domingo, 30 de outubro de 2016

MAUREEN BISILLIAT
Sheila Maureen Bisilliat
Englefield Green, Surey 1931
Fotógrafa, nascida na Inglaterra e naturalizada brasileira.
Em 1955 estudou pintura com André Lhote
e na Art Students League de New York.
Em 1957 fixou residência em São Paulo.
Em 1962 abandonou a pintura e passou a se dedicar
à fotografia.
Entre 1964 e 1972, trabalhou como fotojornalista
para a Editora Abril, e virá a se destacar sobretudo 
na extinta revista "Realidade".
Em 1988, a pedido de Darcy Ribeiro, é convidada
para atuar na formação do acervo de arte popular latino-
americana da Fundação Memorial da América Latina
de São Paulo. Percorre México, Guatemala, Equador, Perú,
e Paraguai, recolhendo peças para a coleção permanente
do Pavilhão da Criatividade do Memorial, do qual se tornou curadora.
________________________________________________

Livros Publicados:

A João Guimarães Rosa - Editora Gráficos Brunner - 1969
  
Sertão, Luz e Trevas - Co-edição: Editora Raízes e Rhodia
(inspirado no clássico "Os Sertões" de Euclides da Cunha)
1982

O Cão Sem Plumas - (inspirado no poema homônimo
de João Cabral de Melo Neto) - Editora Nova Fronteira 1983

Bahia Amada Amado - (com textos de Jorge Amado)
Editora Empresa das Artes - 1996

Xingu: Detalhes de Uma Cultura - Editora Raízes - 1978

dados extraídos da Wikipédia

MAUREEN BISILLIAT


MAUREEN BISILLIAT


MAUREEN BISILLIAT


MAUREEN BISILLIAT


MAUREEN BISILLIAT


MAUREEN BISILLIAT


MAREEN BISILLIAT


MAUREEN BISILLIAT


MAUREEN BISILLIAT


MAUREEN BISILLIAT


MAUREEN BISILLIAT


MAUREEN BISILLIAT


MAUREEN BIBILLIAT


MAUREEN BISILLIAT


MAUREEN BISILLIAT


MAUREEN BISILLIAT


MAUREEN BISILLIAT


MAUREEN BISILLIAT


MAUREEN BISILLIAT


MAUREEN BISILLIAT


MAUREEN BISILLIAT


MAUREEN BISILLIAT


MAUREEN BISILLIAT


MAUREEN BISILLIAT


MAUREEN BISILLIAT


MAUREEN BISILLIAT


MAUREEN BISILLIAT


MAUREEN BISILLIAT


MAUREEN BISILLIAT


MAUREEN BISILLIAT


MAUREEN BISILLIAT


MAUREEN BISILLIAT


MAUREEN BISILLIAT


MAUREEN BISILLIAT


MAUREEN BISILLIAT


MAUREEN BISILLIAT


MAUREEN BISILLIAT


MAUREEN BISILLIAT


MAUREEN BISILLIAT


MAUREEN BISILLIAT


MAUREEN BISILLIAT


sexta-feira, 28 de outubro de 2016

CURSO DE ILUSTRAÇÃO EDITORIAL
DAVID HOCKNEY
O CONHECIMENTO SECRETO  3
CARAVAGGIO E A "TEATRALIDADE" DAS LENTES
  

O CONHECIMENTO SECRETO 3 - CARAVAGGIO


Minhas projeções de naturezas-mortas com uma lente-
espelho tinham uma aparência emblemática: objetos
vistos de frente, uma totalidade unificadora com fortes realces e sombras, um pano de fundo escuro
e profundidade restrita - todas características impostas
pelas limitações do equipamento. Como vimos, os artistas
encontraram meios de superar essas limitações fazendo a "colagem" de varios elementos numa pintura maior -
mas esses elementos ainda são vistos de frente 
e em close-up. São as habilidades composicionais dos artistas que nos convencem de que tudo está situado num espaço coerente.
Quando as lentes convencionais se tornaram grandes
o bastante e de qualidade boa o suficiente para serem usadas no lugar de um espelho côncavo (em algum ponto
do século XVI), um artista ja escolado no uso da projeção
de lente-espelho veria uma nítida vantagem: um campo
de visão mais amplo. Vários artistas fizeram essa transição,
mas ela é vista com a máxima clareza na obra 
de Caravaggio. Ele usou a lente com tamanha imaginação
que seu exemplo cedo exerceu influência pela Europa
afora, com jovens artistas fazendo peregrinações à Itália
para contemplar seus quadros e aprender com seus seguidores, os caravaggisti.

