domingo, 21 de junho de 2009

No chão me deito à maneira dos desesperados. / Estou escuro, estou rigorosamente noturno, estou vazio, / esqueço que sou um poeta, que não estou sozinho, / preciso aceitar e compor, minhas medidas partiram-se, / mas preciso, preciso, preciso. // Rastejando, entre cacos, me aproximo. / Não quero, mas preciso tocar pele de homem, / avaliar o frio, ver a cor, ver o silêncio, / conhecer um novo amigo e nele me derramar. // Porque é outro amigo. A explosiva descoberta / ainda me atordoa. Estou cego e vejo. Arranco os olhos } e vejo / Furo as paredes e vejo. A través do mar sangüineo vejo. / Minucioso, implacável, sereno, pulverizado, / é outro amigo. São outros dentes. outro sorriso. / Outra palavra que goteja. / CARLOS DUMMOND DE ANDRADE / Trecho do poema "Mario de Andrade desce aos infernos" / de "A Rosa do Povo" 1943 / 45

AS MÃOS - detalhe / nanquim

CARTAZ DE CAMPANHA - 0,70 x 0,50 cmts. - guache 1995

CARTAZ DE CAMPANHA - 0,70 x 0,50 cmts - guache / sobre foto de João Roberto Ripper

CARTAZ DE CAMPANHA - guache 1995 - Crianças inglesas - século XIX - fotografia anônima

CARTAZ DE CAMPANHA - 0,70 x 0,50 cmts. - guache 1995 / sobre foto de João Roberto Ripper