O propósito deste blog é o de mostrar o trabalho do ilustrador,independente das regras impostas pelo mercado,nas quatro disciplinas praticadas por mim, em diferentes momentos e veículos: A Caricatura na Imprensa,A Ilustração na Imprensa,A Ilustração Editorial e O Poema Ilustrado. Também são mostradas modalidades diferentes das mesmas propostas como: Montagens das exposições e a revalorização do painel mural, através das técnicas de reprodução digital em baner.
segunda-feira, 12 de janeiro de 2009
A cada animal que abate ou come sua própria espécie /
E cada caçador com rifles montados em camionetas /
E cada miliciano ou atirador particular /
com mira telescópica /
E cada capataz sulista de botas com seus cães /
& espingardas de cano serrado /
E cada policial guardião da paz com seus cães /
treinados para rastrear & matar /
E cada tira a paisana ou agente secreto /
com seu coldre oculto cheio de morte /
E cada funcionário público que dispara contra o público /
ou que alveja-para-matar criminosos em fuga /
E cada Guarda Civil em qualquer país que guarda os civis /
com algemas & carabinas /
E cada guarda-fronteiras em tanto faz qual posto de barreiras /
em tanto faz qual lado de qual Muro de Berlim /
cortina de Bambu ou de Tortilha /
E cada soldado de elite patrulheiro rodoviário em calças de /
equitação sob medida & capacete protetor /
de plástico & revólver em coldre ornado /
de prata /
E cada radiopatrulha com armas antimotim & sirenes e cada tanque /
antimotim com cassetetes & gás lacrimogênio
E cada piloto de avião com foguetes & napalm sob as asas /
E cada capelão que abençoa bombardeiros que decolam /
E qualquer Departamento de Estado de qualquer superestado que vende /
armas aos dois lados /
E cada Nacionalista em tanto faz que Nação em tanto faz /
qual mundo Preto Pardo ou Branco /
que mata por sua Nação /
E cada profeta com arma de fogo ou branca e quem quer que reforce /
as luzes do espírito á força ou reforce o poder /
de qualquer estado com mais Poder /
E a qualquer um e a todos que matam & matam & matam & matam /
pela Paz /
Eu ergo meu dedo médio /
na única saudação apropriada
Prisão de Santa Rita, 1968
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