David Hockney 

O CONHECIMENTO SECRETO 3 - CARAVAGGIO


Eis outra comparação entre dois quadros em ambas
extremidades da Renascença, que mostra a extraordinária
transformação que ocorreu na pintura: o detalhe embaixo
é de A Morte da Virgem de Giotto, data de 1310-1. 
Compare as asas, em particular. As de Giotto são uma invenção imaginativa (ele provavelmente não vira um anjo
na vida real!). Parecem muito bonitas, mas são estilizadas
comparadas às de Caravaggio, que parecem muito mais
"fotográficas". Por seu método de trabalho, é provável
que Caravaggio tivesse algum tipo de asas reais 
a sua frente - tal vez um par de asas de águia. Sabemos
que ele só pintava diretamente do modelo ("É incapaz
de pintar sem modelos" foi uma crítica contemporânea
a sua obra). O mesmo, é claro, poderia ser dito sobre
qualquer fotógrafo (até bem recentemente, ou seja) - 
os computadores modificaram o que costumava ser
um requisito fundamental da fotografia.

David Hockney

O CONHECIMENTO SECRETO 3 - GIOTTO


O CONHECIMENTO SECRETO 3 - CARAVAGGIO


Este é o Baco Enfermo, de 1594. Caravaggio
certamente posuiu espelhos - eles são mencionados
em listas de seus pertences - e muitos estudiosos
admitem que ele os tenha usado. Mas os historiadores
em geral interpretaram relatos contemporâneos
de forma como que ele usava espelhos "para pintar retratos"
como uma alusão a que ele pintava a si próprio.
Mas se ele usava uma lente-espelho, pintava outra pessoa.
Para ter pintado essa figura, Caravaggio tal vez tenha usado
a técnica de montagem, captando o modelo em pedaços
e os reunindo depois. 

David Hockney 

O CONHECIMENTO SECRETO 3 - CARAVAGGIO


Duas pinturas de bebedores. Em cada caso,
a versão da esquerda é a imagem correta,
com o modelo segurando o copo com a mão
esquerda; a da direita é uma "imagem especular".
O que é interessante para mim é como a pintura
à direita parece mais natural e harmoniosa,
o modelo parece mais confortável. Acredito
que assim seja antes de tudo porque eles eram
na verdade destros - eles só se mostram canhotos
porque foram invertidos por uma lente.
A maioria das pessoas ergue um copo com a mão
direita; copos e taças são dispostos à direita
nas refeições; revolucionários erguem o punho direito;
soldados saúdam com a mão direita. Giotto e outros
artistas antigos pintavam as pessoas tal como as viam,
bebendo com a mão direita. Será uma coincidência
que no fim do século XVI, quando acredito terem sido
usadas pela primeira vez por pintores, haja um súbito
acúmulo de bebedores canhotos? 
Este fenômeno  aparece com Caravaggio e se estende
por 40 anos aproximadamente, quando espelhos planos
de boa qualidade reverteram outra vez as imagens.

David Hockney

O CONHECIMENTO SECRETO 3 - CARAVAGGIO


Observando a Vocação de São Mateus (1599-1602),
de Caravaggio, imagino-o como um diretor de filme,
iluminação, figurino, gestos - tudo terá sido encenado
cuidadosamente. 
É nítido que a janela na parede dos fundos não é
uma fonte de luz. Foi pintada para evitar os problemas
de contraluz, dificuldades familiares a todo operador
de câmara moderno. Em vez disso, há uma fonte única
de luz, bem forte, da direita. Um quadro montado com
iluminação cuidadosa - levaria certo tempo para fazê-lo.

David Hockney

quinta-feira, 27 de outubro de 2016

O CONHECIMENTO SECRETO 3 - CARAVAGGIO


Caravaggio é, de fato, um mestre em montar "a cena",
narrando a história no espaço da pintura - não em muita
profundidade. O olho vaga de lá para cá na superficie
da pintura, no plano adentro. A parede estabelece
profundidade como fixa.
Compare esse quadro com a Flagelação de Cristo  
(ano 1450), de Piero della Francesca. Piero não é um diretor
com atores a sua frente do modo que é Caravaggio.
Ele mexe braços e pernas de acordo com seu conhecimento
das leis da geometria e perspectiva, do modo como sabe
serem as figuras, não do modo como as vê.

David Hockney  

O CONHECIMENTO SECRETO 3 - PIERO DELLA FRANCESCA