CURSO DE ILUSTRAÇÃO EDITORIAL
A História Humana Contada Pela Arte
ARTE BRUTA - NEO-EXPRESSIONISMO
JEAN DUBUFFET
Dramaticidade Neo-Expressionista
A Violência do Caos Urbano
"El Barco" - Edição virtual - Monte Alto - Rio de Janeiro - 2020
O propósito deste blog é o de mostrar o trabalho do ilustrador,independente das regras impostas pelo mercado,nas quatro disciplinas praticadas por mim, em diferentes momentos e veículos: A Caricatura na Imprensa,A Ilustração na Imprensa,A Ilustração Editorial e O Poema Ilustrado. Também são mostradas modalidades diferentes das mesmas propostas como: Montagens das exposições e a revalorização do painel mural, através das técnicas de reprodução digital em baner.
quinta-feira, 30 de janeiro de 2020
JEAN DUBUFFET
Le Havre, França 1901 - Paris, França 1985
Foi um pintor francês, primeiro teórico da Arte Bruta,
denominação do estilo neo-expressionista criado por ele,
que caracterizava o trabalho produzido fora do sistema
tradicional e profissional de arte. A Arte Bruta pretendia
englobar produções diversificadas realizadas por crianças,
por doentes mentais e por criminosos, que apresentavam
em comum um caráter espontâneo e imaginativo.
Englobava também algumas realizações de caráter público
e coletivo, como o graffiti.
Dubuffet é autor de vigorosas críticas da cultura dominante.
Ele rejeitava a ideia de que a arte devesse ser esteticamente
agradável ou, apenas ilustrar a realidade visual, praticando
um estilo deliberadamente seco, no qual enfatizava
um processo de criação lento e difícil.
dados extraídos da Wikipédia
Le Havre, França 1901 - Paris, França 1985
Foi um pintor francês, primeiro teórico da Arte Bruta,
denominação do estilo neo-expressionista criado por ele,
que caracterizava o trabalho produzido fora do sistema
tradicional e profissional de arte. A Arte Bruta pretendia
englobar produções diversificadas realizadas por crianças,
por doentes mentais e por criminosos, que apresentavam
em comum um caráter espontâneo e imaginativo.
Englobava também algumas realizações de caráter público
e coletivo, como o graffiti.
Dubuffet é autor de vigorosas críticas da cultura dominante.
Ele rejeitava a ideia de que a arte devesse ser esteticamente
agradável ou, apenas ilustrar a realidade visual, praticando
um estilo deliberadamente seco, no qual enfatizava
um processo de criação lento e difícil.
dados extraídos da Wikipédia
sábado, 18 de janeiro de 2020
TRIMANO - PROPOSTAS GRÁFICAS
DESENHOS E ILUSTRAÇÕES DE LUIS TRIMANO
Duas coisas marcam especialmente esta exposição
de Luis Trimano na Galeria Macunaíma da Funarte, Rio:
a quase omissão da crítica e a coerência
dos desdobramentos propostos no trabalho do artista.
A crítica de arte, com a notável exceção de Ferreira Gullar,
mais uma vez furtou-se a exercer a sua mais elementar
e fundamental função: informar e analizar a produção
estética na sua diversidade. Mas, o silêncio não chega
a surpreender: Trimano não é do "mercado de arte",
e seu trabalho desenvolveu-se à margem deste circuito.
A esfera em que seu trabalho se processou foi a dos jornais,
revistas e livros. Assim é, que o trabalho, iniciado em 1963,
na Argentina, junto as revistas Análisis, Panorama e Sete Dias Ilustrados tem, a partir de 1968 uma fecunda
continuidade junto à Folha de São Paulo, Jornal da Tarde, Veja, Última Hora, Realidade, Argumento, Fascículos da Música Popular Brasileira e sobretudo no jornal Opinião.
O destaque deste último periódico deve-se ao fato
de que nele se congregavam todos aqueles que,
por diversos meios, estavam empenhados em criar
novas alternativas plásticas para a caricatura
e a ilustração brasileira contemporâneas.
Por essa e por outras, é que falar em Trimano e também de certa forma falar de Cassio Loredano, Elifas Andreato,
Rubem Grilo e outros.
O trabalho de Trimano não se esgota ao nível da leitura
rápida, simples e direta, da caricatura e da ilustração.
Sua atual exposição é o melhor testemunho disso:
os desenhos e colagens expostos exigem uma leitura
diametralmente oposta, detida, minuciosa, rica na sua multiplicidade de aspectos.
A presente exposição, cuja ordenação é de exemplar
confluência com o nível de leitura proposta, transborda
os limites da caricatura e da ilustração transitando
para um espaço mais amplo e complexo.
