quarta-feira, 11 de janeiro de 2017

CURSO DE ILUSTRAÇÃO EDITORIAL
A História Humana Contada Pela Arte - V
ARTE DA GRÉCIA ANTIGA
EXERCÍCIO DO EQUILÍBRIO
O RETRATO FÚNEBRE 

LAOCOONTE E SEUS FILHOS - mármore

LAOCOONTE E SEUS FILHOS

Por arte da Grécia antiga compreende-se as manifestações
das artes visuais, artes cênicas, literatura, música, teatro
e arquitetura, desde o início do período geométrico, 
quando emergindo da Idade das Trevas iniciou-se 
a formação de uma cultura original, até o fim do Período
Helenístico, quando a tradição grega se dissemina por uma
larga área entre a Europa, África e Ásia, abrangendo 
o intervalo de aproximadamente 900 até 146 a.C., data
em que a Grécia caiu sob o domínio romano.
Os exemplos mais conhecidos de arte grega antiga,
e os que mais profundamente influenciaram as gerações
posteriores, tanto teórica como materialmente, pertencem
ao período Clássico, quando conheceram apreciável unidade
ideológica e formal, encontrando seus alicerses 
numa filosofia antropocêntrica de sentido racionalista
que inspirou as características fundamentais deste estilo:
por um lado a dimenção humana e o interesse 
pela representação naturalista do humano, e por outro,
a tendência para o idealismo, traduzido na proposição
de cânones e regras fixas que definiam sistemas 
de proporções e de relações formais para as produções
artísticas. Ao mesmo tempo cristalizava-se o conceito
de "paideia", que vinha sendo elaborado desde os tempos
arcaicos - um sistema de educação integral para a formação
do cidadão perfeito - que previa uma função social 
e pedagógica para a arte, concebendo-a 
como uma atividade eminentemente utilitária e técnica
e colocando-a na órbita dos ofícios mecânicos.
De fato, somente no fim do seu ciclo a cultura grega 
passou a debater a idéia de que a arte poderia ter 
um escopo ampliado e popularizado, e ser praticada
sem vínculo com a função social, e sim pelo puro prazer
estético. Porém a arte da Grécia Antiga não se resume
ao período Clássico, que abrange pouco mais de cem anos
de sua longa história, e teve manifestações de grande importância antes e depois dele, cujos conceitos e práticas
eram bastante distintos. No Helenismo, período que sucedeu
o Classicismo e representou a última floração cultural
originalmente grega, embora colorindo-se de inúmeras influências externas, a arte passou definitivamente
a se aproximar do público de um modo mais íntimo 
e pessoal, expressando todo o espectro da experiência
humana, do cômico e do obceno ao heroico e ao trágico,
e do oficial e cívico ao prosaico doméstico. As pesquisas
mais recentes revelaram que mesmo durante o Classicismo
a aplicação prática dos padrões teorizados foi muito mais flexível do que se pensou durante muito tempo, abrindo
espaço para variações e desvios da norma e a formação 
de várias escolas regionais diferenciadas. A partir desta
constatação, modernamente, a arte da Grécia Antiga
já não é vista como um bloco monolítico, mas sim como
um corpo de expressões ricamente diversificadas, adaptáveis a contextos regionais, a influências externas
e inúmeros outros determinantes.

