segunda-feira, 28 de setembro de 2015

CURSO DE ILUSTRAÇÃO EDITORIAL
FOTOGRAFIA DOCUMENTAL
REPORTAGEM FOTOGRÁFICA DE FLÁVIO DE BARROS
O HOLOCAUSTO DE CANUDOS 
 

ANTÔNIO CONSELHEIRO MORTO


RESUMO DA GUERRA DE CANUDOS

Marcada por vários conflitos, a queda da Monarquia
e a instalação da República, foi um dos momentos 
que mais se destacaram na história brasileira. 
A chamada "Guerra de Canudos" (1896-1897)
foi um conflito socio-religioso entre a população
sertaneja e o exército da República. Essa guerra
aconteceu na Comunidade de Canudos, interior da Bahia,
e pode se dizer que aconteceu por causa varios fatores,
como as graves crises económicas e sociais
em que se encontrava a região naquela época,
as secas cíclicas, o desemprego, e também
numa onda de crença na "salvação" dos habitantes
daqueles arredores, influenciada por um beato
revolucionário chamado Antônio Conselheiro.
Nascido na Vila de Queixeramobim, interior do Ceará,
Conselheiro cresceu em uma familia que posuia
um padrão de vida mediano. Durante a infância
pode receber uma educação ampla, e com o passar
dos anos foi ganhando perspectivas maiores
sobre o sertão e as suas contrariedades.
Ao se mudar para Canudos em 1893, Antônio iniciou
uma pregação religiosa que defendia o cristianismo
primitivo, reivindicando que os homens deveriam se livrar
das injustiças e opressões impostas, buscando a superação
dos problemas de acordo com os valores da religião
cristã. Muitos fieis acabaram por se identificar
com suas pregações, e em poucos anos a região
contava con 25.000 adeptos, o que levou Antônio a rebatizar a área com o nome de Belo Monte.
Como de praxe, as autoridades não gostaram de ver
a população esperançosa e lutando pelos seus direitos,
e logo ficou claro que Antônio Conselheiro era uma ameaça
a ordem local. 
Otro lado que não estava feliz com as pregações 
de Conselheiro era a igreja, que alegava que
os seus seguidores eram apegados a heresia 
e à depravação,e os "coroneis", que viam diminuir
o seu poder  na região.
O conflito contou com quatro expedições militares,
sendo as três primeiras tentativas das tropas do governo,
derrotadas pela população do Arraial.
Os povos do sertão estavam armados e resistiram com grande força as tentativas de invasão dos militares,
porem numa quarta tentativa as tropas do governo,
utilizando artilheria pesada, destruiram e ocuparam o Arraial,
degolaram os prisioneiros e mataram grande parte da
população.

dados extraídos da Wikipédia

EUCLIDES DA CUNHA - 1866-1909 - Autor de "Os Sertóes - Campanha de Canudos" - Relatos da guerra e destruição do Arraial


TRIMANO - Retrato de Euclides da Cunha - hidrográfica e esferográfica - Academia Brasileira de Letras - Rio de Janeiro 2009


