O propósito deste blog é o de mostrar o trabalho do ilustrador,independente das regras impostas pelo mercado,nas quatro disciplinas praticadas por mim, em diferentes momentos e veículos: A Caricatura na Imprensa,A Ilustração na Imprensa,A Ilustração Editorial e O Poema Ilustrado. Também são mostradas modalidades diferentes das mesmas propostas como: Montagens das exposições e a revalorização do painel mural, através das técnicas de reprodução digital em baner.
quarta-feira, 21 de outubro de 2009
No monumentalismo das pinturas de rua
da cidade de Los Ángeles / USA, percebemos um
grande dominio das técnicas publicitárias de comunicação
de imagem, que neste caso estão estreitamente
ligadas a cultura Pop urbana. Predominio da fotografia,
ou "fotografismo", em gigantescas ampliações que envolvem
o espectador num ilusionismo visual que muda o sentido do
real pelo insólito das imagens e os suportes escolhidos:
fachadas de edificios, paredões de fábricas,
terrenos abandonados e estacionamentos de automóveis.
Não existe mercado, a arte não
é mercancia, a imagem aquí é vista como um bem público, e o
mural de rua, como patrimônio da cidade. O muralismo "chicano",
nome dado aos mexicanos residentes nos Estados Unidos,
conserva uma constante da pintura latinoamericana,
que utiliza a representação de imagens
da antiga cultura azteca ou de outras culturas ancestrais indígenas,
junto as imagens do culto católico, e a exaltação étnica.
Muitas destas pinturas, utilizam técnicas de
representação da pintura Naif, e criaram formas de
relato diferentes das propostas por Siqueiros, Rivera e Orozco,
renovando a pintura mural.
Outros projetos visam apenas o decorativismo,
procurando criar uma "ambiência" agradável e propicia ao turismo,
a diferença do "grafite" praticado em outras grandes cidades,
e ainda considerado marginal, que trata
o espaço urbano com violência, "sujando" em muitos casos
o "suporte", ou seja o muro, como forma de rebeldia.
Um pouco antes dos vinte anos, buscando posibilidades de
melhorar os estudos e o trabalho, visitei as enormes
oficinas de uma empresa que pintava cartazes murais para
teatros e cinemas da avenida Corrientes, "corredor cultural" de Buenos Aires, famosa pela sua vida noturna.
Eram galpões parecidos aos angares para aviões, cheios de andaimes presos a estruturas metálicas: a Capela Sixtina do pop portenho!
Eu somente tinha visto aquilo nos livros, em fotografias, e em filmes.
Foi uma impressão fortíssima, a sensação de estar
perante uma coisa nova, de comunicação
imediata. Nesse tempo a ampliação de imagens era feita
por meio de um sistema de quadriculado, como no Renascimento.
Cada quadro levava um número ou letra indicadores da sua posição
no diagrama, podiam ser pintados individualmente e colocados nos
seus lugares certos, a maneira de um grande quebracabeças, na
montagem final do painel. Quase uma alquimia, se visto de fora.
Tudo calculado numa planta: centímetro x centímetro...
TRIMANO - Rio de Janeiro 2009
"Monumento a Gary Lloyd" - detalhe
PUMA NO ZOOLÓGICO DE CHAPULTEPEC /
Longo liso lento lépido gato macio /
Qual marcação, que coreografia dançava você /
quando eles puxaram a cortina final?/
Como pode essa elegância sóbria permanecer /
aqui tão sozinha, nesse palco 3 x 4?/
Te darão ainda uma nova chance /
para dançar talvez pelas Sierras?/
Como você está triste; ao te observar /
penso em Ulanova /
trancada nalguma sala apertada com mobilia /
em Nova York, na 17 a. Rua Leste, /
no bairro porto-riquenho. /
Gregory Corso - de "Gasolina & Lady Vestal"
POESIA URBANA - 1955 /
tradução de Ciro Barroso
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