sábado, 17 de agosto de 2013

Se pensarmos na profusão de imagens as quais hoje somos submetidos,
encarar este vazio como o fundo branco de uma tela é no mínimo ingênuo.
O deserto que se pronuncia por trás de nossa retina
é uma massa diversificada de imagens, onde o excesso
não permite também foco, deixando-nos incapacitados
de descrever com detalhes o que realmente vemos.
Os desenhistas nessa proposta aceitaram este desafio e, cada qual a sua maneira,
emprenderam sua jornada neste oceano de referências, que já vieram
como síntese de outras imagens, imagens pós-texto, parafraseando
o pós-histórico de Vilém Flusser em seu texto "O futuro da escrita", quando propõe
uma linha evolutiva onde as imagens pre-históricas que representam o mundo,
aos poucos tornam-se históricas com a escrita. Com a tecnologia chegamos
às imagens técnicas, estas tecno-imagens representam na verdade textos.

JULIO TIGRE

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