quinta-feira, 23 de maio de 2013

George Segall


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TRIMANO - Registros
Buenos Aires 1998

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HÉCTOR OESTERHELD
EL ETERNAUTA
Oesterheld: escritor e editor
O semanário de quadrinhos HORA CERO
A editora FRONTERA

Héctor Oesterheld


sempre fuí fascinado pela história de Robinson Crusoé.
Ganhei o livro quando era muito pequeno, e o devo ter lido
mais de vinte vezes. De início, O Eternauta foi a minha versão
do Robinson. A solidão do homem, cercado, preso, não mais
pelo mar, mas pela morte. Também não mais o homem solitário
que é Robinson Crusoé, mas o homem com familia, com amigos.
Por isso a partida de truco, por isso a pequena familia que dorme
no chalé de Vicente López, ignorante da invasão iminente.
Essa foi a proposta inicial. O resto... o resto cresceu por conta propria,
como pensamos que acontece com a vida de todos os dias.
Publicado numa revista semanal*, O Eternauta foi sendo construído
semana a semana; o que tinhamos era uma ideia geral, mas ela foi
constantemente alterada pela realidade concreta de cada novo numero.
Surgiram então situações e personagens que, num primeiro momento,
eu nem sonhava. Como o "mão" e sua morte. Ou como a batalha no
estádio de River Plate. Ou como Franco, o torneiro, que se revela
mais herói do que qualquer um dos que começaram a história.
Agora, pensando melhor, vejo que tal vez seja essa ausência de um
heró central que faz de O Eternauta uma das minhas histórias que
recordo com maior prazer.
O verdadeiro herói de O Eternauta é um herói coletivo, um grupo humano.
Isso reflete, embora sem premeditação, meu sentimento íntimo: o único
herói válido é o herói "em grupo", nunca o herói individual, o herói solitário.

                                                                                                        Héctor G, Oesterheld

*Semanário de historias em quadrinhos HORA CERO da editora FRONTERA,
da qual Oesterheld era o fundador e editor. O período de publicação,
com as ilustrações de Solano López, foi de 1957 a 1959. Dez anos mais tarde,
em 1969, Oesterheld escreve a segunda parte da novela, que foi publicada pela
revista "Gente" com ilustrações de Alberto Breccia, e suspensa pouco depois
pelo editor da revista por discordar com o estilo experimental de Breccia.







El Eternauta