O propósito deste blog é o de mostrar o trabalho do ilustrador,independente das regras impostas pelo mercado,nas quatro disciplinas praticadas por mim, em diferentes momentos e veículos: A Caricatura na Imprensa,A Ilustração na Imprensa,A Ilustração Editorial e O Poema Ilustrado. Também são mostradas modalidades diferentes das mesmas propostas como: Montagens das exposições e a revalorização do painel mural, através das técnicas de reprodução digital em baner.
domingo, 29 de agosto de 2010
A Revolução de Outubro: a pintura em liberdade / Embora obrigados a restringir as liberdades democráticas e o pluripartidarismo soviético devido à guerra civil e à intervenção de vários exércitos dos países imperialistas em solo russo, os bolcheviques promoveram logo a liberdade cultural. Neste campo, a sua política foi essencialmente desenvolvida por Lunatcharsky, figura bastante querida nos meios revolucionários, ideologicamente eclética a dotada de uma formação artística que ia desde o realismo novecentista dos "itinerantes" ao radicalismo do "Proletkult" e ao modernismo europeu (impressionismo-cubismo). futurismo...). A sua orientação foi pautada pela liberdade de criação a pela pluralidade de correntes, o que, ainda assim, lhe valeu ataques dos mais variados quadrantes ideológico-artísticos. Contra os futuristas, o "Proletkult" e o próprio Malevitch, Lunatcharsky põe em prática a proteção da herança artística do passado e recruta mesmo figuras conservadoras como Benois para lugares destacados. Contra os "comunistas-futuristas" e o "Proletkult" que furiosamente se digladiavam a chamavam a si a orientação autoritária da vida artística do país, Lunatcharsky apoiava as mais variadas correntes a nem sequer discriminava os "itinerantes" (ala do realismo acadêmico que chocara com a Revolução de Outubro, que iria progressivamente recuperar o seu papel a partir de 1922 a estará na origem do realismo socialista). Contra o conservadorismo artístico do próprio Lenine e os ataques de Zinoviev, Lunatcharsky defendeu o futurismo a outras tendências modernistas, colocando à frente da IZO (a secção de artes visuais do NARKOMPROS, ou seja, do Comissariado do Povo para a Educação) vanguardistas como Shterenherg a permitindo que iconoclastas como Malevitch, Tadine, Rodchenko ou Maiakovsky apresentassem as suas ousadas inovações às massas através dos posters a das decorações das grandes festas públicas. O próprio Lunatcharsky resumiu assim a política cultural dos bolcheviques: ?Declarei dezenas de vezes que o Comissariado Popular da Educação deve ser imparcial no que respeita às orientações particulares da vida artística [...] O gosto do comissariado e de todos os representantes do regime não deve ser tomado em consideração. Há que facilitar o livre desenvolvimento de todos os indivíduos e grupos artísticos. Não se deve permitir que uma tendência artística elimine outra valendo-se da glória tradicional adquirida, quer da moda (4) Neste contexto, a pintura vivia finalmente em liberdade. A vanguarda modernista vira a Escola de Pintura, de Escultura a de Arquitetura de Moscou expulsar artistas como Tadline (futuro chefe-de-fila do construtivismo) ou Falk (grande mestre do cézannismo russo). Vira igualmente a sua ostracização pelos círculos artísticos da Rússia czarista. Agora a Revolução de Outubro trazia lhe a desforra Malevitch e a sua pintura suprematista "não pertenciam à terra", mas ele lá estava à frente do Instituto de Arte de Vitebsk (1918-1921) a do InKhuk de Leningrado (1922-1926); Tatline a Rodchenko afirmavam-se como os grandes obreiros do construtivismo (abandono da pintura de cavalete, cruzamento da pintura com a arquitetara e a escultura, afirmação da arte