas gravuras alemãs em madeira, contribuiram para o Die Brücke em geral. Para Otto Maria Carpeaux, "o expressionismo foi e é uma manifestação universal, artística, literária, filosófica: um estilo de vida e de cultura". João Sánchez estudou a obra dos mestres do Expressionismo com o qual, segundo Hélio Jesuíno, "estabeleceu vínculos profundos. A esta influência acrescentou elementos plásticos e temáticos do cordel nordestino. Fundindo o traço refinado dos primeiros à força telúrica dos segundos, João Sánchez criou uma estética própria que passa ainda pelo universo pop dos quadrinhos". J. Sánchez concebe a gravura como criação original; conversa acerca da vida - dos seus aspectos: futebol, crianças, e pássaros, guerreiros e retratos, discorre sobre a vida do mundo do homem comum - que por qualquer motivo é centro de atenções e, por fim, transforma em obra de arte a concepção sensível da sua experiência. / ADIR BOTELHO

Histórias cariocas - xilogravura

Histórias cariocas - detalhe - retrato

Histórias cariocas - detalhe

Histórias cariocas - detalhe - retrato

Histórias cariocas - xilogravura

quarta-feira, 12 de maio de 2010

BUNRAKU - Teatro Tradicional de Bonecos do Japão
Projeto gráfico Carlos Zuffellato e Paulo Humberto L. de Almeida / Fotos Hisao Kawahara e Seisuke Miyake / Textos Fundação Japão / Apresentação do Bunraku no Teatro Municipal do Rio de Janeiro em 2002.

BUNRAKU - Teatro Tradicional de Bonecos do Japão

INTRODUÇÃO AO "BUNRAKU" / O Bunraku, tradicional teatro japonés de bonecos, encontra-se entre as mais importantes tradições teatrais do mundo, constituindo-se numa exuberante produção dramática que alia narrativas musicais a sofisticados bonecos para o deleite do público adulto. Assim como o Kabuki, o teatro Bunraku é vigorosa expressão de cultura plebeia do período Edo (1603 - 1868 ). As declamações que acompanham esse tipo de teatro são chamadas gidayu-bushi. Quase sempre desempenhadas por um único narrador, que descreve as cenas e fala por todas as personagens, seus fraseados transitam livremente entre o discurso e a canção. // A poderosa sonoridade da versão maior do shamisen - instrumento musical de três cordas - sempre acompanha o narrador nesse tipo de exibição. O shamisen pontua as falas, sustenta as canções e determina o ritmo de todos os acontecimentos encenados no palco. Os bonecos, grandes e sofisticados, são manipulados simultaneamente por três artistas, que imprimem aos movimentos dos títeres aspectos extremadamente detalhados e realisticos

BUNRAKU

A CABEÇA DA MARIONETE / A cabeça (kashira) é a essência da marionete. Elas são classificadas de acordo com a idade, o sexo, a classe social, a personalidade e o papel na peça. atualmente são utilizados no Bunraku cerca de 50 tipos de cabeças. Muitas delas, de autoria de artesãos famosos, são verdadeiras obras primas e, nas mãos de um mestre manipulador, podem ser mais eloqüentes, profundas e sutis do que um ator de carne e osso. A madeira do cipreste de Nagoya, por sua combinação de leveza e dureza, é considerada ideal para a confecção das cabeças. Depois de ficar na água de um rio por três meses, para extrair sua resina natural, a peça é cortada em blocos que repousam por cinco anos antes de serem trabalhados.

BUNRAKU - Manipulador de bonecos

BUNRAKU

INVISIBILIDADE E MAGIA / A concentração dos marionetistas e sua colaboração com o shamisen e o narrador são elementos importantíssimos para dar vida aos bonecos. É preciso que os manipuladores como que desapareçam, para que os bonecos passem a dominar a cena, aparentem ser maiores do que realmente são e expremam de modo apropriado os sentimentos e as emoções das personagens que representam. As marionetes são montadas por completo a cada novo espetáculo. O material de cada boneco é reunido por uma equipe de especialistas, mas é o próprio manipulador principal quem procede à sua montagem final. Enquanto trabalha nela, o marionetista reelabora em sua mente a atuação e a personalidade do boneco, incorporando a si mesmo e à própria marionete tanto a personagem quanto o enredo que são representados.

BUNRAKU - Manipuladores de bonecos

BUNRAKU

terça-feira, 11 de maio de 2010

BUNRAKU

BUNRAKU - Manipulador de bonecos

O narrador

BUNRAKU - Manipuladores de bonecos

SONEZAKI SHINJU / Os Amantes Suicidas de Sonezaki / ORIGEM / Esta peca, uma das mais populares do repertório Bunraku, foi encenada pela primeira vez em 1703 e consituiu-se no primeiro sewamono, gênero teatral que tem por tema a vida do cidadão comum. De autoria do teatrólogo Chikamatsu Monzaemon, a obra é a dramatização de um sensacional caso de amantes suicidas ocorrido em Osaka, e foi levada ao palco decorrido apenas um mês do incidente real. É também a primeira de uma série de peças elaboradas por Chikamatsu enfocando casos de amantes suicidas, obras de grande valor dramático e literário pelo realismo e pela beleza poética dos textos.// Naquela época, o suicidio de amantes pareceu muitas vezes a única alternativa restante para alguns casais que, por circunstâncias alheias à sua vontade, não podiam se unir nesta vida. Mas enquanto os conflitos que conduzem à morte dos amantes são descritos em linguagem realística, suas mortes são mostradas de maneira muito poética. A cena final - Michiyuki: a viagem para a morte no bosque do Santuário Tenjin - começa com algumas das mais famosas linhas da literatura japonesa e mostra, em atmosfera de sonho, uma ponte para a transição do casal entre este e o outro mundo.