ARTE DA GRÉCIA ANTIGA


ARTE DA GRÉCIA ANTIGA


ARTE DA GRÉCIA ANTIGA


ARTE DA GRÉCIA ANTIGA


ARTE DA GRÉCIA ANTIGA


ARTE DA GRÉCIA ANTIGA


ARTE DA GRÉCIA ANTIGA


ARTE DA GRÉCIA ANTIGA


ARTE DA GRÉCIA ANTIGA


ARTE DA GRÉCIA ANTIGA


ARTE DA GRÉCIA ANTIGA


ARTE DA GRÉCIA ANTIGA


ARTE DA GRÉCIA ANTIGA


ARTE DA GRÉCIA ANTIGA


ARTE DA GRÉCIA ANTIGA


ARTE DA GRÉCIA ANTIGA


ARTE DA GRÉCIA ANTIGA


ARTE DA GRÉCIA ANTIGA


ARTE DA GRÉCIA ANTIGA


ARTE DA GRÉCIA ANTIGA


ARTE DA GRÉCIA ANTIGA


ARTE DA GRÉCIA ANTIGA


ARTE DA GRÉCIA ANTIGA


ARTE DA GRÉCIA ANTIGA


ARTE DA GRÉCIA ANTIGA


ARTE DA GRÉCIA ANTIGA


ARTE DA GRÉCIA ANTIGA


ARTE DA GRÉCIA ANTIGA


ARTE DA GRÉCIA ANTIGA


ARTE DA GRÉCIA ANTIGA


ARTE DA GRÉCIA ANTIGA


ARTE DA GRÉCIA ANTIGA


ARTE DA GRÉCIA ANTIGUA


ARTE DA GRÉCIA ANTIGA


ARTE DA GRÉCIA ANTIGA


ARTE DA GRÉCIA ANTIGA


ARTE DA GRÉCIA ANTIGA


ARTE DA GRÉCIA ANTIGA


O período aquí enfocado testemunhou uma série
de modificações profundas na sociedade grega.
Partindo de um conglomerado de tribos rurais
independentes e frequentemente em guerra entre si,
os "genos", cujo único elo comúm era a língua e a religião,
e cuja cultura disolvida na Idade das Trevas, começava
a ressurgir, os gregos encaminharam-se gradualmente
para um modelo de vida urbano, constituindo-se as "pólis",
dominadas primeiro por uma aristocracia latifundiária,
e depois por uma elite de políticos e comerciantes,
dentro de uma moldura social mais ou menos democrática.
Na qual, porém, só tinham voz ativa os detentores
do atributo da cidadania, permanecento estranjeiros 
e escravos à margem dos processos decisórios,
ainda que não dos produtivos e sociais. Esse modelo
se difundiu em sucessivas ondas de colonização
por toda a orla do mar Mediterrâneo e trechos do Mar Negro.
Mais adiante, enfraquecida por guerras internas, a Grécia
sofreu o domínio macedônico e posteriormente o romano,
extinguindo-se como sociedade independente.
Ao longo desta história, desde cedo surgiu entre eles
um desejo de "índole racionalista", por um conhecimento mais completo do mundo e do homem. Em vista disso
desenvolveram-se diversas ciências como a matemática,
a biologia, a medicina, a geometria, a astronomia, a ciência
política, a óptica, a geografia, a filosofia, a etnografia, 
e a historiografia, e lançaram-se os fundamentos 
da psicologia e da psiquiatria. E para disseminar 
todo esse novo conhecimento, desenvolveu-se também
um modelo educativo de largo escopo, conhecido como
"paideia", consolidado no período clássico, que objetivava
a educação integral do indivíduo para o perfeito domínio
de si, para o exercício pleno da cidadania e para o desfrute
de uma vida mais rica, saudável, harmoniosa e significativa.
Naturalmente, a arte produzida nesse continuum 
de transformações refletiu-se de variadas maneiras,
tanto em termos de estilo quanto de significado e função.
Permaneceram mais ou menos constantes, porém, 
alguns traços comuns, regidos pelo conceito básico
de "kalokagathia", o qual associava a beleza 
com as virtudes morais, religiosas e cívicas.
A arte não era vista como uma atividade meramente
decorativa, mas engajava-se profundamente na construção
e transformação da sociedade e na consagração 
de ideologias específicas. 
Por isso, estava sujeita a uma série de convenções
que impunham ao artista a criação de produtos socialmente
significantes, capazes de, atendendo às formulações
da "kalokagathia", ao mesmo tempo adornar as cidades
mas acima de tudo servir como modelos educativos.
Sequer havia naquele tempo uma palavra para designar
"arte" como hoje a entendemos - uma atividade livre
de compromissos e nascida em grande medida 
da criatividade e da iniciativa individual do artista - mas
falava-se em "techné", que equivale aproximadamente
a "técnica", habilidade ou tecnologia, que tinha conotações
práticas e racionais que podiam se aplicar a qualquer
atividade sujeita a regras e passível de aprendizado.
Assim, a arte grega foi essencialmente uma criação urbana,
de características funcionais e fundo moral, sagrado
ou político, que elevou o ser humano a uma condição
exaltada.
Boa parte do que se criou foi encomendado pelo "estado" -
era destinado, ou era concebido como monumento público,
celebrando heróis, atletas e outras figuras por algum motivo
notáveis e exemplares. Outras obras parabenizavam episódios mitológicos e conquistas coletivas, ou eventos
históricos importantes e os sucessos militares recentes,
ou proclamavam a superioridade cultural dos gregos
sobre outros povos, segundo a própria visão. 
Isso, mas a concepção da arte como instrumento pedagógico, fez com que muito da arte grega tivesse
características idealistas e formas austeras, equilibradas 
e nobres, ao mesmo tempo em que mantinha contato com a realidade concreta através de um interesse 
pela representação naturalista, uma tendência cristalizada
no período clássico. 
A associação de idealismo e naturalismo criou uma síntese
original de duradoura influência sobre a posteridade do Ocidente.

dados extraídos da Wikipédia