terça-feira, 1 de setembro de 2020

TRIMANO - GREGORY CORSO

NO TÚNEL-OSSADA DE CAMBRIDGE

 

Tomado pela loucura na estação-ossada

Crispando em minha maleta olho-dos-ossos

       que hoje é sinistra com as lições de andar do passado

O painel-ossada com os horários indicou: Preto

 

Algemado a um ministro

Desembarcado de uma diesel estofada

O guarda-freios me fisgou a nuca: Destino, negro

 

Pela janela eu vi passar meu agente de estradas

              saltitando pela plataforma

        uma tocha lanterna-ossada na mão como alucinado -

Subam no carro, subam no carro, dando risadas

Já no interior do túnel-ossada encostei meus ouvidos

       nos ouvidos do ministro escutando

       o aço conversar com o vapor

       e o vapor com o motor; escuro adiante

escuro adiante tudo preto e nada mais.

 

tradução: Ciro Barroso 

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