terça-feira, 30 de dezembro de 2014

CRUMB


CRUMB


CURSO DE ILUSTRAÇÃO EDITORIAL
GRÁFICA AMERICANA


ILUSTRAÇÃO NA MIDIA IMPRESSA CONTEMPORÂNEA:
HIBRIDAÇÕES ESTÉTICAS E IMAGENS COMPLEXAS
fragmento

A ilustração está presente na midia impressa
desde os seus primordios. 
Está na gênese da imprensa, em seus diferentes
sistemas de impressão que tomam como base
a experiência dos gravuristas.
A ilustração pode reforçar, repetir, enfatizar ou extender
o sentido do texto; pode também, criticá-lo, acrescentar
algo, antecipar ou anunciar o conteúdo verbal.
Cabe perguntar se a ilustração deve "descrever o texto".
Mais que isso, ela compõe com o texto, dialoga com ele.
Deve ser vista, portanto, de maneira complexa, como
fenômeno estético, que extrapola as dimensões do objeto.
Para alguns, a ilustração apenas acompanha, enfatiza ou
ornamenta o texto escrito. Mas tal entendimento é um tanto
simplista e parece se aninhar em uma lógica funcionalista
ao atribuir funções coajuvantes à imagem em relação ao texto.
A ilustração deve romper a linearidade do texto, tencionar
com ele e, ao mesmo tempo, compor com o texto uma polifonia que amplia e enriquece as posibilidades de produção de sentidos. A ilustração se insere em um espaço
fronteiriço entre a comunicação e a arte. Informa e comunica
por um lado; mas não se limita a essas dimensões, pois mantém sua identidade artística, sua liberdade de expressão
que não se entrega à mera transmissão de informações.
A presença das artes visuais na imprensa contemporânea
é fruto de um processo de hibridação entre arte e joranalismo. Nos suplementos culturais as misturas criam novas linguagens, mensagens, formas de recepção e interação. Elementos de características pouco harmônicas
convivem em um espaço onde bens culturais são ao mesmo
tempo comerciais e artísticos, polpulares e eruditos, tradicionais e modernos, superficiais e sofisticados, conservadores e experimentais, informação e entretenimento
de consumo massivo que atendem a interesses empresariais
e mercadológicos. A mídia é integrada e apocalíptica.
Abre-se espaço para pensarmos a dimensão estética da
imprensa e a dimensão artística da comunicação. Assim,
"uma pintura, que ocupar o espaço tradicionalmente
ocupado pelo texto, deixa de ser uma pintura e se
converte em ilustração".
A hibridação entre arte e imprensa remete à discussão
ocasionada pela reprodução de bens culturais nos meios
massivos. Walter Benjamin lembra que: " a arte sempre foi
suscetível de reprodução, a exemplo da prática de copiar pinturas. Desde a modernidade, cada vez mais
surgiram obras cuja natureza é a própria reprodução.
Se a estética clássica tinha como referencial o valor
culto, preservando questões como aura, autenticidade 
e beleza, a estética na industria cultural acentua o valor
de exposição da obra. Mais "independente" do que o original, a reprodução técnica, aproximando-se do espectador, ganha valor de consumo. Alterou-se o modo
de sentir e perceber a arte conforme a época 
e a reprodução passou a atender a uma necessidade do espectador"
Ao abrigar a ilustração, a imprensa propôs ao seu público
uma experiência estética, mas ao mesmo tempo, não raro,
o fotojornalismo, é utilizado como mero ilustrador da realidade, na pretensão da objetividade. 
Motivos ideológicos e mercadológicos, sustentam essa idéia.
A estética do capitalismo criou modos de viver, dotando as imagens técnicas (a fotografia é uma delas) de determinada intencionalidade. A técnica é a principal plataforma artística narrativa do século XX. No entanto a facilidade tecnológica
não tem contribuido para uma utilização mais criativa 
e expressiva, e nem para gerar conhecimento.
Cabe compreender as produções simbólicas, pensando
a linguagem como algo social cultural, fruto do imaginário coletivo, levando em conta que a interpretação das mensagens depende de mecanismos sociais, subjetivos,
estéticos, antropológicos e tecnológicos, que nos capacita
para compreender as imagens, onde o visível revela dimensões escondidas do real.
A comunicação contemporânea pede novas formas de
representação, capazes de estabelecer mapas complexos
das novas realidades. É precisso entender a ilustração gráfica para além da esfera ornamental e decorativa,
ou como mero apêndice do discurso verbal.

Laan Mendes de Barros 
Marcia Rodrigues da Costa

Universidade Metodista de São Paulo

GRÁFICA AMERICANA


GRÁFICA AMERICANA


GRÁFICA AMERICANA


GRÁFICA AMERICANA


GRÁFICA AMERICANA


GRÁFICA AMERICANA


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GRÁFICA AMERICANA


GRÁFICA AMERICANA


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CURSO DE ILUSTRAÇÃO EDITORIAL
LEONARD BASKIN
ILUSTRAÇÕES PARA A BÍBLIA JUDAICA
A RECRIAÇÃO DO RETRATO 

LEONARD BASKIN
New Brunswick, Nova Jersei 1922
Northampton, Massachusetts, Estados Unidos 2000
Gravador e escultor 
Importante ilustrador literário que incorporou a gravura 
em metal na ilustração de livros.

BASKIN - Bíblia Judaica


BASKIN - Bíblia Judaica - "O Gênese" - nanquim


BASKIN - Bíblia Judaica - "A expulsão do Paraíso" - nanquim


BASKIN - Bíblia Judaica - "Caim e Abel" - nanquim


BASKIN - Bíblia Judaica - "O dilúvio" - nanquim


BASKIN - Bíblia Judaica - "A destruição de Sodoma e Gomorra" - nanquim