sábado, 25 de agosto de 2018

CURSO DE ILUSTRAÇÃO EDITORIAL
A História Humana Contada Pela Arte
FIGURAÇÃO NARRATIVA
Arte Política Europeia dos Anos 60/70
texto informativo
"El Barco" - Edição virtual - Monte Alto - Rio de Janeiro - 2018
 

BERNARD RANCILLAC


No panorama mundial das artes plásticas
a passagem dos anos 50 para a década de 1960
evidenciou-se pelo retorno à figura e pelo abandono
do Abstracionismo, o Geometrismo e o Informalismo,
vertentes caracterizadoras das vanguardas do pós-guerra
e da década subseqüente. Sem dúvida, um grande foco
de vitalidade artística nesse momento foi a retomada
da figuração em seus diferentes encaminhamentos.
No panorama de facetas múltiplas do contexto artístico
desse período, destacou-se a forte presença da Pop Art,
de origem inglesa, mas polarizada e difundida
pelos norte-americanos, a partir de 1962, 
à qual se remetiam a maioria das manifestações figurativas
e realistas. A Pop Art foi a tendência mais decisiva
no quadro das vertentes representativas da década
de 1960. No nível da linguagem sua contribuição
foi muito ampla, introduzindo técnicas e mitologias
da imagem popular captadas no amplo repertório
de imagens corriqueiras relacionadas a fotografia,
a televisão, ao cinema, a publicidade, as histórias
em quadrinhos, as fotonovelas e os jornais.
Um repertório icônico extremadamente rico da cultura
de massa suburbana e industrial, apropriado
do horizonte cotidiano da sociedade de consumo.
Apesar do mérito da Pop Art de ter inserido na arte
contemporânea o fenômeno urbano, ela não se constituiu
a única manifestação vinculada à imagem.
Na Europa, particularmente em Paris, e na Itália
e Inglaterra, emergiram propostas contrárias ao Informalismo
Além da Pop Art inglesa, o Nouveau Réalisme
e a Nouvelle Figuration na França e a Nuova Figurazione
na Itália, foram testemunhas de que a arte se relaciona 
cada vez mais com a realidade do momento.
Ocorreu um desenvolvimento da pesquisa neofigurativa,
condenando a gratuidade da arte informal e enfatizando
a expressividade, a "encarnação" da pesquisa do imaginário.
A outra problemática comum foram os movimentos
autônomos neofigurativos inerentes à realidade histórica
do momento: Nouvelle Figuration, Mithologies Quotidiennes
e a Figuration Narrative, acentuando a crítica narrativa,
assim como o grupo espanhol Crónica de la Realidad.
Linhas de pesquisa de um novo e atual realismo,
a arte se vincula à realidade não para representá-la,
mas como uma posibilidade de comunicação,
como instrumento de conhecimento e de intervenção
no real.

Daisy Peccinini
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A Figuração Narrativa reunia artistas que faziam quadros
com personagens reconhecíveis, e reivindica-vam
para a arte uma visão política insubmissa.
A Figuração Narrativa caminhava por terrenos minados...
Além de tudo, como buscavam na publicidade,
nos quadrinhos e no cinema muito de sua inspiração,
foram tachados de uma cópia européia da Pop Art.
Não eram.
A pop Art tinha caráter de constatação e derivava de Duchamp, a Figuração Narrativa queria intervir no mundo.
Recusou Duchamp e o denunciou como um cúmplice
do mercado norte-americano.
Aillaud pinta animais aprisionados, que parecem concentrar
o peso de uma tirania humana.
Fromanger toma a rua como lugar da história
e fez filmes com Jean Luc Godard.
Rancillac acusa as ditaduras.
Monory cria pesadelos monocromáticos.
Aos franceses associaram-se estrangeiros: Adami,
italiano, decompõe e imobiliza os seres de maneira trágica,
Erró, islandês, tornou-se uma das estrelas do grupo.
Havia ainda Fahlström, sueco nascido em São Paulo,
Klasen, alemão de Lübeck, Peter Saul, californiano,
e Stämpfli, suiço. Alguns ideavam uma pintura coletiva
e inventaram a "Cooperativa dos Mal-sentados",
animada por Henri Cueco, e a Equipo Crónica, composta
pelos espanhois Valdés e Solbes.

Jorge Coli

dados extraídos da Wikipédia