O propósito deste blog é o de mostrar o trabalho do ilustrador,independente das regras impostas pelo mercado,nas quatro disciplinas praticadas por mim, em diferentes momentos e veículos: A Caricatura na Imprensa,A Ilustração na Imprensa,A Ilustração Editorial e O Poema Ilustrado. Também são mostradas modalidades diferentes das mesmas propostas como: Montagens das exposições e a revalorização do painel mural, através das técnicas de reprodução digital em baner.
sábado, 10 de dezembro de 2016
Na obra reproduzida acima, de Giotto Di Bondone (1267-1337), realizada 200 anos antes do aparecimento da "óptica" na pintura, podemos ver as figuras "inventadas"
pelo artista, muito diferentes do "fotografismo" das
imagens produzidas a partir do Renascimento,
quando os pintores começaram a usar lentes e espelhos
para reproduzir as pessoas e os objetos com fidelidade,
quando Leonardo começa a utilizar a câmara escura,
antecedente das lentes.
pelo artista, muito diferentes do "fotografismo" das
imagens produzidas a partir do Renascimento,
quando os pintores começaram a usar lentes e espelhos
para reproduzir as pessoas e os objetos com fidelidade,
quando Leonardo começa a utilizar a câmara escura,
antecedente das lentes.
Que Rembrandt tenha tido conhecimento acerca de óptica me parece claro - seus alunos com certeza tinham.
Mas meu argumento aqui é simples: Rembrandt
transcendeu o aspecto "naturalista" com seu poder
emocional.
Nenhum artista, nem antes ou depois, infundiu tanto
em rostos como ele. Podemos ver no raio X do ancião, acima, como Rembrandt começava seus retratos
com uma rápida notação de fortes contrastes,
uma luz intensa causando profundas sombras.
A pintura subjacente é miraculosa em sua economia,
porém a cabeça acabada comove a fundo pelo ar
simples e pouco detalhista, com um tratamento sutil
da expressão ao redor dos olhos e da boca que sugere
o exame cálido e detido de um semelhante.
David Hokney
Mas meu argumento aqui é simples: Rembrandt
transcendeu o aspecto "naturalista" com seu poder
emocional.
Nenhum artista, nem antes ou depois, infundiu tanto
em rostos como ele. Podemos ver no raio X do ancião, acima, como Rembrandt começava seus retratos
com uma rápida notação de fortes contrastes,
uma luz intensa causando profundas sombras.
A pintura subjacente é miraculosa em sua economia,
porém a cabeça acabada comove a fundo pelo ar
simples e pouco detalhista, com um tratamento sutil
da expressão ao redor dos olhos e da boca que sugere
o exame cálido e detido de um semelhante.
David Hokney
Frans Hals, dessa vez de 1626-8. Já a mão em escorço
é espantosa. Como ela poderia ser pintada com traço
tão confiante e não entanto tão "correto", tão profundamente
"crível"? E, mais uma vez, por quanto tempo poderia ser
mantida nessa posição? O crânio também é uma obra-prima
de economia. O vivo frescor e a cuidadosa iluminação
de Hals, na qual os dentes captam a luz de modo
tão convincente. Terá ele realmente feito isso "a olho"?
Parece haver uma sólida estrutura sob suas fluidas pinceladas. Devo lembrar que não há desenho de carvão
subjacente aqui - nada senão marcas pintadas.
Uma bela pintura, com uma base óptica.
David Hokney
é espantosa. Como ela poderia ser pintada com traço
tão confiante e não entanto tão "correto", tão profundamente
"crível"? E, mais uma vez, por quanto tempo poderia ser
mantida nessa posição? O crânio também é uma obra-prima
de economia. O vivo frescor e a cuidadosa iluminação
de Hals, na qual os dentes captam a luz de modo
tão convincente. Terá ele realmente feito isso "a olho"?
Parece haver uma sólida estrutura sob suas fluidas pinceladas. Devo lembrar que não há desenho de carvão
subjacente aqui - nada senão marcas pintadas.
