terça-feira, 1 de abril de 2014

GUEVARA - Olegario Mariano - nanquim e crayón 1929 -jornal "O Malho" --


GUEVARA - Embaixador Edwin Morgan - nanquim e crayón 1929 - jornal "O Malho" --


GUEVARA - Benito Mussolini - nanquim 1929 - Jornal "O Malho" --


GUEVARA - Pereira da Silva - nanquim 1929 - jornal "O Malho" --


GUEVARA - Manuel Villaboin - crayón e nanquim 1929 - jornal "O Malho" --


GUEVARA - "Feitiço" - nanquim 1929 - jornal Crítica --


GUEVARA - José Bonifacio - guache e crayón 1929 - jornal Crítica --


GUEVARA - O poeta Manuel Bandeira crayón e nanquim 1929 - jornal Crítica --


GUEVARA - Mario de Andrade - crayón 1929 - jornal Crítica --

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A partir do Modernismo dos anos 20,
e acompanhando as inovações visuais
dos artistas da Semana de Arte Moderna de 22,
surgem no Rio de Janeiro, dois desenhistas
que revolucionaram o "portrait-charge", 
e a ilustração brasileira do período, 
foram: J. Carlos (1884-1950), com as suas
deslumbrantes capas da revista "Para Todos".
influenciadas pelo Art-Nouveau, 
e as caricaturas "cubistas" 
do paraguaio Andrés Guevara (1904-1963).
CURSO DE ILUSTRAÇÃO EDITORIAL
Sobre a Utilidade da Arte
ANDREI TARKOVSKI

PABLO PICASSO - Acrobatas - óleo --


SOBRE A UTILIDADE DA ARTE

Porque a arte existe? Quem precisa dela? 
Na verdade, alguém precisa dela?
Estas são questões colocadas não só pelo poeta,
mas também por qualquer pessoa que aprecie arte -
ou, naquela expressão corrente, por demais sintomática
da relação da arte e seu público do século XX - 
o "consumidor".
Muitos fazem essa pergunta a si próprios, e qualquer pessoa ligada à arte costuma dar a sua resposta pessoal.
Alexander Block disse que "do caos, o poeta cria harmonia"
...Puchkin acreditava que o poeta tem o dom da profecia.
Todo artista é regido por suas próprias leis, mas estas 
não são, em absoluto, obrigatórias para as demais pessoas.
De qualquer modo, fica perfeitamente claro que o objetivo
de toda arte - a menos, por certo, que ela seja dirigida ao "consumidor", como se fosse uma mercadoria - é explicar
ao próprio artista, e aos que o cercam, para que vive 
o homem, e qual é o significado da sua existência. Explicar
às pessoas a que se deve sua aparição neste planeta, ou,
se não for possível explicar, ao menos propor a questão.
Para partirmos da mais geral das considerações, 
é precisso dizer que o papel indiscutivelmente funcional
da arte encontra-se na idéia do conhecimento
onde o efeito é expressado como choque, como catarse.
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E assim, a arte, como a ciência, é um meio de assimilação do mundo, um instrumento para conhecê-lo 
ao longo da jornada do homem em direção ao que
é chamado "verdade absoluta".
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Aquí, porem, termina toda e qualquer semelhança entre
essas duas formas de materialização do espírito criativo
do homem, nas quais ele não apenas descobre, 
mas também cria. No momento, é muito mais importante
perceber a divergência, a divergência, a diferença 
de princípio, entre as duas formas de conhecimento:
o científico e o estético.
Através da arte o homem conquista a realidade de forma subjetiva. Na ciência, o conhecimento que o homem tem
do mundo ascende através de uma escala sem fim, e a cada vez é substituído por um novo conhecimento, cada nova
descoberta sendo, o mais das vezes, invalidada pela seguinte, em nome de uma verdade objetiva específica.
Uma descoberta artística ocorre cada vez como uma imagem nova e insubstituível do mundo, um hieróglifo de absoluta
verdade. Ela surge como uma revelação, como um desejo
transitório e apaixonado de apreender, intuitivamente 
e de uma só vez, todas as leis deste mundo - sua beleza
e sua feiura, sua humanidade e sua crueldade, seu caráter
infinito e suas limitações. O artista expressa essas coisas
criando a imagem, elemento sui generis para a detecção
do absoluto. Através da imagem mantém-se uma conciência
do infinito: o eterno dentro do finito, o espiritual no interior da matéria, a inexaurível forma dada.
Poder-se-ia afirmar que a arte é um símbolo do universo,
estando ligado àquela verdade espiritual absoluta
que se oculta de nos em nossas atividades pragmáticas e utilitárias. 
Para poder penetrar em qualquer sistema científico,
uma pessoa deve recorrer a processos lógicos 
de pensamento, deve chegar a um entendimento 
que requer como ponto de partida um tipo específico
de educação. A arte se dirige a todos, na esperanza
de criar uma impressão, de ser sobretudo sentida,
de ser a causa de um impacto emocional e de ser aceita,
de persuadir as pessoas não atraves de argumentos
racionais irrefutáveis, mas através da energia espiritual
com que o artista impregna a obra. Alem disso, a disciplina
preparatória que ela exige não é uma educação científica,
mas uma lição espiritual específica.
A arte nasce e se afirma onde quer que exista uma ânsia
eterna e insaciável pelo espiritual, pelo ideal, ânsia que
leva as pessoas à arte. A arte contemporânea tomou 
um caminho errado ao renunciar à busca do significado da existência em favor de uma afirmação do valor autônomo
do indivíduo. O que pretende ser arte começa a parecer
uma ocupação exêntrica de pessoas suspeitas que afirmam
o valor intrínseco de qualquer ato personalizado. Na criação
artística, porém, a personalidade não impõe seus valores,
pois está a serviço de uma outra idéia geral e de caráter
superior. O artista é sempre um servidor, e está eternamente
tentando pagar pelo dom que, como que por milagre,
lhe foi concedido. O homem moderno, porèm, não quer
fazer nenhum sacrifício, muito embora a verdadeira afirmação do eu só possa se expressar no sacrifício. Aos
poucos, vamos nos esquecendo disso, e, inevitavelmente, perdemos ao mesmo tempo todo o sentido da nossa
vocação humana...
Quando falo do anseio pelo belo, ideal como objetivo fundamental da arte, que nasce de uma ânsia por esse ideal
não estou absolutamente sugerindo que a arte deva 
esquivarse da "sujeira" do mundo. Pelo contrário! A imagem
artística é sempre uma metonímia em que uma coisa
é substituída por outra, o menor no lugar do maior. Para
referir-se ao que está vivo, o artista lança mão de algo morto; para falar do infinito, mostra o finito. Substituição...
não se pode materializar o infinito, mas é possível
criar dele uma ilusão: a imagem.
O horrível e o belo estão sempre contidos um no outro.
Em todo o seu absurdo, este prodigioso paradoxo alimenta
a propria vida, e, na arte, cria aquela unidade ao mesmo
tempo harmônica e dramática. A imagem materializa uma
unidade em que elementos múltiplos e diversos 
são contiguos e se interpenetram. Pode-se falar da idéia contida na imagem, e descrever a sua essência por meio de palavras. Tal descrição, porém, nunca será adequada.
Uma imagem pode ser criada e fazer-se sentir. Pode ser aceita ou recusada. Nada disso, no entanto, pode ser compreendido através de um processo exclusivamente cerebral. A idéia do infinito não pode ser expressada
por palavras ou mesmo descritas, mas pode ser apreendida
através da arte, que torna o infinito tangível. Só se pode alcançar o absoluto através da fé e do ato criador.
A única condição para lutar pelo direito de criar é a fé
na própria vocação, a presteza em servir e a recusa 
as concessões. A criação artística exige do artista que ele
"pereça por inteiro", no sentido pleno e trágico destas palavras. E assim, se a arte carrega em si um hieroglifo
da verdade absoluta, este será sempre uma imagem do mundo, concretizada na obra de uma vez por todas.
extraído do livro "Esculpir o tempo" de Andrei Tarkovski - diretor do filme "Solaris"
   
