domingo, 29 de julho de 2012

PAUL DAVIS - Retrato de Nelson Mandela - I primeira imagem


PAUL DAVIS - Retrato de Nelson Mandela - II segunda imagem


PAUL DAVIS - Retrato de Nelson Mandela - III imagem definitiva


OS CAYNAS - CÉSAR VALLEJO
Fotos: Juan Rulfo

foto: Juan Rulfo

Luís Urquizo soltou uma gargalhada e, engolindo a última pólvora do riso,
bebeu sofregamente a cerveja. Colocou o copo vazio sobre o zinco do balcão,
quebrou-o e vociferou:
- Isso não é nada! Cavalgue muitas vezes sobre o lombo do meu cavalo
que caminhava com os quatro cascos negros sempre em movimento.
Oh, o meu soberbo alazão! É o paquiderme mais extraordinário da terra.
E mais do que cavalgar, surpreende, encanta, causa pavor o espetáculo
simples y puro de linhas e movimentos que este potro oferece quando
está parado numa gravitação impossível sobre a superficie inferior
de um plano suspenso no espaço. Não posso contemplá-lo sem sentir-me
alterado e fujir da sua presença, apavorado, como se a garganta fosse apunhalada.
É admirável! Assemelha-se a uma mosca varejeira, dessas que pousam 
nas vigas que equilibram os tetos humildes. Isto é maravilhoso!
É sublime e irracional!
Luís Urquizo fala e se entusiasma, o rosto fica marcado, como se jorrasse sangue,
os olhos úmidos. Ele treme, guilhotina as sílabas, solda e acende adjetivos; 
imita um ginete, ensaia algumas fintas, reforça em interjeções glaciais
as mais amplas insinuações da sua voz; gesticula, ergue o braço; ri é patético,
ridículo, se inspira e se contagia demencialmente.
E acrecenta:
- Vou-me embora - E saiu correndo, saltou o umbral da taberna e desapareceu.
- Coitado! - exclamaram em uníssono - Está completamente loco.
Na verdade, Urquizo estava desequilibrado. Não havia dúvida. O curso posterior
da sua conduta confirmou tudo isso. Aquele homem continuou vendo as coisas
pelo avesso, alterando tudo através dos cinco cristais baços dos seus sentidos enfermos. As pessoas de Cayna, o povoado onde habitava, fizeram dele o alvo
da curiosidade cruel e do divertimento cotidiano de adultos e crianças.

sábado, 28 de julho de 2012

foto: Juan Rulfo


Anos mais tarde, com a ausência de um tratamento oportuno,
agravou-se a sua demência de uma maneira quase mortal,
chegando ao mais truculento e edificante drama do homem
que sustém um triângulo de dois ângulos, que morde o cotovelo,
ri diante da dor e chora perante o prazer. Urquizo chegou a vagar
além das fendas eternas, onde correm para se agrupar na harmonia
e plenitude do som os sete matizes centrais da alma.
Entretanto, encontrei-o uma tarde. Desde que o vi, pouco antes de
cruzarmos, despertara na minha desabituada indulgência sobre
aquele desgraçado que, alem do mais, era meu primo em não sei
qual remota consanguinidade materna. Ao lhe ceder o caminho
para passar e saudá-lo, tropecei nas pedras da rua e enconstei
o meu braço no dele. Urquizo protestou indignado:
- Está louco?
A exclamação sarcástica do alienado fez me rir, e depois foi motivo 
de interrogações quando os mistérios da razão se transformam
em espinhos, estagnando no cerrado e tormentoso círculo
da lógica fatal entre os dois lados da cabeça.
Po que esta forma de indução em atribuir-me o descompasso
de parafusos que só ele possuía?
Com efeito, esse último sintoma transpassava já os limites da
alucinação sensorial. Isso era transcendente, sem dúvida,
já que representava nada menos do que um juízo,
o entrelaçamento de fios profundos, um lado da consciência.
Urquizo devia, pois, acredita nas suas capacidades,
estava perfeitamente seguro disso e, desde esse ponto de vista,
era eu o verdadeiro louco por ter esbarrado nele sem motivo.
Seguia esse plano de raciocínio que se denuncia em quase todos
os alienados, um plano que,por sua desconcertante ironia,
fere e escarnece dos órgãos mais cordatos até tirar-nos toda rédea mental
e varrer todos os ritos da vida.
Por isso, a surda exclamação do louco cravou-se de tal maneira
em minha alma, chegando a comover meu coração.  