como produtivismo a funcionalidade), levando os ensinamentos dos "esquerdistas? ao InKhuk a ao VkuTeMas de Leningrado; Kandinsky, figura de proa da arte abstrata, ajudava a fundar o Museu da Cultura Artística e o InKhuk, presidia à Academia Russa das Ciências Artísticas a estava na direção do IZO; outros artistas como Falk ou Pavel Kuznetsov cultivavam o cézannismo ocidental ou o primitivismo russo, sendo logo selecionados por Shterenberg para a direção do IZO a indo ensinar nos prestigiados VkuTeMas (nos anos 30, ambos os pintores serão tomados como alvos da campanha anti-formalista do realismo socialista). Neste ambiente de liberdade a pluralismo, os "itinerantes" da AkhRR (1922) também conseguem encontrar o seu lugar, muito embora o seu anterior compromisso com a czarista Academia das Belas-Artes lhes tivesse inscrito posições artístico-políticas conservadoras que os levaram a uma cautelosa neutralidade inicial e o seu chefe-le-fila Répine se auto-exilasse. Deste grupo que começa logo a pregar a imperatividade dos temas da contemporaneidade revolucionária (Exército Vermelho, heróis do trabalho, as grandes obras industriais da construção do socialismo), a necessidade do estilo realista para as massas, a ofensiva contra o formalismo e a sujeição da arte à ?partiinosf' - o espírito do partido -, virá a sair o realismo socialista. A política cultural dos bolcheviques trouxe ainda para a pintura: 1) os primeiros museus de arte moderna do mundo, acolhendo esses centenas de obras compradas à vanguarda russa a as grandes coleções de impressionistas a pós-impressionista europeus justamente expropriadas aos grandes colecionadores capitalistas russos; 2) os Svomas, ateliers livres organizados pelo Estado, que estavam abertos a todos os cidadãos russos acima dos dez anos, que eram gratuitos, que funcionavam recorrentemente sem professores ou com professores eleitos pelos alunos, que acolhiam o ensino de todas as correntes a dos quais nasceriam os VkuTeMas de Moscou a Leningrado após a sua dissolução em 1921; 3) as célebres "exposições dos artistas de todas as tendências" que colocavam lado-a-lado obras dos "itinerantes" a dos suprematistas, dos cézannistas a dos primitivistas, dos construtivistas a dos simbolistas, as quais se prolongaram desde 1919 até à derradeira exposição "Quinze anos de arte russa" em Leningrado no fim de 1932.v /
"A Evolução da Política Cultural dos Bolcheviques e a Pintura na União Soviética: Da Liberdade ao Monolitismo do Realismo Socialista" - 1917-1934 - Autor: João Lopes / Portugal
sábado, 28 de agosto de 2010
terça-feira, 24 de agosto de 2010
Grupo de pintores valencianos,fundado em 1963
por Rafael Solbes, Manolo Valdés e Juan Antonio
Toledo. O Equipo Crônica se afastou da arte informal
e abstracionista para cultivar uma pintura figurativa
dentro da tendência Pop Art. Seus trabalhos, de grande
formato, criticavam a situação política da Espanha
inspirados pelo Guernica de Picasso e a pintura de
Diego Velázquez, misturando imagens absurdas
e pastiches caricaturais da arte clássica. A sombra
do franquismo está presente em toda a sua obra.
A parôdia aos retratos de Velázquez está relacionada
a utilização que o Ministério de Información y Turismo
fazia dessas pinturas em cartazes publicitários com
a intenção de exaltar o espírito espanhol. Frente a
grandiosa e pitoresca imagem que o regime queria
projetar, o Equipo Crônica expressava o clima sombrio
desses anos de ditadura, recorrendo a ironia. Com o
falecimento de Rafael Solbes em 1981, o grupo se disolveu
RAFAEL SOLBES - Valencia 1940 - 1981 /
No inicio da sua carreira, Solbes recebeu
influência da "pintura negra" do
expressionista José Gutiérrez Solana
(Madrid 1886 - 1945).
