A FOZ DE HUDSON
Robert Lowell
Um homem sozinho fica ali, como a espiar as aves,
e raspa a neve salpicada em preto e branco
de uma bobina grisalha
abandonada, de cabo elétrico Westinghouse.
Ele não pode descobrir a América cantando
as cadeias dos condenados trens de carga
vindos dos trinta Estados. Que sacolejam, rangem,
rejeitam restos atirados no desvio ali embaixo.
Seu equilíbrio a custo se mantém.
Os olhos pingam
e ele vai à deriva no gelo espedaçado
estalejando Hudson abaixo até o mar,
como as brancas placas soltas de um jogo de armar.
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