foto: Juan Rulfo - detalhe


Luís Urquizo pertencia a uma familia numerosa da região.
Era muito querido pelos seus, que lhe prestavam todo quidado
a a assistência carinhosa. Certa vez, fiquei sabendo de algo
assustador. Todos os familiares de Urquizo que com ele conviviam,
estavam loucos também. E mais. Todos eram vítimas de uma
obsessão comum, de uma mesma ideia zoológica, grotesca, grave,
de um ridículo fenomenal: acreditavam que eram macacos,
 e assim viviam.
Minha mãe convidou-me uma noite para ir con ela saber noticias
dos parentes loucos. Não encontramos ninguém quando lá chegamos,
só a mãe de Urquizo que se distraia a mexer num monte de papeis sujos,
sob a lâmpada que pendia no centro da sala. Dado o isolamento e atraso
daquele povoado, que não tinha instituições de caridade nem polícia, 
os doentes saiam quando queriam para as ruas. Perambulavam, 
entravam nas casas, despertando sempre o riso e o pesar.
Ao nos ver, a mãe dos alienados ganiu agudamente, franziu as sobrancellas
com força e selvageria; continuou a vibrá-las para cima e para baixo, 
lançou com um gesto mecânico a folha de papel que manuseava e acocorou-se
sobre a cadeira com a rapidez infantil de um estudante que fica sério
diante do professor, escondeu os pés, dobrou os joelhos até a altura do tronco e,
nessa atitude, semelhante a uma múnia, esperou que entrássemos na casa
cravando os olhos - irrequietos, inexpressivos e selváticos - nas nossas
figuras, e naquela noite eles suplantaram assombrosamente os olhos
de um macaco, a boca revelava a ira. Minha mãe encostou-se a mim,
assustada e trêmula, e eu fui dominado por uma arrepiante sensação de espanto.
Mas não, sob a claridade da lâmpada, distinguimos naquela face perdida,
sob o cabelo que caia em crinas asquerosas até os olhos, começando logo
a franzir-se e mover-se sobre o miserável e esfarrapado tronco, virando-se
para os lados, como se estivesse sendo ajudada por forças invisíveis
ou por ruidos misteriosos produzidos nas barras metálicas de um parque.
A louca, como se prescindise de nós, começou a esfregar e a catar a barriga, as costas, os braços, triturando os parasitas com seus dentes amarelos.
Gania, às vezes, longamente e espreitava a sua volta, olhava a porta, 
como se fizesse uma advertência. Minha mãe, transcorridos alguns minutos
de espectativa e medo, fez-me um sinal para retroceder e abandonarmos a casa.
Este fato ocorreu há pelo menos vinte e três anos, até que, após ter vivido distante dos familiares por causa dos meus estudos em Lima, regressei um dia a Cayna,
a povoação que, além de solitária e distante, era como uma ilha para além
das montanhas ermas. O povoado arcaico de agricultores humildes, separados dos grandes centros civilizados do país por imensas e quase inacessíveis cordilheiras, vivia longos períodos de esquecimento e de absoluta falta de comunicação
com as outras cidades do Peru.
Devo chamar a atenção para a circunstância muito inquietante de não ter recebido
notícias da minha familia nos seis últimos anos em que estive ausente.
Minha casa situava-se quase a entrada do povoado.
Pairava um poente de maio - desses suaves e reflexivos poentes do leste peruano - sobre a cidade que, não sei por que razão, tinha naquela hora, na sua solidão e abandono exteriores, o ar de desgraça, o obstinado ar de abandono.
A falta de zelo e destruição transpareciam em toda parte. Não havia nem uma pessoa, a ao atravessar algumas esquinas os meus nervos enrijeceram-se, golpeados
por uma brusca impressão de ruína. Sem dar-me conta, estive à beira de chorar.

sexta-feira, 27 de julho de 2012

foto: Juan Rulfo


O portão avermelhado e rústico da mansão surgiu
aberto de par em par. Apeei do cavalo e ofegando
de ternura desmedida, entorpecido por um presságio
emocional, acalmando o animal suado, avancei pelo
saguão adentro. Imediatamente, entre o ruído dos cascos,
ergueram-se do interior gritos dissonantes e guturais,
como se fossem doentes uivando no meio da fadiga
e do delirio.
Não sei explicar como surgiu em mim a sensação de
correntes pesadas acorrentando-me os pulsos
e os tornozelos até sangrar, mordendo-me ferozmente,
quando vi aquela matilha doméstica. A imagen antropoide
da mãe de Urquizo surgiu instantaneamente na memória,
e invadiu-me ao mesmo tempo um pressentimento maior
que as minhas forças, era uma espécie de certeza aziaga
de que minutos depois, teria o meu envolto pelas trevas.
Gritei alto.
Nada. Todas as portas da habitação estavam totalmente abertas.
Soltei as redeas do cavalo, vasculhei os corredores, os pátios, os quartos.
E novos grunhidos detiveram-me diante de uma escadaria que ascendia
ao aposento mais sombrio e elevado da casa. Espreitei.
Não sazia sentido.
Nenhum sinal de vida, nem um só animal doméstico.
Mãos insólitas deviam ter alterado com astuciosa mudança de gosto
e de todo o senso de ordem e comodidade, a distribuição usual
dos móveis e dos utensiliod do lugar.