Nesse sentido, seu desenho, embora emergido da caricatura e da ilustração supera-lhe limites e propõe
novas perspectivas de linguagem.
Apoiados numa sólida execução, em seus trabalhos
coexistem, num processo de retroalimentação
muito interessante, o desenho e a colagem, o grafismo
na multiplicidade de suas posibilidades.
George Kornis
Tribuna da Imprensa
Rio de Janeiro
1979
Duas coisas marcam especialmente esta exposição
de Luis Trimano na Galeria Macunaíma da Funarte, Rio:
a quase omissão da crítica e a coerência
dos desdobramentos propostos no trabalho do artista.
A crítica de arte, com a notável exceção de Ferreira Gullar,
mais uma vez furtou-se a exercer a sua mais elementar
e fundamental função: informar e analizar a produção
estética na sua diversidade. Mas, o silêncio não chega
a surpreender: Trimano não é do "mercado de arte",
e seu trabalho desenvolveu-se à margem deste circuito.
A esfera em que seu trabalho se processou foi a dos jornais,
revistas e livros. Assim é, que o trabalho, iniciado em 1963,
na Argentina, junto as revistas Análisis, Panorama e Sete Dias Ilustrados tem, a partir de 1968 uma fecunda
continuidade junto à Folha de São Paulo, Jornal da Tarde, Veja, Última Hora, Realidade, Argumento, Fascículos da Música Popular Brasileira e sobretudo no jornal Opinião.
O destaque deste último periódico deve-se ao fato
de que nele se congregavam todos aqueles que,
por diversos meios, estavam empenhados em criar
novas alternativas plásticas para a caricatura
e a ilustração brasileira contemporâneas.
Por essa e por outras, é que falar em Trimano e também de certa forma falar de Cassio Loredano, Elifas Andreato,
Rubem Grilo e outros.
O trabalho de Trimano não se esgota ao nível da leitura
rápida, simples e direta, da caricatura e da ilustração.
Sua atual exposição é o melhor testemunho disso:
os desenhos e colagens expostos exigem uma leitura
diametralmente oposta, detida, minuciosa, rica na sua multiplicidade de aspectos.
A presente exposição, cuja ordenação é de exemplar
confluência com o nível de leitura proposta, transborda
os limites da caricatura e da ilustração transitando
para um espaço mais amplo e complexo.
Nesse sentido, seu desenho, embora emergido da caricatura e da ilustração supera-lhe limites e propõe
novas perspectivas de linguagem.
Apoiados numa sólida execução, em seus trabalhos
coexistem, num processo de retroalimentação
muito interessante, o desenho e a colagem, o grafismo
na multiplicidade de suas posibilidades.
George Kornis
Tribuna da Imprensa
Rio de Janeiro
1979
TRIMANO - PROPOSTAS GRÁFICAS
OPÇÃO JUSTIFICADA
Problemas de outra natureza determinam a opção
feita por Luis Trimano, com ampla experiência
de desenhista, caricaturista e ilustrador de jornais,
revistas e livros. A sua carreira artística está assim
diretamente vinculada a uma atividade profissional intensa
e sujeita a limites que muitas vezes estão fora
de seu controle. Essa vinculação se foi, por um lado
estimulante, tornou-se mais tarde restritiva
de sua necessidade de expressão, levando-o a procurar
um espaço próprio, mais livre, onde exercê-la.
Os vinte e oito trabalhos que constituem a presente mostra
de Trimano na Galeria Macunaíma, Rio, embora emoldurados como desenho ou gravura, guardam
a configuração de páginas duplas de livro,
tendo de um lado o texto e do outro a ilustração
correspondente. Essa disposição repetitiva provoca
certa monotonia mas se explica pelo propósito do autor
de reunir aqueles trabalhos num album, onde encontrarão
sua efetiva funcionalidade.
Superada essa primeira impressão a linguagem gráfica
do artista revela toda sua força expressiva, onde as imagens
da vida urbana e do cotidiano mais vulgar
são transfiguradas pelo processo de montagem, criando-se
uma atmosfera de sonho ou pesadelo. Os textos que servem
supostamente de fonte inspiradora das ilustrações
funcionam não apenas como texto literário mas também
como composição gráfica esteticamente valorizada.
A opção feita por Trimano está justificada.
Ferreira Gullar
Revista Veja
Rio de janeiro, 30 de maio de 1979
Problemas de outra natureza determinam a opção
feita por Luis Trimano, com ampla experiência
de desenhista, caricaturista e ilustrador de jornais,
revistas e livros. A sua carreira artística está assim
diretamente vinculada a uma atividade profissional intensa
e sujeita a limites que muitas vezes estão fora
de seu controle. Essa vinculação se foi, por um lado
estimulante, tornou-se mais tarde restritiva
de sua necessidade de expressão, levando-o a procurar
um espaço próprio, mais livre, onde exercê-la.
