quinta-feira, 20 de novembro de 2008
FAFS / Rio de Janeiro 1951 - 2006
O FAFS, quem sabe o mais delicado do grupo
de desenhistas do tempo Pasquim/Opinião, morreu
sem conseguir uma colaboração estável fora da
imprensa alternativa. Passou os últimos anos no
Rio, a sua cidade natal no ostracismo... morando
com a mãe. Trocou a mulher pela garrafa.
Em tempos idos compartilhamos ideias e sonhos.
Eu fuí, junto com o escritor João António,
padrinho do seu casamento com Alexandrina.
Aquí, alguns dos seus trabalhos, e um registro
de "êle era assim"
Trimano / Rio de Janeiro 2008
Janio Quadros
nanquim / esta caricatura ganhou o primeiro prêmio
no II Salão de Humor de Niterói em 1982
É assombroso como, no Brasil, talentos imensos
irrompem e acabam esquecidos, sem traço na
memôria nacional /
Seja na política, nas artes, nos esportes, na literatura,
na ciência, em fim, em todas as áreas. O Fafs, Flavio
Faria Souto, por exemplo. Nos anos 70 brilhou nas
páginas do Pasquim, da Política, Opinião, e outros
jornais, a maoria da imprensa alternativa, em plena
ditadura, ilustrou livros. Em 1982 foi premiado no
Segundo Salão de Humor de Niterói. Depois tomou
um chá de sumiço. Tempo depois foi encontrado
pelo Trimano que foi fazer uma exposição em Joinville.
Segundo seu relato tinha aberto um bar em forma
de moinho de vento, uma variação da história de Dom
Quixote. Parece que estava afastado do desenho.
Prometeu, depois de muito papo e birita, voltar ao Rio.
Antes mandou para Trimano, uma pasta com essas
caricaturas de espantosa qualidade. De passagem
por Joinville. Trimano ficou sabendo que ele tinha falecido.
Pelo menos, fica aquí a nossa homenagem a um carica-
turista excepcional.
JAGUAR
Março de 2006 / Texto publicado na revista
Argumento do Rio de Janeiro
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