CANUDOS


CANUDOS


CANUDOS


CANUDOS


CANUDOS


CANUDOS


CANUDOS


CANUDOS


CANUDOS


CANUDOS


CANUDOS


CANUDOS - Ruínas do Arraial


CANUDOS - Ruínas do Arraial


CANUDOS - Ruínas do Arraial


CANUDOS


CANUDOS


CANUDOS


CANUDOS


CANUDOS


CANUDOS


CANUDOS


CANUDOS


CANUDOS


CANUDOS


CANUDOS


CANUDOS


CANUDOS


CANUDOS


CANUDOS


CANUDOS


CANUDOS


CANUDOS


CANUDOS


quarta-feira, 23 de setembro de 2015

CURSO DE ILUSTRAÇÃO EDITORIAL
IDENTIDADES
A REPRESENTAÇÃO DO SER HUMANO 

Guido Mazzoni - "Rosto de velho" - terracota - 1475


O SELF


O "self" ou identidade, estão ligados
ao desenvolvimento das mídias desde o Renascimento.
O sujeito ou "self", é mais claramente exposto no rosto.
Os "selfies" são o mais novo desenvolvimento
nesta tradição, a qual começou com a invenção do espelho,
o livro e a pintura. Todos eles põem o sujeito, tanto produtor
quanto receptor, no centro. 
Este foi o início do individuo moderno.
No desenvolvimento continuo por todos os séculos
posteriores, os "selfies" são a nova criação para descobrir,
explorar, visualizar e encarar a pessoa humana. Assim,
o que se segue irá enfatizar o rosto, visivelmente expresso,
onde o indivíduo pode encarar a si próprio.

dados extraídos da Wikipédia

terça-feira, 22 de setembro de 2015

A REPRESENTAÇÃO DA FIGURA HUMANA

No âmbito da história da arte ocidental,
a representação da figura humana tem sido
um dos temas centrais das artes visuais,
desde a Pré-História até os nossos dias.
A vontade e, ao mesmo tempo, a necessidade
do homem de se representar a si mesmo,
de se imitar a si mesmo, e de guardar memória
de si mesmo, fez com que deixasse de se remeter
apenas à esfera das formas, ultrapassando-as
largamente, situando-se assim na questão mais vasta
da visão e da sua representação, devendo esta para tal
ser entendida como um processo de reflexão
sobre a origem e a evolução da própria humanidade.
Este processo é histórico, ou seja, o modo como o homem
se representou ao longo dos tempos foi-se alterando
de acordo com a visão que tinha de si mesmo
e do mundo que o rodeava, constatando-se assim
que os artistas da Pré-História, do Antigo Egito, 
da Antiga Grécia, de Roma, da Idade Média, do Renascimento, do Barroco, do Romantismo e dos séculos XX e XXI, representam a figura humana de formas diferentes entre si. A representação da figura humana na Pré-História
relaciona-se provavelmente, com a crença de um caráter
mágico do próprio objecto, que agiria sobre quem
o posuisse. Neste sentido, o artista da Pré-História,
a partir da observação direta da realidade, concede
a si mesmo a liberdade de deformar algumas formas,
a fim de lhes conferir significados. Por exemplo, o exagero
intencional dos seios e das nádegas da venus de Willendorf
deve estar relacionado com o culto da fecundidade.
No Antigo Egito, a representação da figura humana,
tanto de homens como de mulheres, perfeitamente hieráticos, engalanados de atributos, respeitando a lei
da frontalidade e o cromatismo diferenciador
de ambos os sexos, parece no fim das contas traduzir
a imutabilidade do próprio Império que as produzia,
por isso, os seus retratos patenteiam uma tranquilidade
imperturbável através dos tempos. Na Antiga Grécia, 
por sua vez, a representação da figura humana
atinge o seu verdadeiro auge, visto que os artistas gregos
foram os primeiros a conseguir representar a figura humana
como ela era percepcionada pela vista e, 
para o conseguirem, recorreram a perspectiva, a escorços,
e a um profundo conhecimento da anatomia,
que observavam em repouso ou em movimento,
por gimnasia  e nos jogos olímpicos, tornando-se eximios
na representação de nus (a Nióbida sera o primeiro nu feminino da história), e do drama que é a existência humana.
Contudo, a busca da perfeição, da harmonia 
e da proporcionalidade traduzida no "cânone" (a regra)
condiciona a arte grega  a um certo realismo,
