O propósito deste blog é o de mostrar o trabalho do ilustrador,independente das regras impostas pelo mercado,nas quatro disciplinas praticadas por mim, em diferentes momentos e veículos: A Caricatura na Imprensa,A Ilustração na Imprensa,A Ilustração Editorial e O Poema Ilustrado. Também são mostradas modalidades diferentes das mesmas propostas como: Montagens das exposições e a revalorização do painel mural, através das técnicas de reprodução digital em baner.
terça-feira, 12 de janeiro de 2010
O que eu não posso, aquí, é nestas ruas aceitar-me /
digitado sem o perfil das minhas sombras /
na sombra dos que não me vêem e se fizeram /
cães de guarda do poder em que se alienam Estado e ideologias. /
O que não posso é sentir-me em tudo isso e não ser /
a ferida aberta na grande curva do horizonte /
pelo uso dos medos que se fardam /
com a escuridão acumulada nas injustiças da riqueza. /
O que eu não posso é pensar tudo isso sem pensar-me /
sob os vendavais de uma carta que se queima /
no olho sempre aberto dos Guevaras deste século. //
O que eu não posso é padecer isso tudo e não fazer-me /
lenha a queimar-se no calor das praças. /
Numa alegria passiva, alí, o povo é reunido /
com anima enganada e ainda incônscio /
de ser ele, com suas mãos e o seu suor, a força /
que move nos porões da história principal /
as alavancas do dia e o chão das coisas inventadas. /
Mentirosos, os holofotes iluminam os atores e as atrices /
das glórias de ter fingido o ser /
a voz dos que são pobres, a voz dos que não têm /
condições iguais de microfone e luz.
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