foto: Juan Rulfo


quinta-feira, 26 de julho de 2012

Saltei precipitadamente os degraus da escada
e transpus o espaço guiado por uma secreta atração,
observando com vagar. Fiquei detido ali com uma aflição
inexplicável e arrepiante. Duvidei por breves segundos e,
favorecido pelos últimos clarões do dia, olhei atentamente
para dentro.
Vi, num átimo, um rosto macilento e selvagem entre as sombras,
mortalmente desfigurado e causando terror.
Ganhei coragem - embora já percebesse tudo, oh Deus! -
e parei diante da porta, esforçando-me para reconhecer 
a máscara apavorante.
Era o rosto do meu pai!
Um macaco, sim! Toda a verticalidade truncada e o arrojo
acrobático, todo o jogo de nervos, a expressão facial
e os gestos, o esqueleto, e até o pelo eriçado. O fio
sutilíssimo com que é tramada a membrana inconsútil
da espessura matematicamente exata que o tempo e a lógica
universal estabelecem, anulam e transpõem as colunas
e o curso da vida!
- Grrrrr!... Grrrrr". - grunhiu nervosamente.
Posso assegurar que ele não me reconhecera. Movimentou-se
com destreza, se posicionando no antro onde se refugiara e -
refén de uma apreensão verdadeiramente própria de um gorila enjaulado
perante as pessoas que o observam e o importunam -
saltava e grunhia, arranhava o estuque do covil vazio, sem parar de observar
um só instante, pronto para defender-se ou atacar.
- Meu pai! - supliquei, impotente e débil, e avancei para abraçá-lo.
Ele suspendeu bruscamente o seu as diabólico, desarmando
toda a sua feição selvagem e parecia resgatar num só impulso
toda a treva do seu pensamento
Chegou até mim, calmo e terno, transfigurado em homem,
como por ventura se aproximou de minha mãe no dia em que se abraçaram
tão humanamente, até extrair o sangue com que encheram meu coração
e o impeliram para que pulsasse no compasso da minha fronte e
dos meus pés.
Mas quando pensei que algo nele se iluminara, ao conjuro milagroso
do clamor filial, deteve-se a poucos passos, como que corrigindo o seu ato,
no enigma da sua mente enferma. O seu rosto barbudo  ensaiou uma expressão
desorbitada, distante e enfraquecida, com tal vigor interior que provocou em mim
uma crispação a ponto de virar o olhar, despertando a sensação fria de uma
realidade completamente transtornada.
Tentei falar-lhe mais uma vez e com todo o ímpeto.
Riu de maneira insana.
- A estrela... - balbuciou. E articulou novos grunhidos.
A angústia e o terror me fizeram suar glaciarmente.
Emiti um soluço sentido, contornei a escada e saí daquela casa.