Nas suas "colagens pintadas" utiliza os
grandes planos de tintas chapadas, desenhos
despersonalizados, e a iconografia criada
pelos meios de comunicação,
como veículo de expressão crítica.
segunda-feira, 23 de agosto de 2010
MANOLO VALDÉS - Valencia 1942 /
Em 1959, depois de cursar dois anos
na Escola de Belas Artes San Carlos,
abandona os estudos para se dedicar
a pintura. Valdés se desligou do Grupo
Crônica em 1966, dois anos depois da
sua criação. Em 1989 viajou a Nova Iorque
onde fixou residência. Montou também estudio
em Madrid para a realização de grandes esculturas.
Sua pintura, de grandes formatos, indaga na
memória social e nos icones da história da arte.
Como escultor, é autor de "La Dama del Manzanares"
(2003), obra de 13 metros de altura, situada no Parque
Lineal de Manzanares (Madrid).
JUAN ANTONIO TOLEDO - Valencia 1940 - 1995 /
Um dos expoentes mais importantes do realismo social
nos anos 60 e 70. Membro fundador da Estampa popular
e do Equipo Crônica, do qual se desligou em 1966.
Desenvolveu uma obra individual na qual adapta a
linguagem pop a realidade político-social do período.
Não sendo constante como pintor, destacou-se como
desenhista, valorizando o papel como suporte. Sua
pesquisa de experimentação gráfica, é destacável
na figuração espanhola da segunda metade do século XX.
domingo, 22 de agosto de 2010
quinta-feira, 19 de agosto de 2010
Studio EDUARDO KOBRA - São Paulo /
Muralismo hiperrealista /
A interferência por meio da ilusão tridimensional
dos objetos /
Sobreposição de fotográficas antigas
agigantadas por meio de projeção e pintadas,
formando um cenário / Estas composições
representando cenas da cidade em décadas passadas
são fixadas na frente da paisagem real
criando espaços ilusórios e fantasmagóricos /
Destroi a noção do tempo entre uma e outra imagem, como na primeira fotografia, em que as pessoas vestidas com roupas de 100 anos atrás,
aparecem gigantescas, transitando do lado dos automóveis que trafegam
pelas ruas, numa foto tirada no momento atual.
quarta-feira, 18 de agosto de 2010
Grafite (do italiano graffito) é o nome dado
as inscrições feitas em paredes desde o
Império Romano. Considera-se grafite uma
inscrição caligrafada ou um desenho pintado
ou gravado sobre um suporte que não é
normalmente para esta finalidade. Por muito
tempo visto como um assunto irrelevante ou
mera contravenção, atualmente o grafite já
é considerado como forma de expressão
incluída no âmbito das artes visuais com a
denominação de "arte urbana", em que o artista
aproveita os espaços públicos, criando uma
linguagem intencional para "interferir" na cidade.
Normalmente, distingue-se o grafite
de elaboração mais complexa, da simples
pichação. No caso da exposição "Vem Na Mão",
vemos as técnicas de grafite muito evoluidas,
junto a imagens e tratamentos próprios das
artes gráficas e da pintura considerada "erudita".
O comentário é essencialmente político e urbano.
Alguns grafiteiros, hoje considerados artistas plásticos,
admitem terem começado como pichadores. A partir
do movimento chamado de "contracultural" de maio de 1968,
quando os muros de París foram suporte para inscrições
de caráter poético-político, a prática do grafite
generalizou-se pelo mundo, em diferentes contextos,
tipos e estilos, que vão do simples rabisco ou de "tags"
repetidas, utilizadas pelas "tribos urbanas" como uma
espécie de demarcação de território, até grandes murais
executados em espaços especialmente designados para tal,
ganhando importancia como obra de arte. No final dos anos 70
Jean-Michel Basquiat, considerado mais tarde como um
artista neo-expressionista, despertou a atenção da imprensa
novaiorquina, pelas imagens poéticas que deixava nas paredes
da cidade de Manhattan.
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