pela necessidade da representação de arquétipos perfeitos,
no sentido de alcançarem, afinal, o belo ideal. No período
atualmente considerado como o da antiguidade clássica,
podemos ainda destacar o contributo dos artistas
da civilização romana na área da retratística, e a sua enorme
capacidade para reproduzir com total fidelidade os traços
fisionómicos e psicológicos das crianças, homens, mulheres e velhos. Durante um dos períodos mais longos da história
da cultura ocidental, a Idade Media, a representação
da figura humana volta novamente a afastar-se da forma
tal como era percebida pela vista, ganhando assim
uma grande expressividade, com o objectivo de realçar
as intenções simbólicas da tradição cristã, a figura
passará a ser representada frontalmente, hierática
e com gestos rígidos, chegando-se mesmo a praticar incorreções anatómicas simplesmente para a adaptar 
ao espaço que lhe estava destinado. O nu, raramente
é tratado, mas quando isso acontece, trata-se geralmente
de corpos alongados e de estrutura óssea mal marcada.
No Renascimento, a representação da figura humana
ganhou um novo fólego. A pesquisa sobre esse tema,
realizada neste período e estendendo-se até ao século XIX,
pode-se entender como uma procura do segredo dos antigos
ou a tentativa de redescoberta do "cânone", que se pensava
que os antigos utilizavam, e que sería uma espécie
de receita mágica que, quando devidamente aplicada,
resultaria na criação de corpos perfeitos. Neste sentido, a representação da figura humana, seguindo a herança
clássica, demonstrou varios níveis de fidelidade visual,
que nos aspectos físicos e anatómicos, e na expressão
dos sentimentos e das emoções, recuperou os géneros
do nu e do retrato. A referência era o homem enquanto
"medida de todas as coisas", tal como fora imortalizado
por Leonardo da Vinci. A representação da figura
durante o período do Barroco, continua as conquistas
renascentistas, mas conferindo-lhe um ar mais teatral,
ou seja, optando assim por tornar as proporções 
mais esguias, pela composição mais dinámica,
por explorar expressões de forma mais exagerada, 
e por captar as personagens em ação, como uma espécie
de instantáneo fotográfico. No século XIX, as conquistas na pintura e na escultura não andaram de braços dados,
mas no nível da representação da figura humana,
o que é comum em ambas as artes plásticas,
se privilegia a expressão do sentimento individual.
Sintomas do tempo e facetas exasperadas do humano
foram pela primeira vez representados de forma
verdadeiramente exemplar. No século XX, pode-se
considerar "Les Demoiselles D'Avignon" de Picasso,
como o momento de ruptura na maneira de representar
a figura, antes e depois desse quadro. A total desconstrução
dos corpos, vistos como figuras geométricas, a estilização
rude e seca obtida pela prioridade dada à linha recta
sobre a linha curva, e o desbastamento da figura 
em volumes geométricos abruptos, abriram as portas
para uma total liberdade, face aos "cânones" anteriores,
e ainda face às posibilidades das inúmeras representações
futuras.

Ana Rodrigues

IDENTIDADES - Man Ray - "Máscara - autorretrato" - gesso - 1933


IDENTIDADES - Man Ray - "Máscara de Paul Eluard" - gesso


IDENTIDADES - Man Ray - "Máscara de André Breton" - gesso - 1929


IDENTIDADES - Xiaogang Zhang - "Familia" - acrílico - 1995


IDENTIDADES - Xiaogang Zhang - "Familia" - acrílico - 1995


IDENTIDADES - Xiaogang Zhang - "Familia" - acrílico - 1995


IDENTIDADES - Chantal Wicki - "Autorretrato" - óleo - 1993-95


IDENTIDADES - Chantal Wicki - "Autorretrato" - óleo - 1993-95


IDENTIDADES - Chantal Wicki - "Autorretrato" - óleo - 1993-95


IDENTIDADES - Chantal Wicki - "Autorretrato" - 1993-95


IDENTIDADES - Chantal Wicki - "Autorretrato" - 1993-95


IDENTIDADES - Chantal Wicki - "Autorretrato" - 1993-95


IDENTIDADES - Marc Garanger - "Mulher argelina" - 1960