terça-feira, 15 de dezembro de 2015

CURSO DE ILUSTRAÇÃO EDITORIAL
MANUEL ALVAREZ BRAVO
MÉXICO - O POEMA VISUAL
A ABSTRAÇÃO DA REALIDADE  

MANUEL ALVAREZ BRAVO
Cidade do México 1902
Bravo foi o primeiro fotógrafo artístico mexicano
e uma das figuras mais importantes da fotografia
do século XX.
Fotógrafo utodidata, teve seu apogeu artístico
entre os anos 1920 e 1950, período em que surgiram
os mais importantes fotógrafos de preto e branco.
Sua marca era capturar imagens do cotidiano
do povo mexicano de maneira irônica ou surrealista.
Seus primeiros trabalhos foram influenciados
por experiências europeias, e mais tarde pelo Muralismo
Mexicano, movimento cultural e político cujo objetivo
era redefinir a identidade nacional, rejeitando o pitoresco.
Ele tinha oito anos quando a Revolução Constitucionalista
(1910-1920) começou , e essas impressões tiveram
um efeito importante sobre a sua fotografia.
Em 1924 comprou sua primeira câmera.
Em 1927 conheceu Tina Modotti, cujo trabalho ele admirava
a través de revistas de fotografia, quem apresentou-o
a artistas e intelectuais da Cidade do México, incluindo
o fotógrafo norte americano Edward Weston, companheiro
de Tina no México, quem o encorajou a continuar com o oficio.
Os registros do povo mexicano estão presentes 
em toda a obra de Tina Modotti e Manuel Alvarez Bravo,
testemunhas oculares da Revolução e do México
do inicio do século XX.
A Revolução Mexicana, foi a primeira revolução socialista 
do mundo, acontecida quase uma década antes 
da Revolução Russa de 1917. 
Em 1930 Tina Modotti é deportada por causa
da sua militância comunista, e deixou com Alvarez Bravo
a sua câmera e o espaço de publicação na revista mexicana
Folkways. Para esta publicação ele começou a fotografar
o trabalho dos muralistas.
De 1943 a 1959, trabalhou na industria cinematográfica
mexicana. Em 1957 participou no filme Nazarin
produzido por Luis Buñuel durante o seu exilio mexicano.
Alvarez Bravo morreu na Cidade do México 
em 19 de outubro de 2002, aos cem anos de idade.

dados extraídos da Wikipédia   

MANUEL ALVAREZ BRAVO


NINGUÉM MORA JÁ NA CASA

Ninguém mora já na casa, me disses, todos foram embora.
A sala, o pátio, mentira deserta, já não é, 
por tudo o que nos resta.
E eu digo: quando alguém sai, alguém fica.
O ponto por onde um homem passou não está mais sozinho.
Só está só, de solidão humana, o lugar 
onde nenhum homem jamais esteve.
As casas novas estão mais mortas que as velhas,
porque suas paredes são feitas de pedra ou aço,
mas não de homens.
Uma casa vem ao mundo, não quando acaba de ser construida, mas quando começa a ser habitada.
A casa vive apenas de homens, como um túmulo.
Daí a semelhança entre uma casa e um túmulo.
Apenas que a casa vive da vida humana, enquanto que o túmulo se nutre da morte do homem. Assim a primeira está em pé, enquanto que o segundo está deitado.
Todos deixaram a casa, na verdade, todos se foram,
realmente, mas a memória deles permanece
por toda a casa.
Todos se foram, de comboio, ou de avião ou de cavalo,
a pé ou rastejando.
O que fica na casa é o agente do corpo.
Os momentos, os beijos, os perdões, os crimes, os labios,
os olhos, o coração, não interessam mais. As negações e as afirmações, os bons e os maus, se dispersaram.
O que fica na casa é o objecto do ato.

 César Vallejo
tradução: Ezequiel de Rosso

ALVAREZ BRAVO


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