segunda-feira, 27 de abril de 2015

A visão se turva. Minha força...
são dois dardos adamantinos ocultos,
confunde-se o que se ouve da casa paterna distante
que respira.
Os músculos duros e os gânglios enfraquecem...
como um ruído de bois no pasto,
e quando a longa noite cai...
duas asas surgem atrás de mim.
Na festa, a vela me consome.
De madrugada, recolham minha cera derretida...
E nela leiam quem chora, e quem anda soberbo...
Como dando a última porção de alegria,
morrendo levitando e...
por sorte, acender-se
postumamente, como uma palavra...

Arseni Tarkovski

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