Os vinte e oito trabalhos que constituem a presente mostra
de Trimano na Galeria Macunaíma, Rio, embora emoldurados como desenho ou gravura, guardam
a configuração de páginas duplas de livro,
tendo de um lado o texto e do outro a ilustração
correspondente. Essa disposição repetitiva provoca
certa monotonia mas se explica pelo propósito do autor
de reunir aqueles trabalhos num album, onde encontrarão
sua efetiva funcionalidade.
Superada essa primeira impressão a linguagem gráfica
do artista revela toda sua força expressiva, onde as imagens
da vida urbana e do cotidiano mais vulgar
são transfiguradas pelo processo de montagem, criando-se
uma atmosfera de sonho ou pesadelo. Os textos que servem
supostamente de fonte inspiradora das ilustrações
funcionam não apenas como texto literário mas também
como composição gráfica esteticamente valorizada.
A opção feita por Trimano está justificada.
Ferreira Gullar
Revista Veja
Rio de janeiro, 30 de maio de 1979
TRIMANO PROPOSTAS GRÁFICAS
A ÁRVORE
Esta árvore e o seu frémito
sombria floresta de apelos,
de gritos,
devora
o obscuro coração da noite
Vinagre e leite, o céu, o mar
a massa espessa do firmamento,
tudo conspira no estremecimento
que habita o denso coração da sombra
Um coração aberto, um astro duro
que em dois se divide e no céu se difunde,
o límpido céu fendido
no instante do sol nascente
fazem todos o mesmo ruído
que a noite e a árvore no centro do vento
Antonin Artaud
Esta árvore e o seu frémito
sombria floresta de apelos,
de gritos,
devora
o obscuro coração da noite
Vinagre e leite, o céu, o mar
a massa espessa do firmamento,
tudo conspira no estremecimento
que habita o denso coração da sombra
Um coração aberto, um astro duro
que em dois se divide e no céu se difunde,
o límpido céu fendido
no instante do sol nascente
fazem todos o mesmo ruído
que a noite e a árvore no centro do vento
Antonin Artaud
TRIMANO - PROPOSTAS GRÁFICAS
MEDITACIÓN EN EL SUBTERRANEO
Aquí al princípio de la nueva estación
antes que las hojas nuevas retoñen,
a cada lado de la estación East Parkway
cerca de los jardines botánicos
queman la basura en terraplenes, dejando
mas desnudo a nuestro triste y civilizado deshecho
1 lata de café sin tapa
1 pinta vacia de White Sar, la marca desteñida por la lluvia
1 lata vacia de cerveza
2 botellas vacias de Shenkey
1 condon vacio, visto desde
1 tren casi vacio
vacio
vacio
vacio
repetida asi la palabra
hasta parece graciosa
Paul Blackburn
Aquí al princípio de la nueva estación
antes que las hojas nuevas retoñen,
a cada lado de la estación East Parkway
cerca de los jardines botánicos
queman la basura en terraplenes, dejando
mas desnudo a nuestro triste y civilizado deshecho
1 lata de café sin tapa
1 pinta vacia de White Sar, la marca desteñida por la lluvia
1 lata vacia de cerveza
2 botellas vacias de Shenkey
1 condon vacio, visto desde
1 tren casi vacio
vacio
vacio
vacio
repetida asi la palabra
hasta parece graciosa
Paul Blackburn
TRIMANO - PROPOSTAS GRÁFICAS
A ÁRVORE ENVENENADA
Sentia raiva de um companheiro
confessei o ódio, o ódio se foi inteiro
sentia raiva de um inimigo
fiquei calado, o ódio vi crescido
E o reguei de alma sombria
com meu pranto noite e dia
e escondido sob sorrisos gentis
e com corteses, enganosos ardis
E cresceu noite e manhã
até florescer luzente maçã
ao ver o brilho que ela tinha
o inimigo sabia que era minha
E foi ao meu jardim roubar
quando a noite velou o pomar
bem cedo vi, com agrado
o inimigo sob a árvore esticado
William Blake
Sentia raiva de um companheiro
confessei o ódio, o ódio se foi inteiro
sentia raiva de um inimigo
fiquei calado, o ódio vi crescido
E o reguei de alma sombria
com meu pranto noite e dia
e escondido sob sorrisos gentis
e com corteses, enganosos ardis
E cresceu noite e manhã
até florescer luzente maçã
ao ver o brilho que ela tinha
o inimigo sabia que era minha
E foi ao meu jardim roubar
quando a noite velou o pomar
bem cedo vi, com agrado
o inimigo sob a árvore esticado
William Blake
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