BUNRAKU - Manipulador de bonecos

Primeiro ato / Diante do Santuário Ikutama

Sonezaki Shinju

Sonezaki Shinju

Segundo ato / A Casa de Chá Tenmaya, na zona de meretricio em Sonezaki

Terceito ato / Michiyuki: a viagem para a morte no bosque do Santuário Tenjin

Tradicional Japonés

segunda-feira, 10 de maio de 2010

GRAVADORES BRASILEIROS CONTEMPORÂNEOS
Texto; PEDRO SANCHEZ - gravador / extraído do catálogo da exposição Gráficos Rio - MNBA 2009
A ilustração e a gravura, embora hoje distintas e independentes, foram confluentes no inicio da história das artes gráficas. A possibilidade de se gravar imagens diretamente a partir de registros fotográficos tornou a reprodução iconográfica independente das técnicas tradicionais de gravação. Neste processo, estas sofrem um abalo, por assim dizer, justamente no ponto que atuou como força motriz no seu processo de desenvolvimento. Paralelamente, a ilustração de jornais, revistas ou livros pôde doravante dotar-se de aspectos especificamente desenhísticos.

Lasar Segall - Vilna - Lituânia 1891 / São Paulo - SP 1957

"Dor", 1909
litografia / 48 x 32 cm

Oswaldo Goeldi - Rio de Janeiro - RJ 1895 - 1961

"Pescadores", 1950
xilogravura / 21 x 27,5 cm

Livio Abramo - Araraquara SP 1903 / Assunção - Paraguai 1992

"Vila operaria", 1935 /
xilogravura / 25 x 24 cm

Nori Figueiredo - São Paulo - SP 1949

"Caranquejo aos citricos", 1993 /
do álbum "Frutos do mar" /
mezzotinta / 25 x 26,3 cm

Sérgio de Moraes - São Paulo - SP 1951

"Politpias", 1999
linoleogravura
58 x 43,2 cm

Aldemir Martins - Ingazeiras - Ceará 1922 / São Paulo 2006

Caranguejo, 1974 /
litigrafia / 35 x 53 cm

Ely Bueno - Rio de Janeiro - RJ 1923

Série "Retrato de Jovem", 1993 /
água-forte e água-tinta /
38,5 x 26,8 cm

Octávio Araújo - Terra Rocha - SP 1926

"Enigma da Imanência", 1972 /
litografia / 66,5 x 50,3 cm

Axl Leskoschek - Graz - Áustria 1889 / Viena 1975

"A cidade" - sem data /
do álbum "Ilustrações de Axl Leskoschek
para Dostoievski" / xilogravura / 34 x 23 cm
A difusão dos meios fotomecânicos não afasta necessariamente as técnicas tradicionais do meio editorial (nossos pioneiros artistas-gravadores, nas décadas de 30 e 40, particularmente, encontraram na ilustração jornalística e editorial um campo de atuação profissional ); tampouco destitui a gravura de todo uso aplicado (técnicas arcaicas e moderníssimas de reprodução de imagens sempre coexistiram como coexistem hoje); nem mesmo libera a gravura para uma utilização artística (evidencia, isso sim, o caráter interessado, mais que propriamente expressivo, da maioria das gravuras abertas até então: doravante, seria predominantemente por sua potencialidade plástica que os artistas se voltaram aos meios artesanais de reprodução de imagens).

Maciej Antoni Babinski - Varsóvia - Polônia 1931

Sem título, 1967 / água-forte /
17,5 x 19,9 cm

João Câmara - João Pessoa - Paraiba 1944

"Exit", 1974 - da série "Cenas da vida
brasileira / 1930 - 1954" / litografia /
56,5 x 66,5 cm

Adir Botelho - Rio de Janeiro - RJ 1932

"Canudos" 1987 xilogravura
60,5 x 47 cm

Henrique Oswald - Rio de janeiro - RJ 1918 - 1965

"A inflação", 1944 - 1950 /
ponta-seca, água-forte e água tinta /
29 x 36,5 cm

Antonio Henrique Amaral - São Paulo - SP 1935

"A mesma lingua", 1967 /
xilogravura - 61,5 x 99 cm

Renina Katz - Rio de Janeiro - RJ 1925

"Retirantes" - sem data /
xilogravura / 23 x 29 cm

Glênio Bianchetti - Bagé - RS 1928

"Jogo do osso", 1955 / Linoleogravura / 34 x 49 cm

Danúbio Gonçalves - Bagé - RS 1925

"Zorra", 1952 / da série "Xarqueada" / xilogravura /
23,6 x 30,3 cm

Leo Dexheimer - Porto Alegre - RS 1935

"Brinquedo de rua", 1958 /
xilogravura / 34 x 45 cm

Trindade Leal - Santana do Livramento - RS 1927

"O Lobisomem", 1957 /
do álbum "O Lobisomem - 8 Gravuras
de Trindade Leal / Xilogravura - 21.5 x 19 cm