O propósito deste blog é o de mostrar o trabalho do ilustrador,independente das regras impostas pelo mercado,nas quatro disciplinas praticadas por mim, em diferentes momentos e veículos: A Caricatura na Imprensa,A Ilustração na Imprensa,A Ilustração Editorial e O Poema Ilustrado. Também são mostradas modalidades diferentes das mesmas propostas como: Montagens das exposições e a revalorização do painel mural, através das técnicas de reprodução digital em baner.
domingo, 19 de setembro de 2010
O retrato, na sua forma clássica representa
a essência interior do sujeito do ponto de
vista do artista, e não apenas a aparência
externa. Disse Aristóteles: "O objetivo da arte
não é apresentar a aparência das coisas, senão
o seu significado interno; pois isto, e não a aparência
e o detalhe externos, constitui a autentica realidade" /
Os olhos são o lugar no qual é vista a informação
mais completa sobre o sujeito. / Existem retratos
onde não se vê o rosto do sujeito, e dessa forma o
"retratado" integra-se com a ambientação para
expressar a interpretação do artista. / Criar um
retrato pode levar um tempo considerável, e requer
geralmente varias sessões do posado. Cezánne,
insistia em mais de 100 sessões dos seus retratados.
Goya preferia um longo posado de um dia.
Durante a Renascença, era comun, os pintores alemães
como Hans Holbein, o jovem, desenharem o rosto e
completar o restante da pintura sem a presença do
retratado. Estar "posando" no século XVIII, poderia demorar até
um ano, desde a encomenda até a entrega do retrato acabado
ao cliente. A reprodução fotográfica começou a ser muito
utilizada no século XX, substituindo em grande parte o
modelo vivo. Edgar Degas e Toulouse Lautrec utilizavam
registros fotográficos para a representação de bailarinas
e cavalos em movimento. / Os enormes retratos de Chuck
Close realizados a partir de fotografias de documentos de
identidade, que têm como destino ser mostrados num museu,
diferem da maioria dos retratos para se colocar numa casa
particular ou ser levados com facilidade de um lugar para outro. /
Para a execução de um retrato é essecial dominar a anatomia
humana. Os rostos humanos são assimétricos, e um retratista
habilidoso reproduz isto com sutis diferenças entre os lados
esquerdo e direito do rosto. Os artistas tem que conhecer os
ossos que ficam baixo a estrutura do tecido para fazer um
retrato convincente. Alguns artistas do passado usavam manequins
ou bonecos para ajudar a estabelecer e executar a pose e a roupa.
O auto-retrato foi considerado como um "sub-género" dentro do retrato,
e na Idade Media os artistas não assinavam a obra, mas podiam
aparecer dentro da cena religiosa, como na "Adoração dos Magos"
de Sandro Botticelli. / Os auto-retratos produzem-se geralmente
com ajuda de um espelho, e o resultado acabado é um retrato da
imagem no espelho, o inverso ao que ocorre num retrato normal
em que o modelo e o artista estão sentados um frente ao outro.
No auto-retrato, como no retrato em geral, observam-se duas
tendências: a psicológica e a de corte. No autorretrato pessoal
ou psicológico o artista explora a si mesmo, refletindo seu
estado interior, por exemplo, Rembrandt van Rijn, Vincent Van Gogh
e o expressionista Max Beckmann. No retrato encomendado, é
frequente a "adulteração" da verdadeira essência do modelo por
conta da sua vaidade ou no caso dos retratos oficiais por conta dos
jogos de poder . Se projetam, desta forma, imagens de figuras públicas,
que não existem na realidade, somente no retrato. / As raízes do retrato
se encontram nos tempos pre-históricos. Nas civilizações antigas
abundam as representações de governantes e deuses, contudo, não
eram retratos que representavam a autêntica fisionomia do retratado,
estavam muito estilizados, a maioria de perfil, usualmente
sobre pedra, metal, argila, gesso ou cristal. A pintura de personagens
destacados remonta a China em 1000 a.C. Entre os retratos mais antigos
de pessoas que não eram reis nem imperadores, encontram-se
os retratos funerários do distrito de Fayum, no Egito. A pintura retratística
também estava bem estabelecida na antiga Grécia, e a praticavam tanto homens quanto mulheres. Os retratos de Fayum estavam pintados sobre
tábua ou marfim com cores de cera e resina (encaustica) ou com têmpera
e inseridos na envoltura da múmia para permanecer com o corpo através
da eternidade. No Renascimento ressurgiu o retrato pessoal como tema
independente, desvinculado das cenas religiosas. Os retratos assumiram
um papel de destaque na sociedade ranascentista, e eram valorizados
como objetos e como representação do status e do sucesso terreno. /
Rembrandt se destacou como gravador e pintor de cenas bíblicas, cuyos
personagens são "retratos" das pessoas comuns, e autorretratos onde
vai pontuando a passagem do tempo no proprio rosto. / No século XX,
o desenvolvimento da fotografia teve um efeito significativo sobre o
retrato, suplantando a "cámera escura", que tinha sido usada antes como
uma ajuda na pintura. Picasso realizou numerosos retratos cubistas nos quais
apenas pode se reconhecer o modelo, pois estão terrivelmente deformados
para conseguir uma afirmação emocional que vai muito além dos limites da caricatura normal. Os pintores expressionistas Otto Dix e Max Beckmann,
produziram vigorosos retratos onde estão misturados o caricatural e o
psicológico. / Nos anos 60 e 70 ocorreu um renascimento do retrato, se
destacando Francis Bacon, autor de retratos-máscaras nos quais desconstrói
as partes do rosto a procura do "self" do retratado, Andhy Waroll com seus
retratos em polaroid pintados e os gigantescos retratos hiperrealistas de
Chuck Close que chegam a ocupar uma parede inteira apenas com um rosto.
TRIMANO - Rio de Janeiro - 2010
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