O propósito deste blog é o de mostrar o trabalho do ilustrador,independente das regras impostas pelo mercado,nas quatro disciplinas praticadas por mim, em diferentes momentos e veículos: A Caricatura na Imprensa,A Ilustração na Imprensa,A Ilustração Editorial e O Poema Ilustrado. Também são mostradas modalidades diferentes das mesmas propostas como: Montagens das exposições e a revalorização do painel mural, através das técnicas de reprodução digital em baner.
segunda-feira, 22 de fevereiro de 2010
Assim o universo total do artista expressionista torna-se visão.
Ele não vê, mas percebe. Ele não descreve, acumula vivèncias.
Ele não reproduz, ele estrutura (gestaltet). Ele não colhe, ele procura.
Agora não existe mais a cadeia dos fatos: fábricas, casas, doença,
prostitutas, gritaria e fome. Agora existe a visão disto. Os fatos têm
significado somente até o ponto em que a mão do artista o atravessa
para agarrar o que se encontra além deles... / Cada homem não é mais indivíduo ligado à obrigação, à moral, à sociedade, à familia. Nesta arte,
ele se torna somente o mais grandioso ou o mais humilhado: ele se torna homem. / Aquí temos o novo e o inaudito em relação às épocas anteriores.
Aqui o pensamento mundial burgués finalmente não se pensa mais.
Aqui não existem mais as ligações que tornam opacas as imagens do
humano. Não existem mais histórias nupciais, tragedias surgidas do
conflito das convenções e com a busca da liberdade, peças do meio
ambiente (milieu) chefes rígidos, oficiais ociosos, marionetes que,
penduradas nos arames das concepções psicológicas do mundo,
brincam com leis, pontos de vista, erros e vícios dessa sociedade
feita e construída pelos homens. / Através desses substitutos a mão do artista agarra cruelmente. Sucede que elas eram fachadas. Do bastidor e do jogo do sentimento tradicional falsificado não sai nada, somente o homem. /
Kasimir Edschmid - Manifesto Expressionista - 1918
Eu estou "atravessado" na vida e o meu estado mental
não somente "é" mas tem "sido" também abstrato,
de modo que qualquer coisa que se faça por mim, não
"posso pensar" em equilibrar minha vida. Quando "devo"seguir uma regra como aquí no hospício, me sinto tranqüilo. E no alistamento,
aconteceria mais ou menos a mesma coisa. Claro que aquí me
arrisco muito a ser recusado, pois sabem que sou alienado ou pelo menos epiléptico, (tenho ouvido dizer que existem 50 mil epilépticos na
França, dos quais somente 4.000 internados; de modo que não é tão extraordinário) quem sabe em París, falando com Détaille por exemplo ou Caran d'Ache, me incorporem logo. Poderá parecer uma cabeçada peor que a outra; em fim reflitamos, mas para atuar. Na espera, faço o que posso por
trabalhar "não interessa no qué", incluindo a pintura; pois tenho uma boa
vontade aceitável. Mas o dinheiro que custa a pintura... é algo que me
esmaga debaixo de uma sensação de dívida e covardia; e sería conveniente
que isto acabase o mais depressa possível. / Arles 1888 - 1889 /
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Por qué
nos estamos aquí e isto é tudo, ou pelo menos tudo que posso dizer num momento de relativa crise. Um momento em que as coisas estão muitos
tensas entre marchands de quadros de artistas mortos e artistas vivos.
Pois bem, o meu trabalho; arrisco a vida e a minha razão mais
ou menos destruida - bom - mas tú não estás entre os marchands de
homens, que eu saiba; e podes tomar partido, acho, procedendo realmente
com humanidade, mas, o que tú queres? / Cartas a Theo Auvers-sur-Oise
1890
Se os desenhos que te envío são muito duros,
é porque os tenho realizado de tal forma que mais tarde,
se ficarem, possam me servir de referência para a pintura.
Este pequeno jardim de aldeão vertical é soberbo de cor
em relação a natureza, as dálias são de um púrpura rico e escuro,
a dupla fileira de flores é cor de rosa e verde de um lado e alaranjado
quase sem verdor do outro. No meio, uma dália de um branco pálido e
um pequeno granate com flores do mais brilhante alaranjado vermelho,
com frutos verde-amarelos. O terreno cinza, as altas canas "cannes"
de um verde azulado, as figueiras esmeralda, o céu azul, as casas
brancas com janelas verdes e telhados vermelhos; a manhã de sol
pleno, a tarde inteiramente banhada de sombra, levada e projetada pelas figueiras e as canas. / Cartas a Theo - Arles 1888
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