
O propósito deste blog é o de mostrar o trabalho do ilustrador,independente das regras impostas pelo mercado,nas quatro disciplinas praticadas por mim, em diferentes momentos e veículos: A Caricatura na Imprensa,A Ilustração na Imprensa,A Ilustração Editorial e O Poema Ilustrado. Também são mostradas modalidades diferentes das mesmas propostas como: Montagens das exposições e a revalorização do painel mural, através das técnicas de reprodução digital em baner.
segunda-feira, 21 de junho de 2010
LAWRENCE FERLINGHETTI - 1919 / Poeta, tradutor
e principal editor dos poetas beat. Em 1953, junto
com Peter D. Martin, fundou a livraria "City Lights"
mais tarde transformada em editora, e lugar de
encontro dos poetas e escritores. Logo lança a série
"Pocket Poets", visando criar uma "efervescência
internacional dissidente". A publicação de "Uivo"
de Ginsberg, em 1956, o levou a prissão acussado
de obsenidade. Mesmo com as dificuldades criadas
nos EUA pela chamada "caça as bruxas" promovida
na época, a editora continuou impulsionando os poetas
da Geração Beat, um dos maiores movimentos de poetas
do pos-guerra, abrindo caminho para o posterior
movimento Hippie. Ferlinghetti é tradutor de poetas da Europa e
América do Sul, como o chileno Angel Parra, o francés
Jacques Prevert, e o italiano Pier Paolo Pasolini.
Livros no Brasil: "Vida Sem Fim" - Editora Brasiliense 1984 /
"Um Parque de Diversões da Cabeça" - L& PM Editora 1984 /
"7 Dias na Nicarágua Livre" - L&PM Editora 1985
POUND EM SPOLETO / Adentrei um camarote no Teatro Melisso,
o gracioso renascentista onde ocorriam todos os dias recitais de
poesia e os concertos do festival de Spoleto e subitamente vi
Ezra Pound pela primeira vez, imóvel feito uma estátua de mandarim,
num camarote de balcão no fundo do teatro, logo acima das poltronas.
Foi um choque: ver somente um ancião admirável numa postura
curiosa, magro e de cabelos longos, aquilino aos 80, a cabeça
estranhamente inclinada para um lado, imerso em permanente
abstração... Após três poetas mais jovens no palco, ele deveria ler,
desde o seu camarote, e lá estava, junto a uma amiga idosa
(que segurava seus papeis) aguardando. Observou as articulações
das prôprias mãos, movendo-as, inexpressivo, um mínimo.
Uma vez apenas, quando todos no teatro cheio ovacionavam alguém
no palco, estimulou-se a aplaudir, como que incitado por um ruido no
vazio... Todos no recinto se levantaram, voltaram-se e, olhando para trás e para cima, ovacionando, viram Pound em sua cabine. o aplauso se
prolongou e pound tentou se levantar da poltrona. Um microfone
atrapalhava. Ele segurou, com mãos ossudas, os braços da poltrona e
tentou se levantar. Não conseguiu e tento de novo e não conseguiu.
Sua amiga idosa não tento ajudá-lo. Finalmente ela colocou um poema
em sua mão e, depois de pelo menos um minuto, surgiu a sua voz.
Primeiro moveu-se a mandíbula e então surgiu, inaudível, a voz.
Um jovem italiano aproximou bastante o microfone à sua face e o
manteve ali e a voz se fez ouvir, fraca mas obstinada, mais alto do que eu esperava, uma tênue, suave salmodia. O recinto silenciou de um só golpe.
A vos me derrubou, tão suave, tão tênue, tão fraca, contudo tão
obstinada. Apoiei a cabeça nos meus braços sobre o parapeito aveludado
do camarote. Surpreendi-me ao ver uma lágrima solitária cair no meu joelho.
A voz tênue e indómita prossegia. Saí às cegas do camarote, pela porta ao fundo, para o corredor do teatro onde todos ainda sentavam voltados para ele, descí e saí, para a luz do sol, chorando... /
Acima da cidade / junto do antigo aqueduto / as castanheiras /
ainda vicejavam / Aves mudas / voavam bem baixo / no vale /
O sol brilhava / sobre as castanheiras / e as folhas / voltavam-se
para o sol / voltavam-se e voltavam-se e voltavam-se / e continuariam
voltando-se / Sua voz seguia e / prosseguia / através das folhas...
LAWRENCE FERLINGHETTI - de "Olho e Peito Abertos" - 1973 /
Tradução: Nelson Ascher
GREGORY NUNCIO CORSO / 1930-2001 /
A mãe de Corso tinha apenas 16 anos quando Gregory
nasceu e um ano depois abandonou a familia e retornou
a Itália. / Corso viveu a maior parte da sua infância em
orfanatos e casas de adoção. Seu pai se casou pela
segunda vez quando ele tinha 11 anos, e foi com quem
acabou ficando, mas Corso fugia repetidamente e acabou
sendo mandado a um internato masculino. Do qual
também fugiú. / Durante à adolescencia, passa
períodos de reclussão em colônias penais. Em 1947, foi
condenado a 3 anos de prissão por arrombamento. E foi
na biblioteca da prissão onde Corso começou a escrever
poesía. / Depois de ser liberado, em 1950, conhece Allen
Ginsberg num bar de Geenwich Village em Nova Iorque,
que o levou a se integrar no grupo de escritores beat.
Morreu em Minnesota no dia 17 de Janeiro de 2001. /
Escreveu seu próprio epitáfio: / "Espírito é vida / ele
flui por entre a minha morte / como um rio / sem medo
de tornar-se mar" OBRAS: "Lady Vestal e outros poemas" 1955 /
"Gasolina" 1958 / "O Feliz aniversário da morte" 1960 / "Arauto do
espírito autóctone" 1981
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