terça-feira, 9 de junho de 2015

CURSO DE ILUSTRAÇÃO EDITORIAL
A INFLUÊNCIA NORTE-AMERICANA
NO BRASIL - COLONIALISMO CULTURAL 

Série Economia - "HOMO SAPIENS?" - hidrográfica e guache


É difícil enxergar com clareza as coisas que estão
muito próximas de nós, sobretudo quando elas se
encontram alí desde que nascemos fazendo parte
da nossa rotina e compondo o cenário do nosso
cotidiano. Pelo fato de conviver com elas o tempo todo,
nos as encaramos como naturais, raramente questionando
suas origens, razões de serem, funções reais, a quem estão
beneficiando e como poderia ser a nossa vida sem elas.
A todo momento, em todos os lugares, percebemos a nossa
condição de colônia cultural norte-americana evidenciada.
A língua inglesa é sem dúvida a segunda mais importante
do país, e isso nos é mostrado nas marcas das nossa roupas, veículos, cigarros, letreiros de bares e lojas,
nas FMs, nos filmes, TV, em revistas e brinquedos.
Não conhecemos sequer qual seria o modo brasileiro
de viver.
Atolados e sufocados pela dominação norte-americana,
não sabemos o que fomos e somos, perdemos nossas raízes, nossa identidade e nossa riqueza. A tempos somos
vitimas de um processo de coisificação e despersonalização,
reduzidos a meros consumidores de bens e hábitos
que não condizem com nossa realidade, e os meios
de comunicação de massa, exercem papel de fundamental
importância na divulgação do chamado "estilo americano de ser".
A questão não é execrar culturas diversas, mas cuidar
para que elas se interajam em igualdade de condições
e benefícios e questionar o monopólio da nossa cultura
estar nas mãos dos norte-americanos. Shopping center,
baby, heavy metal, love, please, bye bye, lady, darling, surf,
Disney, status, impeachment, gentleman, god, relax, ok, cowboy, country, the best, tennis, dockside, breakfast, bus,
trainning, são apenas algumas terminologias que foram
incorporadas por nos. A influência norte-americana
evidencia-se também em termos gastronómicos: hot dog,
milk shake, hambúrguer, cheese, etc.
Nas prateleiras do super mercado vemos uma grande
predominância de produtos de origem norte-americana,
e mesmo os brasileiros levam nomes americanizados: confort, feel free, dan up, seven bois, ice kiss, cabendo
a mídia publicitária a divulgação desses produtos e serviços.
A ideologia brasileira assemelha-se à ideologia norte-americana. Esta influência nasce da classe dominante
com o objetivo de universalizar seus ideais, que atendem puramente aos seus interesses. Com isso, os valores
dos brasileiros, assemelham-se cada vez mais aos valores
do dominador. A sociedade de massa e de consumo,
por produzir tudo em grande quantidade, prepara
a sociedade para consumir tudo que é produzido, através
dos meios de comunicação de massa. É principalmente
a classe média e alta quem consome tais produtos,
concentrando-se na região sudeste do país, onde atua
a grande maioria das multinacionais. Os meios
de comunicação utilizam técnicas que levam a população
a acreditar no que é transmitido por eles, fazendo-os
consumir o que lhes é determinado. Os noticiários, artigos,
programas da imprensa escrita e falada, determinam o que
irá ser transmitido de acordo com seus interesses.
Os Estados Unidos possuem um domínio grande na política
interna e externa do Brasil, devido a dívida externa
que o país possui. Ele vende matérias primas com baixos preços e importa produtos industrializados com altos preços,
causando um déficit que obriga o Brasil a fazer empréstimos.
Essa influência norte-americana provocou um desnível
entre a identidade real e a imaginária do povo. Na vida dos
brasileiros, houve uma falta de identificação deles com sua
própria cultura.
A influência da TV no Brasil surgiu nas décadas de 50 e 60,
com a venda das produções de Hollywood, com o golpe
de 1964 houve acordos entre Brasil e Estados Unidos,