foto: Juan Rulfo

A noite cobria tudo.
O meu pai estava louco! Ele e todos os meus parentes
acreditavam que eram macacos, assim como a familia
de Urquizo! Minha casa tinha se transformado num manicômio.
Foram contagiados pelos outros parentes, sim, uma influência fatal!
Porem, isso não era nada. Aconteceu algo mais atroz e desolador,
um flagelo do destino, a ira de Deus. Não fora só a minha familia
que ficara louca. O povoado inteiro havia enlouquecido.
Ao sair de casa caminhei sem destino, sofrendo choques e tremores
morais tão intensos como nunca sofrera e que abateram ainda mais
os meus sentidos.
As ruas pareciam entaipadas. Por onde andava, surgia-me um transeunte
que fatalmente parecia simular um antropoide, um personagem mímico.
A obsessão zoológica regressiva cujo germe nascera tempos atrás na cabeça instável de Luis Urquizo, propagara-se em cada um dos habitantes de Cayna,
sem variar absolutamente de natureza. A mesma ideia conquistara todos
aqueles infelizes.
Foram todos inoculados no mesmo ponto do cérebro.
Não guardo lembrança de uma noite repleta de tanta tragédia e bestialidade,
em cujas margens ásperas não havia mais luz natural a não ser a dos astros,
já que não que não avistei luz artificial em ponto algum.
Até o fogo - obra e signo fundamental da humanidade - havia sido banido dali!
Como que através dos domínios de uma ignorada espécie animal 
em transição, vageei por esse caos lamentável onde não encontreo -
por muito que quisesse e procurasse - nenhuma pessoa livre desse pesadelo.
Tudo indicava que havia desaparecido dali todo indício de civilização.
Pouco tempo depois de ter saído, devo ter regressado à minha casa.
Parei logo no primeiro corredor. Nem um som, nem uma respiração.
Caminhei pela escuridão compacta que reinava, seguí por um pátio e dei
com o corredor da frente. O que acontecera com o meu pai e toda a minha 
familia?
Certa serenidade invadiu minha alma. Tinha que procurar a todo custo
minha mãe, vê-la para saber se estava sã e salva., acariciá-la e ouvi-la
chorar de ternura ao reconhecer-me, e abafar toda essa vileza. Era preciso
procurar novamente meu pai. Tal vez todos os outros gozassem
do pleno exercício das suas faculdades mentais.
Oh meu Deus, sim! Enganara-me, sem dúvida, ao pensar de forma tão simples.
Agora, ciente do nervosismo dos primeiros instantes, e da má disposição
em que mergulhara a minha imaginação excitável para ter levantado
tão horríveis castelos no ar. E, porventura, podia estar seguro da demência
do meu pai?

quarta-feira, 25 de julho de 2012

foto: Juan Rulfo


Uma leve brisa de esperança invadiu o meu interior.
Atravessei a primeira porta que alcancei no meio
da escuridão e no avançar, sem saber a razão,
senti que titubeava, ao mesmo tempo em que tirava
inconscientemente de um dos bolsos uma caixa
de fósforos e ascendia a chama.
Esqudrinhei a habitação, quando ouvi alguns passos
que se atropelavam pelos corredores.
O sangue desapareceu do meu corpo, mas não a ponto
de deixar apagar a chama que acabara de acender.
Meu pai, tal como o encontrara naquela tarde,
apareceu no umbral da porta seguido de alguns seres
sinistros que rosnavam de forma grotesca. Apagaram
de imediato a luz que eu trazia, e gritaram misteriosamente:
- Luz, luz!... Uma estrela!
Fiquei paralisado e sem palavra.
Mas, com um gesto intempestivo, consegui reaver as forças
e gritar desesperado:
- Pai! Recorda que sou teu filho! Não estás doente!
Não podes estar doente! Para com esse grunhido selvagem!
Não és um macaco! És um homem, oh, meu pai!
Somos todos homens!
E acendí outro fósforo.
Uma gargalhada apunhalou-me o coração. E meu pai falou
com uma lástima dilacerante, pleno de comiseração infinita.
- Coitado, pensa que é um homem. Está louco...
E fez-se escuridão outra vez.
Arrebatado pelo espanto, distanciei-me do grupo tenebroso,
a cabeça girando.
- Coitado! - exclamaram todos - Está completamente louco!...
- E aqui estou - acrescentou com pesar o homem que fizera
esta narraçãqo curiosa.
Aproximou-se então um empregado de uniforme amarelo
e fez um gesto para que o seguisse, ao mesmo tempo
em que nos saudava, despedindo-se e falando para os lados:
- Boa tarde, agora precisa ir para o seu quarto, boa tarde.
E o narrador demente dessa história desapareceu junto com
o seu enfermeiro  que o guiava entre os verdes choupos 
do manicômio, enquanto o mar murmurava amargamente
e os pássaros lutavam entre si na espádua agonizante da tarde...
Extraído do livro de relatos "Paco Yunque" - tradução: Jorge Simões

foto: Juan Rulfo


OS POETAS
VIOLETA PARRA - Chile

O retrato fotográfico - VIOLETA PARRA - (Violeta del Carmen Parra Sandoval) - San Carlos 1917 - Santiago do Chile 1967 - Poeta, compositora e artista plástica


PUPILA DE ÁGUILA


Un pajarillo vino a posarse bajo mi arbolito,
era de noche, yo no podia ver su dibujito,
se lamentava de que una jaula lo hizo prisionero,
que las plumillas, una por una, se las arrancaron.
Quise curarlo con mi cariño más el pajarillo
guardó silencio como una tumba hasta que amaneció.