CURSO DE ILUSTRAÇÃO EDITORIAL
LASAR SEGALL
EXPRESSIONISMO ALEMÃO
MODERNISMO BRASILEIRO

LASAR SEGALL - 1941 --


LASAR SEGALL 
Lituânia, Russia 1891 - São Paulo, Brasil 1957
Pintor, escultor e gravurista judeu brasileiro.
O trabalho de Segall teve influências 
do Expressionismo Alemão e do Modernismo Brasileiro.
Seus temas mais significativos do período europeu,
marcado pela guerra e as perseguições, 
são representações pictóricas do sofrimento humano.
Iniciou seus estudos em 1905 na Acadenia de Desenho 
de Vilnivs, sua cidade natal. No ano seguinte mudou-se
para Berlim, onde mais tarde compartilharia o ateliê com Otto Dix, passando a estudar na Academia Imperial de Berlim durante 5 anos, e concluiu os estudos na Academia de Belas Artes de Dresden.
Em 1912, Segall veio ao Brasil para se encontrar com
seus irmãos que moravam no país.
Em 1913 realiza suas primeiras exposições individuais
em São Paulo e Campinas. Pela primeira, vez o Brasil
vinha a conhecer a arte expressionista europeia. Entretanto
a repercussão junto ao público e a crítica foi mínima.
Em 1918 volta para Europa e casa-se com Margarete Quack.
Em 1919 funda o "Secessão de Dresden" junto a outros
artistas, realizando diversas exposições na Europa.
Em 1923, mudouse para o Brasil.
Cria a decoração do "Baile Futurista", no Automóvel Clube de São Paulo, e os murais para o Pavilhão de Arte Moderna.
Já separado da primeira esposa, começa a sua série
de retratos e paisagens brasileiras, 
de colorido muito mais intenso e luminoso,
que seus "quadros-memoria" das tragédias da guerra.
Em 1925, casa-se com Jenny Klabin, com quem teve
três filhos. Nessa época, mora com a familia em París,
onde passa a se dedicar também a escultura.
Em 1932 retorna ao Brasil e se instala em São Paulo, na casa que hoje abriga o Museu Lasar Segall.
Sua produção da década de 30, inclui uma série de paisagens de Campos de Jordão, SP, e os retratos da pintora Lucy Citti Ferreira.
Em 1938, Segall realizou os figurinos para o balé "Sonho
de uma Noite de Verão", ensenado no Teatro Municipal.
Morreu em São Paulo em 1957   
extraído da Wikipédia