O propósito deste blog é o de mostrar o trabalho do ilustrador,independente das regras impostas pelo mercado,nas quatro disciplinas praticadas por mim, em diferentes momentos e veículos: A Caricatura na Imprensa,A Ilustração na Imprensa,A Ilustração Editorial e O Poema Ilustrado. Também são mostradas modalidades diferentes das mesmas propostas como: Montagens das exposições e a revalorização do painel mural, através das técnicas de reprodução digital em baner.
sábado, 25 de fevereiro de 2012
FB - Bom, é evidente que elas tentam fazer um inventário
dos movimentos humanos - de certo modo, valem como um dicionário.
E tal vez esse negócio meu de pintar séries tenha saido dos livros de Muybridge,
onde as fases de um movimento estão mostradas em fotografías separadas.
Eu tive um livro que me influenciou muitíssimo: o Positioning in Radiography
(A posição em radiografia), com fotos que mostram as posições do corpo a ser radiografado, e as próprias chapas de radiografia.
dos movimentos humanos - de certo modo, valem como um dicionário.
E tal vez esse negócio meu de pintar séries tenha saido dos livros de Muybridge,
onde as fases de um movimento estão mostradas em fotografías separadas.
Eu tive um livro que me influenciou muitíssimo: o Positioning in Radiography
(A posição em radiografia), com fotos que mostram as posições do corpo a ser radiografado, e as próprias chapas de radiografia.
DS - Você, é claro, usou também essas fotografias mais literalmente
em quadros de animais e de paisagens. É interessante que a imagem fotográfica que mais lhe serviú não foi científica nem jornalística, mas veio de uma obra de arte famosíssima, a fotografia da babá gritando, que está em O Encouraçado Potemkim.
em quadros de animais e de paisagens. É interessante que a imagem fotográfica que mais lhe serviú não foi científica nem jornalística, mas veio de uma obra de arte famosíssima, a fotografia da babá gritando, que está em O Encouraçado Potemkim.
FB - Foi um filme que vi pouco antes de começar a pintar,
e ele me impressionou profundamente - não só o filme inteiro,
como também a sequência da escadaria de Odessa e dessa foto.
Eu tinha esperança de que ainda faria - não há aquí qualquer
sentido especial de caráter psicológico - tinha esperança de que
um dia faria o melhor quadro de grito humano que já se fez no mundo.
Não conseguí, mas ele está feito por Eisenstein, de maneira muito melhor,
e é isso aí. Na pintura, sou da opinião de que o melhor grito humano já
feito até hoje é o de Poussin.
e ele me impressionou profundamente - não só o filme inteiro,
como também a sequência da escadaria de Odessa e dessa foto.
Eu tinha esperança de que ainda faria - não há aquí qualquer
sentido especial de caráter psicológico - tinha esperança de que
um dia faria o melhor quadro de grito humano que já se fez no mundo.
Não conseguí, mas ele está feito por Eisenstein, de maneira muito melhor,
e é isso aí. Na pintura, sou da opinião de que o melhor grito humano já
feito até hoje é o de Poussin.
FB - É, que está em Chantilly. Lembro que, certa vez, passei três ou quatro
meses morando com minha familia perto dalí, tentando aprender francés,
e muitas vezes fui a Chantilly, e lembro que esse quadro sempre exerceu
um efeito terrível sobre mim. Outra coisa que me fazia pensar no grito humano
era um livro que, ainda muito jovem, comprei numa livraria em París, era um livro ilustrado com lindos desenhos coloridos sobre doenças que dão na boca;
os desenhos eram lindos e mostravam a boca aberta e o interior dela; as fotos
me deixaram fascinado e acabei obcecado por elas. E depois eu vi - ou tal vez até já tivesse visto naquela época - O Encouraçado Potemkim, e tentei usar a foto do
Potemkim como base sobre a qual eu também pudesse usar aquelas ilustrações
maravilhosas da boca humana. Mas nunca deu certo.
meses morando com minha familia perto dalí, tentando aprender francés,
e muitas vezes fui a Chantilly, e lembro que esse quadro sempre exerceu
um efeito terrível sobre mim. Outra coisa que me fazia pensar no grito humano
era um livro que, ainda muito jovem, comprei numa livraria em París, era um livro ilustrado com lindos desenhos coloridos sobre doenças que dão na boca;
os desenhos eram lindos e mostravam a boca aberta e o interior dela; as fotos
me deixaram fascinado e acabei obcecado por elas. E depois eu vi - ou tal vez até já tivesse visto naquela época - O Encouraçado Potemkim, e tentei usar a foto do
Potemkim como base sobre a qual eu também pudesse usar aquelas ilustrações
maravilhosas da boca humana. Mas nunca deu certo.
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