domingo, 14 de fevereiro de 2010

A Construção de Casas / A CASA NA ÁRVORE

O estilo das casas dos gnomos varia conforme o local onde são construídas. / Os gnomos da floresta e do jardim contumam morar sob antigas e grandes árvores. O gnomo do deserto europeu prefere as tocas de coelho desocupadas ao instala-se sob as raízes secas de algum pinheiro. Quando as tempestades de areia carregam o telhado de suas casas, tratam logo de consertá-lo com láminas de pinha. / Antigamente, quando a quantidade de água subterrânea no deserto era maior, os pinheiros davam pinhas bem maiores, cujas láminas produziam telhas exelentes. / Infelizmente, esse pinheiro está quase extinto.

Relacionamento Com Outros Seres / O TROLL-GORGOLÃO

Mas existe o caso de um gnomo que perdeu a vida nas mãos de trol-gorgolão. O monstrengo colocou-o dentro de uma calandra, triturando-o até a morte. Essas terríveis criaturas sentem um prazer diabólico quando descobrem a casa de algum gnomo. Sabem o que fazem? Deitam-se sobre a entrada da casa e começam a soprar com tanta força até destruí-la completamente. Os gnomos, felizmente, conseguem escapar pela saída de emergência, mas perdem muitos anos refazendo suas vidas em outro lugar.

OS GNOMOS E O CLIMA

Conseguem prever um vendaval tão bem quanto os animais. Essa habilidade lhes é particularmente útil, uma vez que sem esse conhecimento estariam fadados à morte. / Também podem prever quando irá nevar. Isso é necessário pois utilizam-se dos buracos e das entradas subterrâneas para ter acesso às suas casas, e, caso esses buracos sejam obstruídos pela neve, precisam estar prevenidos e providenciar outras alternativas. (Já mencionamos anteriormente que os gnomos utilizam-se de esquis para cobrir longas distâncias depois de uma nevasca.) / Nas montanhas, os gnomos podem prever as avalanches tão bem quanto os gamos, as raposas e os antílopes.

PORQUE OS GNOMOS BALANÇAM A CABEÇA

A pesar de haver uma grande diferença entre os nossos conceitos de progresso", disse Tomte na noite seguinte, desta vez sentado numa cadeirinha de boneca que le havíamos trazido, com o livro no colo, "saibam que, mesmo à distância, nós os acompanhamos. Vejam, por exemplo a história de Rembrandt van Rijn. Meu irmão, Olie, conhecia-o muito bem, pois morava sob um pé de laranja lima, bem pertinho de sua casa, ao lado de um canal, em Amsterdam. Olie costumava passar horas a fio, num cantinho do estúdio, desenhando ao lado do mestre. / "Quantas vezes Olie balançou a cabeça, sem conseguir compreender a ignorância e as limitações das pessoas que encomendavam pinturas ao grande artista. Doía-lhe a alma ver a quantidade de abusos e maltratos que Rembrandt sofría, como também a falta de dinheiro e a vida miserável que teve que suportar até a morte. Olie assistiu A Ronda da Noite ser composta e executada, pincelada por pincelada, obra-prima que atualmente é admirada por puro acaso. Desconsolado e balançando a cabeça, seu coração quase rompeu-se de dor, ao ver o quadro serrado brutalmente para que pudesse passar pela porta da prefeitura, para onde foi enviado após a morte do artista.
Jamais conseguiremos entender coisas desse tipo", e abriu o livro novamente. / "O que vocês fizeram às plantas e aos animais está também, além da imaginação. È certo, contudo, que as mudanças do clima contribuiram bastante para o desaparecimento de alguns espécimes de animais, como o gamo, o urso marrom ou o lobo, nas regiões nórdicas. Mas o exterminio do castor é algo imperdoável. O último castor foi abatido em 1827, em Zalk, perto de Zuider Zee, quando então perdemos um ente querido, com quem sempre mantivemos excelentes relações de amizade e que voluntariamente nos presenteava com uma gordura especial. Se vocês não derem fim à matança de animais e ao tráfico de drogas, não será a mudança do clima, ou mera coincidência, a devastação de todas as espécies animais. / Não mesmo. Sabemos que tudo isso abalou profundamente o equilíbrio da natureza e que teremos muitos anos de trabalho pela frente, na tentativa de restaurá-lo. Sem mencionar os danos causados à nossa própria espécie em conseqüência das drogas que vocês fabricam. Acho que nem preciso dizer do estado lamentável em que se encontram hoje as aves de rapina, ou do destino de seus ovos não fecundados. Vocês, homens, acabaram tornando-se inimigos da natureza.