segunda-feira, 29 de agosto de 2016

CURSO DE ILUSTRAÇÃO EDITORIAL
Os Fotógrafos
TRABALHO X INFANCIA
REGISTROS DO FOTOJORNALISMO INTERNACIONAL
SOBRE A EXPLORAÇÃO DO TRABALHO INFANTIL
DECLARAÇÃO DOS DIREITOS DA CRIANÇA
 

TRABALHO INFANTIL, ONTEM E HOJE:
O CAPITALISMO SEM LIMITES
 Wellington Fontes Menezes
 (trechos do texto publicado na Wikipédia)

A base de sustentação do sistema capitalista
é a exploração do trabalho. Desde seu advento,
nos primordios da Revolução Industrial inglesa
em fins do século XVIII, o trabalho dos camponeses
expulsos do campo para as cidades era a força
motriz do sistema fabril. Nada era recusado ou era
batizado por algum principio ético de dignidade humana:
homens, mulheres e crianças eram as forças constituintes
do modo de produção. O trabalho infantil sempre foi visto
com olhares de cinismo e discurso barato. 
Todas as grandes potências que hoje se rotulam de primeiro mundo, têm em comun na sua base constituinte
de produção material o trabalho infantil em regime
de escravidão ou semi-escravidão (ou seja, ganhavam 
tão somente para se alimentarem).
Não nos iludamos  com os princípios da ética capitalista.
A moral desse modo de produção não é a primazia da ética,
mas a busca incessante de lucro a qualquer custo.
Nenhuma potência do G-8 (grupo dos sete países mais ricos do planeta), tem autoridade moral para questionar 
a exploração de mão-de-obra de crianças.
Em cada momento do seu tempo, as bases fabris usaram
largamente o trabalho de suas crianças para a acumulação
e ampliação de suas bases capitalistas. O dinheiro pode
apagar da lembrança de alguns homens tais degradantes
episódios, porém a história sempre tratará de resgatá-los
com hombridade. O mero "denuncismo" pouco adianta
num mundo onde a usura incontrolável por mercados 
e lucros é a tônica do processo.
No caso do capitalismo tardio brasileiro, o IBGE estimou
em 2003, que cerca de 5 milhões de crianças e jovens
na idade entre 5 e 17 anos possuem alguma atividade
remunerada, em detrimento da lei que proíbe o trabalho
de menores de 16 anos. O universo dos trabalhadores-mirims pode ser muito maior que os números possam
registrar uma vez que não é possível coletar dados
satisfatórios sobre as inúmeras fazendas e pequenas
oficinas de trabalho escravo escondidas e espalhadas
pelas diversas regiões do país. No caso do Brasil,
os números governamentais podem ter algum declive,
mas jamais teremos uma erradicação completa do trabalho infantil. Na prática, em nenhum lugar do mundo onde exista
superexploração do trabalho infantil terá mudanças substanciais sem abalar estruturalmente o sistema capitalista que o alimenta e reproduz repetitivamente
de forma perpetua.
A ótica do sistema capitalista de exploração do trabalho
como vias pavimentadas para o lucro, jamais libertará
de bom agrado estes milhares de crianças e jovens indefesos, sem destino nem renda.
Associada a uma perversa distribuição de renda
que destrói famílias inteiras, este contingente 
de trabalhadores-mirims se submete ao mercado 
para vender a única coisa que lhes resta: sua força
de trabalho, e selar seu destino nas inúmeras pocilgas
que não-raro, estão associadas à uma grande empresa "eticamente" cumpridora de suas obrigações fiscais
perante o estado. Na dinâmica capitalista, a exploração
é a norma e não a exceção. Do ponto de vista histórico,
não existiu construção capitalista nas sociedades mais desenvolvidas do ponto de vista da acumulação de bens, 
sem o uso maciço de mão-de-obra com precarias condições
de trabalho (semi-escravidão), incluindo o largo uso 
do trabalho de mulheres e crianças em sua máquina 
de moer gente e produzir dinheiro. Aliás, é justamente 
desta exploração que ganharam dividendos para 
a acumulação primitiva posibilitar novos saltos rumo
à novos estágios de produção. Também não existem
produção e distribuição capitalista sem o papel do
"atravessador", ou seja, o intermediário entre a produção
e o consumo final.
Atrás de uma criança escravizada pelo trabalho há sempre
uma grande loja, empresa ou indústria de comportamento
"ético e legal" que vampiriza o trabalho dessas crianças
É a volúpia e desfaçatez dos que mantém esse monstruoso
modo de superexploração capitalista, em nome do dinheiro
a qualquer custo.    

TRABALHO X INFANCIA


     DECLARAÇÃO
     DOS DIREITOS DA CRIANÇA 

1  -  A criança deve gozar de todos os direitos
       enunciados nesta Declaração. Este direitos
       devem ser reconhecidos para todas as crianças,
       sem exceção nenhuma, e sem distinção 
       ou discriminação baseada em raça, cor, sexo, idioma,
       religião, opiniões políticas ou de qualquer outra índole,
       origem, nacional ou social, situação econômica,
       nascimento ou qualquer outra condição,
       seja da própria criança ou de sua família. 

2  -  A criança deve beneficiar-se de proteção especial
       e dispor de oportunidades e serviços assegurados
       por lei ou por outros meios, a fim de poder          
       desenvolver-se física, mental, moral, espiritual
       e socialmente de modo sadio e normal, em condições
       de liberdade e dignidade. Na adoção de leis
       com este objetivo, a consideração fundamental 
       deve ser o interesse superior da criança.

3  -  A criança tem direito, desde o nascimento,
       a um nome e a uma nacionalidade.

4  -  A criança deve gozar dos benefícios da previdência
       social. Tem o direito de crescer e desenvolver-se 
       de modo sadio; para tanto, devem-lhe ser assegurados,
       assim como à mãe, cuidados especiais, inclusive     
       assistência pré e pós-natal. A criança tem direito
       a alimentação, moradia, recreação e cuidados médicos
       adequados.

TRABALHO X INFANCIA


TRABALHO X INFANCIA