O propósito deste blog é o de mostrar o trabalho do ilustrador,independente das regras impostas pelo mercado,nas quatro disciplinas praticadas por mim, em diferentes momentos e veículos: A Caricatura na Imprensa,A Ilustração na Imprensa,A Ilustração Editorial e O Poema Ilustrado. Também são mostradas modalidades diferentes das mesmas propostas como: Montagens das exposições e a revalorização do painel mural, através das técnicas de reprodução digital em baner.
sexta-feira, 13 de julho de 2012
QUASE SONETOS
1
Sou um monstro
selvagem e disforme
sobre teu ventre
- o corpo convexo.
Depois pouso a mão
em teu sexo
como se pousasse
sobre uma ave que dorme.
2
Vejo-te-agora
como maçã ou fruta qualquer
que repousasse a imagem
numa tela que Guignard pintara:
imagem que fulgura
em sua forma clara
como fulgura sobre a cama
teu corpo saciado de mulher
3
O retorno à Terra
após a desordem do coito
é lento, silencioso
- quase inverossímil:
acendo um cigarro,
mastigas um biscoito,
enquanto limpo-te com o dedo
o borrão do rímel.
1
Sou um monstro
selvagem e disforme
sobre teu ventre
- o corpo convexo.
Depois pouso a mão
em teu sexo
como se pousasse
sobre uma ave que dorme.
2
Vejo-te-agora
como maçã ou fruta qualquer
que repousasse a imagem
numa tela que Guignard pintara:
imagem que fulgura
em sua forma clara
como fulgura sobre a cama
teu corpo saciado de mulher
3
O retorno à Terra
após a desordem do coito
é lento, silencioso
- quase inverossímil:
acendo um cigarro,
mastigas um biscoito,
enquanto limpo-te com o dedo
o borrão do rímel.
1892-2002
Voz rumor dos rios
Voz quase-silêncio das planícies
Voz cantoria dos melros
Voz antivoz das estradas do Oeste
Voz roufenha do vento nas montanhas
Voz dos negros dos índios dos imigrantes
Voz dos becos das docas dos bares
Voz ruído das máquinas
Voz incessante dos mares
Voz dos animais das crianças das mulheres
Voz burburinho da Broadway
Voz das vozes múltiplas de Manhattan
Voz das vozes de toda a América
Voz das vozes das vozes de todos os lugares
whitmannianamente recolhidas em uma única voz:
Walt Whitman - o que eu queria dizer-te
é que relendo as folhas de relva
encontrei perdidas entre as páginas
duas pálidas pétalas de rosa
que alí deixara um moço (uma moça?)
em respeitosa homenagem
mais de um século após a tua morte
e que me pareceram o veludo da pele de tua face
sob a espesa barba - motivo óbvio,
ó grande urso,
porque ninguém jamais a tocara...
Whitman - o que eu queria dizer-te
é que as acariciei como se fossem tua face
(agora sem a barba) de criança de fêmea de macho.
F.G
Voz rumor dos rios
Voz quase-silêncio das planícies
Voz cantoria dos melros
Voz antivoz das estradas do Oeste
Voz roufenha do vento nas montanhas
Voz dos negros dos índios dos imigrantes
Voz dos becos das docas dos bares
Voz ruído das máquinas
Voz incessante dos mares
Voz dos animais das crianças das mulheres
Voz burburinho da Broadway
Voz das vozes múltiplas de Manhattan
Voz das vozes de toda a América
Voz das vozes das vozes de todos os lugares
whitmannianamente recolhidas em uma única voz:
Walt Whitman - o que eu queria dizer-te
é que relendo as folhas de relva
encontrei perdidas entre as páginas
duas pálidas pétalas de rosa
que alí deixara um moço (uma moça?)
em respeitosa homenagem
mais de um século após a tua morte
e que me pareceram o veludo da pele de tua face
sob a espesa barba - motivo óbvio,
ó grande urso,
porque ninguém jamais a tocara...
Whitman - o que eu queria dizer-te
é que as acariciei como se fossem tua face
(agora sem a barba) de criança de fêmea de macho.
F.G
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