O retrato fotográfico - Violeta Parra


Llegan los claros de un bello dia, el viento sacudió
todo el ramaje de mi arbolito y allí se descubrió
que el pajarillo tenia el alma más herida que yo,
y por las grietas que le sangraban su vida se escapó,
en su garganta dolido trino llora su corazón,
le abrí mi canto y en mi vihuela lo repitió el bordón.

O retrato fotográfico - Violeta Parra


terça-feira, 24 de julho de 2012

Ya mejoraba, ya sonreía con mi medicina,
cuando una tarde llegó una carta de su jaula antigua,
en mi arbolillo brotaron flores negras y moradas
porque el correo vino a buscarlo mis ojos lloraban.
Desaparece, me deja en prenda toda su amargura,
se lleva ufano mi flor más tierna, mi sol y mi luna.

O retrato fotográfico - Violeta Parra


O retrato fotográfico - Violeta Parra


En el momento de su partida, en mi cuerpo un collar
dejó olvidado, y como Aladino yo le empecé a frotar.
Pasan minutos, pasan las horas y toda una vida
por el milagro de aquella joya lo he visto regresar,
con más heridas, con más silencio y con garras largas,
sus buenos dias mi piel desgarra con ácida maldad.

O retrato fotográfico - Violeta Parra


O retrato fotográfico - Violeta Parra


O retrato fotográfico - Violeta Parra


Ave que llega sin procedencia y no sabe dónde va
es prisionero en su propio vuelo, ave mala será,
ave maligna, siembra cizaña, bebe, calla y se va,
cierra tu puente, cierra tu canto, tira la llave al mar.
Un pajarillo vino llorando, lo quise consolar,
toqué sus ojos con mi pañuelo, pupila de águila.
VIOLETA PARRA
O Retrato Fotográfico

O retrato fotográfico - CHARLIE "BIRD" PARQUER - Estados Unidos 1920-1955 - Saxofonista e compositor


"BIRD"


"BIRD"


"BIRD"


"BIRD"


"BIRD" e Miles Davis


"BIRD"


"BIRD"


O retrato fotográfico - JERRY MULLIGAN - Estados Unidos 1927-1996 - Saxofonista e compositor


O retrato fotográfico - MARCK TWAIN - Estados Unidos 1835-1910 -Escritor


O retrato fotográfico - CHARLES MINGUS - Estados Unidos 1922-1979 - Contrabaixista e compositor


O retrato fotográfico - ROBERT LOUIS STEVENSON - Escócia 1850-1894 - Escritor


O retrato fotográfico - TIMOTHY LEARY - Estados Unidos 1920-1996 - Psicólogo e ativista político


terça-feira, 17 de julho de 2012

O retrato fotográfico - ABRAHAM LINCOLN - Estados Unidos 1809-1865 - Político


O retrato fotográfico - JOHN LEE HOCKER - Estados Unidos 1917-2001 - Guitarrista e compositor de blues


O retrato fotográfico - DYLAN THOMAS - Inglaterra 1914-1953 - Poeta


O retrato fotográfico - LIGHTNIN HOPKINS - Estados Unidos 1912-1982 - Guitarrista e cantor de blues


O retrato fotográfico - ORSON WELLES - Estados Unidos 1915-1985 - Ator e diretor de cinema


O retrato fotográfico - LAWRENCE FERLINGHETTI- Estados Unidos 1919 - Poeta e editor


domingo, 15 de julho de 2012

O retrato fotográfico - ANTON TCHEKOV - Rússia 1860-1904 - Escritor e dramaturgo


O retrato fotográfico - TCHEKOV com León Tolstoy


O retrato fotográfico - TCHEKOV com Máximo Gorki


O retrato fotográfico - TCHEKOV com a esposa


O retrato fotográfico - ROSA LUXEMBURGO Polonia 1871 - Berlim, Alemanha 1919 - Filósofa marxista e co-fundadora do SPD


O retrato fotográfico - FRANZ KAFKA - Tchecoslovaquia 1883-1924 - Escritor


O retrato fotográfico - BOB MCFERRIN - Estados Unidos 1950 - Cantor e ritmista


O retrato fotográfico - JACK LONDON - Estados Unidos 1876-1916 - Escritor e ativista político


O retrato fotográfico - JUAN L. ORTIZ (Juan L.) - Entre Rios, Argentina 1896-1978 - Poeta


O retrato fotográfico - PATRICE LUMUMBA - República Democrática do Congo 1925-1961 - Político e primeiro ministro


O retrato fotográfico - HO CHI MIHN - Vietnã 1890-1969 - Estadista


O retrato fotográfico - ERNESTO 'CHE' GUEVARA - Argentina 1928 - Bolivia 1967 - Médico e comandante guerrilleiro