a fim de alienar a população, impedindo o censo crítico
da sociedade.
Com o desenvolvimento da indústria fonográfica,
as gravadoras norte-americanas se instalaram entre nós,
de forma que a indústria cultural brasileira nascia
já vinculada ao capital extranjeiro. Isso ocorreu também
com a indústria cinematográfica, uma invasão de filmes
começou a divulgar o "american way of life". Dessa maneira,
as pessoas da classe média e alta, começaram a copiar
o que viam nas telas do cinema e achavam que com isso
estavam "virando gente". A arte holliwoodiana penetrava
em nossas vidas, em tudo e por tudo íamos nos tornando
verdadeiras imitações dos norte-americanos, e nesse bang-bang muito da nossa cultura foi destruído.
O rock foi o último a ser incorporado pela juventude brasileira, pois eles o viam como símbolo dos Estados Unidos, a nação imperialista que eles tanto admiravam.
De repente o rock inglês e o norte-americano tomaram de vez os espaços de nossas redes de rádio e TV. Daí para
frente trilharam um caminho muito fácil para as importações,
consumismos e imitações. A TV, inaugurada no Brasil
em 18 de setembro de 1950 através da extinta TV Tupi
de São Paulo, contou com propagandas que eram elaboradas pela MC Can Erickson dos Estados Unidos.
Finalmente, na década de 1960, a TV se tornava o mais
importante ramo da nossa indústria cultural.
Em 1965 surge a TV Globo, desde o começo protegida
pelos militares e ligada ao capital norte-americano. Devido
a isso, em pouco tempo, ela atingiu os maiores índices
de audiência e de investimentos publicitários.
Juntamente com as FMs a TV participou ativamente
do processo de colonialismo cultural (São Paulo e Rio
de Janeiro). Mesmo nas regiões mais quentes do Brasil
o tênis e a calça Lee, começaram a ser usados, todos
imitavam o comportamento dos surfistas das telenovelas,
e mesmo nos lugares com ritmos essencialmente brasileiros
passou-se a dançar o rock nas recém inauguradas discotecas do tipo Dancing Days. A televisão nos transformou em "dois Brasis", aquele que a gente vivia não era igual àquele que a gente "televia", O video apenas
projetava para o telespectador aquilo que a potência capitalista-imperialista queria.
Considerada atualmente como "infância confinada",
as crianças de hoje tomam como modelo na estrutura
de sua personalidade, os telepersonagens, os heróis
dos quadrinhos e brinquedos informatizados. Esses produtos
foram importados dos Estados Unidos na década de 1980,
como a boneca Barbie, Falcon, Mickey, Playmobil e outros,
sendo bem lucrativos, pois exploram o hábito de colecionar,
e proporcionam as crianças desta época uma maior comodidade, pois coube aos produtores apenas repetir
enredos de filmes ou tramas de quadrinhos
que os inspiraram.
A maioria dos brinquedos produzidos no Brasil, principalmente os da marca "Estrela" foram importados dos Estados Unidos, e seguem o modelo americano de ser,
insinuando o racismo e as diferenças de classe.
Atualmente nos deparamos com a nova geração,
também chamada "geração do milênio", ou "geração
da Internet", um conceito sociológico que se refere
às pessoas nascidas após 1980, muito ligadas em tecnologia
e novas mídias, e que alteraram completamente as formas de comunicação.
Enquanto grupo crescente, tem se tornado o público-alvo
das ofertas de novos serviços e a difusão de novas tecnologias. As empresas desses segmentos visam a atender essa nova geração de consumidores, que constitui
um público exigente e ávido por inovações. Nascida numa
época de pós-utopias e modificação de visões políticas
e existenciais, essa geração cresceu em meio a um crescente individualismo e extremada competição, e carece
da consciência política das gerações da época contra cultural. Como as informações aparecem e circulam
a uma velocidade jamais vista antes, o conhecimento
tende a ficar cada vez mais superficial.

dados extraídos da Wikipédia