terça-feira, 27 de outubro de 2009

TRIMANO / "IMAGENS DA LUTA" 1905-1985"/ Ilustrações de abertura e capas / Edição: CEDI - Centro Ecuménico de Documentação e Informação e Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias Metalúrgicas, Mecánicas e de Material Elétrico de São Bernardo do Campo e Diadema / São Paulo 1987

"Imagens da Luta" - segunda capa

Em 1986, fuí convidado pelo meu amigo o fotógrafo Ary Costa Pinto, a participar de um projeto editorial especial: um ensaio fotográfico das lutas sindicais dos metalúrgicos de São Paulo. A edição esteve a cargo do Centro Ecuménico de Documentação e Informãção, junto á CUT, e as ilustrações, editadas em páginas duplas, serviram de abertura para cada conjunto selecionado por época. / TRIMANO
"Este livro é de um significado muito mais profundo do que aquele que os seus idealizadores imaginaram. São Bernardo com suas experiências, suas mobilizações, sua coragem tem servido de mola impulsionadora do movimento sindical brasileiro. Nós temos uma quantidade muito grande de analfabetos e semi-analfabetos nesse Brasil, principalmente entre os trabalhadores rurais aos quais eu sempre estive mais ligado. Esse trabalho repassa a História, favorecendo enormemente a compreensão dos fatos para aqueles que têm dificuldade de ler. Eu fico pensando quando os trabalhadores lá do Pará, de Alagoas ou de Pernambuco estiverem passando essas páginas e vendo essas fotografias... A partir dele, outros trabalhos semelhantes deverão surgir e a memorização da História, por quem realmente a faz, ganhará um grande impulso" / AVELINO GANZER / Secretário Geral da Central Única dos Trabalhadores (CUT) - São Paulo / Brasil 1986

1930-1945 / Estado e Clase Operária Após 1930

1945-1964 / Populismo e luta sindical no ABC

1964-1977 / O Golpe de 64 e os Anos das Lutas Difíceis

1977-1985 / Uma Nova Proposta Sindical

quarta-feira, 21 de outubro de 2009

O MURALISMO DE "LOS ÁNGELES"
No monumentalismo das pinturas de rua da cidade de Los Ángeles / USA, percebemos um grande dominio das técnicas publicitárias de comunicação de imagem, que neste caso estão estreitamente ligadas a cultura Pop urbana. Predominio da fotografia, ou "fotografismo", em gigantescas ampliações que envolvem o espectador num ilusionismo visual que muda o sentido do real pelo insólito das imagens e os suportes escolhidos: fachadas de edificios, paredões de fábricas, terrenos abandonados e estacionamentos de automóveis. Não existe mercado, a arte não é mercancia, a imagem aquí é vista como um bem público, e o mural de rua, como patrimônio da cidade. O muralismo "chicano", nome dado aos mexicanos residentes nos Estados Unidos, conserva uma constante da pintura latinoamericana, que utiliza a representação de imagens da antiga cultura azteca ou de outras culturas ancestrais indígenas, junto as imagens do culto católico, e a exaltação étnica. Muitas destas pinturas, utilizam técnicas de representação da pintura Naif, e criaram formas de relato diferentes das propostas por Siqueiros, Rivera e Orozco, renovando a pintura mural. Outros projetos visam apenas o decorativismo, procurando criar uma "ambiência" agradável e propicia ao turismo, a diferença do "grafite" praticado em outras grandes cidades, e ainda considerado marginal, que trata o espaço urbano com violência, "sujando" em muitos casos o "suporte", ou seja o muro, como forma de rebeldia. Um pouco antes dos vinte anos, buscando posibilidades de melhorar os estudos e o trabalho, visitei as enormes oficinas de uma empresa que pintava cartazes murais para teatros e cinemas da avenida Corrientes, "corredor cultural" de Buenos Aires, famosa pela sua vida noturna. Eram galpões parecidos aos angares para aviões, cheios de andaimes presos a estruturas metálicas: a Capela Sixtina do pop portenho! Eu somente tinha visto aquilo nos livros, em fotografias, e em filmes. Foi uma impressão fortíssima, a sensação de estar perante uma coisa nova, de comunicação imediata. Nesse tempo a ampliação de imagens era feita por meio de um sistema de quadriculado, como no Renascimento. Cada quadro levava um número ou letra indicadores da sua posição no diagrama, podiam ser pintados individualmente e colocados nos seus lugares certos, a maneira de um grande quebracabeças, na montagem final do painel. Quase uma alquimia, se visto de fora. Tudo calculado numa planta: centímetro x centímetro... TRIMANO - Rio de Janeiro 2009

"Monumento a Gary Lloyd" - mural pintado por Kent Twitchell - vista parcial

"Monumento a Gary Lloyd" - detalhe

Separação das tonalidades por planos, desenhados no computador e passados para um gráfico quadriculado e numerado, guia para a execução final.

"Monumento a Gary Lloyd" / estacionamento

PUMA NO ZOOLÓGICO DE CHAPULTEPEC / Longo liso lento lépido gato macio / Qual marcação, que coreografia dançava você / quando eles puxaram a cortina final?/ Como pode essa elegância sóbria permanecer / aqui tão sozinha, nesse palco 3 x 4?/ Te darão ainda uma nova chance / para dançar talvez pelas Sierras?/ Como você está triste; ao te observar / penso em Ulanova / trancada nalguma sala apertada com mobilia / em Nova York, na 17 a. Rua Leste, / no bairro porto-riquenho. / Gregory Corso - de "Gasolina & Lady Vestal" POESIA URBANA - 1955 / tradução de Ciro Barroso

segunda-feira, 19 de outubro de 2009

"Homem tecnológico" - mural pintado por Joe Bravo nos anos 70

"Nosso Espírito no Futuro" - mural pintado por Carlos Callejo e E. Rodriguez - Fachada de centro comunitário gay

"Baseball" - mural em fachada de edificio

"Las Olimpíadas" - mural de Frank Martinez

detalhe

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El Nuevo Fuego - mural

CONSTANTEMENTE ARRISCANDO O ABSURDO / Constantemente arriscando o absurdo / a morte / quando ele representa / sobre as cabeças / da audiência / o poeta como um acrobata / sobe na rima / até sua corda bamba / e balançando no brilho dos olhares / sobre um mar de rostos / segue seu caminho / até o outro lado do dia / traçando pas de deux / e transando sarabandas / e outros altos arabescos / e nunca esquecendo nada / coisa alguma / que ele não possa fazer // Afinal ele é o super-realista / que tem que fazer perceber, saber / a verdade nua e crua / antes de cada passo ou cada dança / em seu tal vez avanço / até o pico mais olímpico / onde a beleza está e espera / lei da gravidade / que comece o salto / que desafia a morte // E ele / um charliechaplin / que pode apanhar ou não / sua eterna forma forte / de braços abertos / águia solta / no vão vazio / da existência Lawrence Ferlinghetti / "Uma Coney Island da Mente" - 1958 tradução: Paulo Leminski