domingo, 9 de maio de 2010

A ARTE CORPORAL DOS POVOS DO RIO OMO / ETIÓPIA
Fotografias: Hans Sylvester / Texto: Francisco Folco

A Terra

O rio Omo, na África, atravessa a Etiópia, o Sudão e o Quênia. Foi nas suas margens que os arqueólogos encontraram os "homens de Kibish", um ancestral de 120.000 anos. Nesta região habitam algumas tribos que ainda estão na pré-história: Dassanech, Mursi, Hamar, Karo, Bume e Beshadar, no vale do Rift, onde se encontra a grande fenda africana que separa geograficamente os negros dos árabes. É uma região vulcânica que fornece uma diversidade de pigmentos com grande variação de cores.
Com estes pigmentos, alguns raros, as tribos do rio Omo praticam sua arte. No conceito ocidental, são verdadeiros genios da pintura, pois seus traços lembram muito a arte contemporânea de Picasso, Miró e Paul Klee. Pintam seus corpos na velocidade de um "action painting" de Jackson Pollock. Em poucos minutos, com uma rapidez impressionante, decoram o peito, seios, pernas e pés. Não usam pinceis, apenas uma habilidade fantástica com a ponta dos dedos.