segunda-feira, 11 de abril de 2011

MARIO MOLLARI - "Camponesas na colheita" - óleo

O resultado disto tudo, é que o artista para triunfar, tem que renunciar a sua liberdade criadora, "acomodando" seu trabalho ao gosto e as exigências da clase dominante. Isto implica em divórciar-se das maiorias populares que constituem o elemento fundamental da nossa realidade nacional. Desta forma, ao virar as costas para as necessidades e lutas do homem latinoamericano, esvazia de conteudo sua obra, castrando-a de todo significado, pois já não tem nada trancendente a dizer. Se limita então a um inconsequente jogo com os elementos plásticos, de um virtuosismo inexpressivo, em alguns casos de exelente técnica, mas de forma alguma arte, já que esta se concretiza quando se produz uma total identificação do artista com a realidade do seu meio. Não se deve pensar que esta seja uma afirmação arbitrária, constitue um problema relacionado a essência da arte. Uma arte nacional é a única possibilidade de se fazer arte. Nas melhores obras dos grandes artistas da nossa história, percebemos o espírito da sociedade que as engendrou. Não pode ser de outra maneira, já que o artista é um homem e todo homem constroi seu pensamento segundo os elementos sociais que determinaram sua educação. O artista em quanto produtor da sociedade, ao se expressar artisticamente, com sentido profundo e sinceridade, dará expressão ao meio que o circunda.