domingo, 27 de março de 2016

Kozik trabalha um tipo de ilustração comercial,
de grande destreza técnica e comunicação imediata,
produzida a partir de fotografias pintadas digitalmente.
Este tipo de ilustração explora os efeitos especiais das cenas do cinema e das imagens dos jogos de videogame,
que tem "invadido" o mercado dos filmes de ficção,
assim como os diversos produtos da "indústria do entretenimento".
Sob esta influência, vemos na atualidade uma tendência exagerada em alguns desenhistas e ilustradores, em copiar fotografias.
Essa tendência ou moda, que poderíamos chamar 
de neo-Hiperrealismo, carece da visão do Hiperrealismo, 
que "auto-criticava" seu próprio "copismo"..., o que vemos hoje, é apenas um exercício de destreza em registrar
a realidade com meticulosa precisão.
É evidente que na atualidade, qualquer tipo de realismo
é marcado pela fotografia, o registro é determinado pelo "olho da lente", que é diferente da visão do olho
humano.
Esta transformação da imagem, praticada desde os artistas do Barroco até Courbet (já no pré-Impressionismo),
começou com a utilização de lentes na pintura, na intenção de "imitar" a realidade.
Hoje, a fotografia e o cinema, substituiram esse tipo de figuração "imitativa".
A tecnologia invadiu a arte contemporânea e invalidou o virtuosismo artesanal da pintura realista anterior ao Impressionismo.
As palavras de Picasso, formuladas há mais de 50 anos explicam: "A fotografia chegou na hora certa para liberar a pintura das suas amarras em descrever a realidade. A partir da sua descoberta, não faz mais sentido ficar "copiando" o real, se ele podia ser capturado em segundos pela lente da câmera fotográfica"...

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