Uma bela pintura, com uma base óptica.
David Hokney
Espanhol e holandês: Velázquez e Gerrit van Honthorst, embaixo. Ambas as obras foram pintadas nos anos 1620,
e ambas revelam expressões e gestos fugazes.
Velázquez é dono de um olho e pincel maravilhosos -
é mais audaz, menos detalhista, menos literal que Van Honthorst. Mas ambos possuem uma precisão que a mim
sugere algum uso de óptica.
O globo em Velázquez, no retrato de cima, é tão perfeito quanto o de Holbein no quadro "Os Embaixadores", pintado um século antes.
Feito a olho? Velázquez era tão destro que precisou somente de poucos traços - o uso mínimo da óptica
para produzir efeitos máximos.
David Hokney
e ambas revelam expressões e gestos fugazes.
Velázquez é dono de um olho e pincel maravilhosos -
é mais audaz, menos detalhista, menos literal que Van Honthorst. Mas ambos possuem uma precisão que a mim
sugere algum uso de óptica.
O globo em Velázquez, no retrato de cima, é tão perfeito quanto o de Holbein no quadro "Os Embaixadores", pintado um século antes.
Feito a olho? Velázquez era tão destro que precisou somente de poucos traços - o uso mínimo da óptica
para produzir efeitos máximos.
David Hokney
Sorrisos, sorrisos, sorrisos. Reconhecemos fotografias
de rostos sorridentes como apenas frações de segundo.
Sorrisos não duram, não se tem muito tempo
para examiná-los. Artistas que "fazem a olho" e precisam
de mais tempo para fixar as feições essenciais
tendem a registrar expressões mais estáticas.
Mesmo com o expediente óptico, o artista tem de ser
bem rápido, fazendo apenas umas poucas marcas
para registrar um instante fugidio. Somente aqueles
com alto nível de habilidade e experiência, e tal vez
com "atores-modelos" profissionais (capazes de fazer
uma pose e mantê-la por um tempo maior), podem ter
esperanças de captar um sorriso.
David Hokney
de rostos sorridentes como apenas frações de segundo.
Sorrisos não duram, não se tem muito tempo
para examiná-los. Artistas que "fazem a olho" e precisam
de mais tempo para fixar as feições essenciais
tendem a registrar expressões mais estáticas.
Mesmo com o expediente óptico, o artista tem de ser
bem rápido, fazendo apenas umas poucas marcas
para registrar um instante fugidio. Somente aqueles
com alto nível de habilidade e experiência, e tal vez
com "atores-modelos" profissionais (capazes de fazer
uma pose e mantê-la por um tempo maior), podem ter
esperanças de captar um sorriso.
David Hokney
O tirocínio de jovens artistas no século XVII (e antes)
envolvia a cópia de quadros. Copiar um quadro é estudá-lo.
Técnicas de pintura seriam desenvolvidas copiando
o mestre. Mas como eram feitas as cópias?
Todas as pequenas riscas no irregular pote de água,
com seu formato imperfeito, são idénticas.
Isso seria impossível se tivesse sido copiada a olho.
Poderia ter sido decalcada, mas que eu saiba não existem
desenhos decalcados. Terá sido usada a óptica, tal como creio que Van Eyck utilizou uma lente-espelho
para transladar seu desenho do cardeal Albergati?
David Hokney
envolvia a cópia de quadros. Copiar um quadro é estudá-lo.
Técnicas de pintura seriam desenvolvidas copiando
o mestre. Mas como eram feitas as cópias?
Todas as pequenas riscas no irregular pote de água,
com seu formato imperfeito, são idénticas.
Isso seria impossível se tivesse sido copiada a olho.
Poderia ter sido decalcada, mas que eu saiba não existem
desenhos decalcados. Terá sido usada a óptica, tal como creio que Van Eyck utilizou uma lente-espelho
para transladar seu desenho do cardeal Albergati?
David Hokney
Assinar:
Postagens (Atom)