
O propósito deste blog é o de mostrar o trabalho do ilustrador,independente das regras impostas pelo mercado,nas quatro disciplinas praticadas por mim, em diferentes momentos e veículos: A Caricatura na Imprensa,A Ilustração na Imprensa,A Ilustração Editorial e O Poema Ilustrado. Também são mostradas modalidades diferentes das mesmas propostas como: Montagens das exposições e a revalorização do painel mural, através das técnicas de reprodução digital em baner.
sábado, 20 de dezembro de 2008
Operários de obra, carregadores, passageiros de
ónibus, de trem. Trabalhando, sofrendo, indo,
chegando. Anónimos na multidão, mas cada qual
com sua individualidade. Que Trimano explora,
de forma fragmentada em 40 desenhos a nanquim expostos na galeria do IBEU.
Á sua individual, Trimano deu o título de Série Urbana,
"feita a partir de uma reflexão sobre as imagens da rua
e das pessoas que nela transitam". Dando mais énfase
a rostos e mãos, "muito expressivos no ser humano",
ele transforma essas imagens do cotidiano em colagens,
a partir de fotografias de jornais e rediofotos.
Prontas as colagens, o artista as projeta e desenha,
exagerando olhos, bocas, mãos, elementos que se
destacam no seu trabalho. Tudo o mais é assesório,´pedaços de caixote, fundos de lixeiras, sucatas de carro, detalhes
que, mesmo retalhados, dão a composição uma unidade
clássica.
Para Trimano sua série Urbanas é o resultado de várias
influências, a começar pelo expressionismo argentino da
década de 60. Este marcou-lhe tanto quanto o expressionismo
alemão, e mais ainda, o desenho japonés de nanquim,
(Hokusai).
Trimano vê, no inicio do seu trabalho, influência dos
muralistas mexicanos Rivera, Orozco e Siqueiros, e também de Portinari e Di Cavalcanti, "principalmente as caricaturas de Di da década de 40", uma caracterterística teatral.
"Em cada janela de um ónibus, há um rosto diferente.
E que diferentemente se expressa, rindo, chorando, lendo,
falando, calando-se. Como se representasse no grande
teatro que é a rua".
Fundo a rostos e mãos, um desenho se destaca por ser
o único de fato individualizado, isto é, sem fragmentação,
"Retrato do escultor Rasec", (um trabalho mais lírico,
menos catártico), que junto aos retratos de Tizuko e Yuko,
iniciam uma nova série: "Os retratos".
Maria Eduarda A. de Souz
Trechos da matêria publicada no Jornal do Brasil /
Caderno B - 1983
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