segunda-feira, 1 de junho de 2009

ARTE CORPORAL AFRICANA / ETHIOPIA e SOMALIA / fotos: Carol Beckwith e Angela Fisher
As civilizações africanas tem uma visão holística e simbólica da vida. Cada individuo é parte de um todo, ligados todos em função do cosmos em uma eterna busca pela harmonia, e de equilibrio. Outro conceito fundamental na filosofia da existência africana é a importância do grupo. Para que a comunidade viva, cada fiel deve participar seguindo o papel que lhe pertencer em nivel espiritual e terreno.
A arte africana representa os usos e costumes das tribos africanas. O "objeto" de arte é funcional. Nas pinturas, assim como nas esculturas, a presença da figura tem sido muito utilizada pelos artistas africanos, usandose o ouro, bronce e o marfim como matéria prima. Representando um disfarce para a incorporação dos espíritos. e a posibilidade de adquirir forças mágicas, as máscaras tem um significado místico importante na arte africana, sendo usada nos rituais e funerais. A pintura corporal está dentro desta prática. As máscaras são confeccionadas em barro, marfim, metais, mas o mais utilizado é a madeira. Para estabelecer a purificação e a ligação com a entidade sagrada, são modeladas em segredo na selva.
O Caminho das Estrelas
Seguindo / o caminho das estrelas / pela curva ágil do pescoço da gazela / sobre a onda sobre a nuvem / com as asas primaveris da amizade
Simples nota musical / indispensável átomo da harmonia / partícula / germe / cor / na combinação múltipla do humano
Preciso e inevitável / como o inevitável passado escravo / através das conciências / como o presente
No abstrato / incolor / entre idéias sem cor / sem ritmo / entre as arritmias do irreal / inodoro / entre as selvas desaromatizadas / de troncos sem raiz /
Mas concreto / vestido de verde / do cheiro novo das florestas depois da chuva / da seiva do raio do trovão / as mãos amparando a germinação do riso / sobre os campos de esperança
A liberdade nos olhos / o som nos ouvidos / das mãos ávidas sobre a pele do tambor / num acelerado e claro ritmo / de Zaires Calaáris montanhas luz / vermelhas de fogueiras infinitas nos capinzais violentados / harmonia espiritual de vozes tam-tam / num ritmo claro de África
Assim / o caminho das estrelas / pela curva ágil do pescoço da gazela / para a harmonia do mundo _________________________ Agostinho Neto - Angola 1922 / Moscou 1979