domingo, 26 de outubro de 2014

CURSO DE ILUSTRAÇÃO EDITORIAL
KÄTHE KOLLWITZ
EXPRESSIONISMO - REALISMO SOCIAL
A TRAGÉDIA SOCIAL

KÄTHE KOLLWITZ
Königsberg, Provincia da Prússia, hoje Kaliningrado
Rússia 1867 - Moritzburg, Alemanha 1945
Gravurista e escultora expressionista cuja obra reflete
com veemência o drama da injustiça social e a devastação
da guerra, na primeira metade do século XX. Sua empatia
com o ser humano exposto aos rigores da exploração
e a miséria, estão expressos em seus desenhos e gravuras.
Inicialmente seu trabalho foi fundamentado no naturalismo,
assumindo mais tarde o expressionismo. O claro-escuro das
água-fortes de Rembrandt e os desenhos de camponeses 
de Van Gogh, do período holandés, são duas presenças na sua gravura.
O pai de Käthe era um social demócrata radical, mestre de obras da construção civil, e sua mãe, Katherina Schmidt,
era filha de Julius Rupp, um pastor luterano que foi expulso
da Igreja Oficial Evangélica do Estado da Prússia e fundou uma congregação independente. 
A educação de Käthe foi grandemente influenciada pelas
lições de seu avô em religião é socialismo. Aos doze anos
tomou as primeiras lições de desenho e cópias com gesso.
Aos dezesseis anos começou a desenhar da observação do natural, escolhendo como modelos os trabalhadores e as
pessoas da rua. Matricula-se na Escola de Arte Para Mulheres, em Berlim. As gravuras de Max Klinger, sua técnica e preocupações sociais, foram uma inspiração para
Käthe nessa época.
Com a idade de dezessete anos ficou noiva de Karl Kollwitz,
um estudante de medicina. Em 1888, foi a Munique para estudar na Escola de Arte da Mulher, onde percebeu que
a sua inclinação não era pela pintura e sim pelo desenho.
Em 1890, voltou para Königsberg e alugou o seu primeiro
estúdio. Em 1891, Käthe estava casada com Karl, que atendia a população pobre do subúrbio de Berlim, para onde
o casal se mudou para um apartamento grande, que foi casa
dos Kollwitz, até que foi destruída pelos bombardeios durante a Segunda Guerra Mundial.
A proximidade com o povo através do trabalho do seu marido, foi uma grande fonte de inspiração para sua gravura.
"Os motivos que eu era capaz de selecionar a partir da vida
dos trabalhadores, chegaram de forma simples e direta.
As pessoas da esfera burguesa estavam completamente
sem recurso ou interesse. Tudo na vida da classe média
parecia pedante para mi. Por outro lado, sentí que o proletariado tinha coragem, quando comecei a conhecer as mulheres que vinham ajudar o meu marido no consultório,
seu modo de vida, que de alguma maneira era o meu modo
de vida também, já que compartiamos o mesmo ambiente,
e o nosso contato era muito próximo. Eu gostaria 
de enfatizar mais uma vez, que a compaixão e a comiseração estavam em primeiro lugar na minha representação da vida do proletariado. O que importa
realmente, é que achei essa gente bonita".
Käthe Kollwitz sofria de ansiedade durante a infância, devido a morte de seus irmãos, incluindo o seu irmão mais novo, Benjamim.
Entre 1892 e 1896, ela viú uma performance de Gerhart
Hauptmann's, que dramatizava a opressão dos tecelões
da Silésia, e a sua fracassada revolta em 1822. 
Deixou de lado o trabalho de ilustrar "Germinal" 
de Emile Zola, e produziu seis trabalhos sobre o tema dos tecelões, três litografias, pobreza, conspiração e morte,
e três água-fortes: "Marcha dos Tecelões", "Motim" e "Final".
O ciclo foi exibido publicamente em 1898, com grande éxito.
O segundo grande ciclo da obra de Käthe Kollwitz, foi
a "Guerra dos Camponeses", para a qual produziu muitos desenhos preliminares e estudos entre 1902 e 1908.
A denominada "Primeira Guerra Camponesa", foi uma
revolução violenta que ocorreu no sul da Alemanha nos primeiros anos da Reforma. A partir de 1525, camponeses
que tinham sido tratados como escravos pegaram em armas
contra os senhores feudais e a Igreja. Enquanto trabalhava
na "Guerra dos Camponeses", visitou Paris duas vezes
e matriculou-se na Academia Julian, a fim de aprender
a esculpir. Sua gravura "O Surto" ganha o prêmio Villa Romana, que previa a permanência de um ano (1907)
em um estúdio em Florença. Ela recordou mais tarde
o impacto que recebeu na prescença da arte renascentista.
Após seu retorno, ficou impressionada com o trabalho dos
seus compatriotas expressionistas e a escola Bauhaus.
As suas obras posteriores datadas em 1910 e 1912, mostram esta nova direção. Também continuou trabalhando em escultura.
Em outubro de 1914, ela perdeu seu filho mais novo Pedro na Primeira Guerra Mundial, a levando a uma depressão
prolongada. Até o final desse ano havia feito os desenhos
para o monumento "Pedro e seus companheiros mortos",
em 1919 destruiu o monumento e o recomeçou em 1925.
O memorial intitulado "Os pais de luto", foi finalmente concluído e colocado no cemitério belga de Roggevelde
em 1932. Mais tarde foi transferido junto com o túmulo
de Pedro para o cemitério alemão próximo de Vladslo.
Käthe Kollwitz era comprometida com o socialismo,
é mais tarde aderiu ao comunismo. Esta adesão está
registrada no "Memorial de Karl Liebknecht", dirigente
socialista fundador do Partido Comunista Alemão, que foi
assassinado junto com Rosa Luxemburgo em Berlim,
em 15 de janeiro de 1919.
Em 1933, após o estabelecimento do regime Nacional
Socialista, o Partido Nazista a forçou a renunciar ao cargo
de professora na Akademie Derkünste. Seu trabalho
foi removido dos museus e proibido de ser exposto.
Em julho de 1936, ela e seu marido foram visitados pela
Gestapo, que a ameaçou com a prisão e a deportação
para um campo de concentração. No entanto Käthe era
agora uma figura internacional, e nenhuma outra ação
foi feita.
Ela sobreviveu ao seu marido, que morreu de doença
em 1940, e seu neto Pedro, que morreu em ação
na Segunda Guerra Mundial, dois anos depois.
Käthe foi evacuada de Berlim em 1943. Pouco tempo depois,
a sua casa foi bombardeada e muitos desenhos, gravuras e documentos fotam perdidos. Ela viveu seus últimos meses
de vida na cidade de Moritzburg, perto de Dresden, e morreu
pouco antes do final da guerra.
dados extraídos da Wikipédia