
O propósito deste blog é o de mostrar o trabalho do ilustrador,independente das regras impostas pelo mercado,nas quatro disciplinas praticadas por mim, em diferentes momentos e veículos: A Caricatura na Imprensa,A Ilustração na Imprensa,A Ilustração Editorial e O Poema Ilustrado. Também são mostradas modalidades diferentes das mesmas propostas como: Montagens das exposições e a revalorização do painel mural, através das técnicas de reprodução digital em baner.
quarta-feira, 16 de setembro de 2009
O medo canta junto aos pássaros /
E no quintal as lavadeiras choram /
Num gemido único /
Vai confundindo orquestrando quem ouve a melodia, /
Trilha sonora do fim do mundo, /
Mundo sem sabão: /
Imundo mundo medonho. //
No canteiro da algonquiana coragem /
Alguns soldados penados resistem, /
Entrincheirando a ré das novas mistificações /
Onde pássaros são bichos de guerra lenta /
Em mar tranqüilo de trissos e canções:
- Armamentos sacrários despertando anjos distraídos /
Que desentendem a marcha do dia em oratórios explosivos.
Contamos o número de ninhos destruídos /
E tocas desarmadas pela relva fluorescente: /
- Isso que desdenha em nós nossa emoção /
Pendura-se por um fio encravado en todas as estruturas orgânicas /
e inextensíveis, /
E movimenta o ar e a digestão de helmintos e anfíbios, unidos as /
engrenagens /
Nós porém (penados ou não) flutuamos ainda distraídos /
como os anjos.
O que pode ser visto sem rastro /
Não pode ser colhido entre pombos /
Nem na pele real do organismo vivo /
A envergadura de vidro lembra um tipo de construção /
Fevereira no vôo falção dos tempos //
A metade desse dia é impossivel /
A casa, sentinela antiga, é na fronteira do país /
E guarda o menino, filho do matador de boi. /
Já houve chance, já tentei salgá-lo, /
Colhi no chão aquela certeza criativa /
Destilando da fera, a fúria em seu fígado.
Alguém nos salva de nós /
E guarda, entre rochedos, o preço do chicote. /
Desde ontem ele movê-se engasgado: /
Concretizo o desejo de construí-lo como meu /
Ou aprendo a aceitá-lo sendo dele, /
Vendo nessa remorsiva vontade de dizer, /
O escuro distintivo de toda criação paterna. /
E de um eterno, vejo dois conflitantes, /
Agora um somente, /
Igual em todas as criaturas, sendo nelas, /
E é simples ver te sozinho, /
Agradeço não a ti, que em tudo somos nós, /
Mas a mim, alcançando de você minha lembrança, /
A mais profunda e resumitiva dos caracóis.
Essa lágrima a despedaçar-se daquela face /
Em pleno sol de conciência amansada /
Como um laço de sangue e embriaguez íntegra /
Consome as reservas da pacífica consoante, /
Sério mesmo são os outros, /
Esse de que falo dá os ombros a qualquer carga /
E a palavra que carrega é como fogo, /
Digo: coisa bruta, amor de doido, /
Analogia regenerada em sonho entre cavalo e menino. /
Difícil segurar pelas mãos a mínima intempérie /
Mas readubará novas relações autoconcretizando-se, /
O redemoinho infinito merece perpetuação: /
Que chegue perto de nós somente a metade parecida, /
Eu ouço palavras antigas reelaboradas pela maré.
E a viagem continua, trocamos o óleo épicocassilabo, /
Mas veja que esforços bélicos trazem as mesmas criações /
E o mundo é dividido em duas metades, /
As que constroem, e as que sustentam-se em vão. //
A vida, rosinha dos tempos, frutífera e agônica, /
Traz a última novidade: /
Na beira do seu leito, onde amar é permitido /
Descarrega-se após o prazer a substância referida, /
Já encarregada de manter a engrenagem envelhecida.
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