ALBERTO BRECCIA nasceu em Montevideo, Uruguay em 1919.
Com 3 anos de idade mudou-se com sua familia para o bairro de
Mataderos, suburbio de Buenos Aires.
O nome do bairro se deve a que, nessa região
estavam instalados os currais onde se sacrificava o gado.
Após deixar a escola, Breccia trabalhou numa fábrica
de embalagem de tripas.
Em 1938 consegue emprego na revista "El Resero", onde
escreveu materias e desenhou as capas.
Em 1939 começou a carreira profissional na editora de Manuel Lainez,
ilustrando as revistas "Rataplan", "El Gorrión", e "Kid Rio Grande"
Em 1950, junto com Hugo Pratt e outros ilustradores, fundam a
Escola Panamericana de Arte, um projeto único até hoje, de uma escola
de artes gráficas dedicada ao ensino da ilustração e dos quadrinhos.
Em 1957 conhece Héctor Oesterheld, escritor e dono da editora Frontera,
que publicava a revista de quadrinhos "Hora Cero", uma referência
na ilustração editorial argentina dessa época.
Para "Hora Cero", Breccia desenhou varios personagens criados por Oesterheld
que ficaram famosos, como o repórter de guerra Ernie Pike, cujas histórias
também foram ilustradas por Hugo Prat, e onde o personagem principal
é caracterizado com a fisionomia do escritor.
Em 1962 a dupla Oesterheld-Breccia produziú uma das histórias mais importantes
da sua parceria: "Mort Cinder", uma história de terror.
Em 1969, Oesterheld reescreveu o roteiro de "O Eternauta" para a revista argentina
"Gente", Breccia desenhou a história com um estilo decididamente experimental,
recorrendo a diversas técnicas. O trabalho resultante, foi anticonvencional e anticomercial e recebeu a desaprovação do "digestivo" público da revista,
dedicada as fofocas dos chamados "colunáveis". Breccia recusou-se a modificar
seu estilo, e a história parou de ser publicada.
Alberto Breccia, Vicente Solano López e Hugo Pratt, transformaram o desenho das histórias em quadrinhos, mecánico e sem vida nos idos de 50, em ilustrações com referências nas artes visuais e na literatura mais próximo do estilo dos gibis europeus
que dos comics americanos. Este refinamento de um género considerado até pouco tempo atrás, infantil e de pouco valor intelectual, foi semelhante ao aparecimento de música clássica nos ie-ie-ie dos Beatles.
Nessa nova forma de relato, os protagonistas passam a se comportar não
como bonecos e sim como atores cinematográficos, e as histórias deixam de ser
clichés para expressarem conteúdos mais próximos da literatura livresca.
Breccia é um desenhista de humor negro, "goyesco", que lembra
também o cinema expressionista. Seu desenho sempre foi autoral e experimental, duas atitudes anticomerciais, mais próprias do artista ilustrador que do ilustrador
prestador de serviços, e na sua última fase foi quase abstrato. Esta é a sua lição.
Existem semelhanças entre Breccia e Frank Miller na forma de iluminar as cenas
e os rostos com planos cortantes de preto e branco, que nos levam a evocação
do cinema negro americano. No caso de Frank Miller, o envolvimento do seu desenho com o cinema, o levou a co-dirigir a versão filmada da sua história "Sin City".
O propósito deste blog é o de mostrar o trabalho do ilustrador,independente das regras impostas pelo mercado,nas quatro disciplinas praticadas por mim, em diferentes momentos e veículos: A Caricatura na Imprensa,A Ilustração na Imprensa,A Ilustração Editorial e O Poema Ilustrado. Também são mostradas modalidades diferentes das mesmas propostas como: Montagens das exposições e a revalorização do painel mural, através das técnicas de reprodução digital em baner.
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