O propósito deste blog é o de mostrar o trabalho do ilustrador,independente das regras impostas pelo mercado,nas quatro disciplinas praticadas por mim, em diferentes momentos e veículos: A Caricatura na Imprensa,A Ilustração na Imprensa,A Ilustração Editorial e O Poema Ilustrado. Também são mostradas modalidades diferentes das mesmas propostas como: Montagens das exposições e a revalorização do painel mural, através das técnicas de reprodução digital em baner.
terça-feira, 7 de abril de 2009
ASSIM NASCEU A TEMPESTADE / Contaran-me que nascí na madrugada do dia 9 de julho de 1943, as cinco da manhã, baixo uma invernada muito forte,e o primeiro
visitante que foi me cumprimentar foi o caudaloso rio Meta, que bordeja a pequena
população de puerto Paez, no estado de Apure, na Venezuela; justo na fronteira com a Colômbia e o Amazonas, desde onde me couve navegar pela primeira vez na minha vida. / Contam que o visitante chegou com tanta força, que para que não nos
afogássemos, me colocaram com minha mãe numa curiara, enquanto meu pai dava
tiros no ar para anunciar minha chegada. Assim viajamos à terras mais altas onde nos refugiamos. Foi ali na floresta onde dei meus primeiros passos, em meio as
crianças indígenas, que também era a origem da minha mãe, Trina - como o canto
das aves. / Jornalista de profissão, de carne e osso. Desde a juventude escrevo poesias, contos, e até um romance histórico saiu de minhas mãos; alem de traduzir
do português ao espanhol e vice versa, diversos autores brasileiros e portugueses.
Resido à 30 anos no Brasil, de meus mais de 36 rodando pelo mundo. / Meu nome
é realmente, Héctor Eliseo Escobar López, porem desde pequeno a familia me chamou sempre pelo segundo, Eliseo, Cheo. Héctor, de maneira mais formal, na vida profissional, até hoje. Sou um ou outro, os dois juntos, tanto faz. /
Héctor Escobar - Rio de Janeiro 2009
Sem escusas / Atropelado / Peço passagem ao silêncio /
Para desgarrar um grito. / Desmorona a noite / Arrastando sua serpente /
A covardia / Traga-se o céu de Bagdá. / Como usual / O mundo cala
sua vergonha / O sangue afoga o pó do deserto / O invasor pulveriza
as múmias / Desintegra a criancice / Prostitui o fogo
Atropeladamente e a galope / Com camelos e tudo /
Cruzamos pelo buraco da agulha e o sol tinha se apagado /
Suados chegamos ao mar / Vermelho / Ainda do sangue das
crianças palestinas / Massacrados em Gaza / Manava pelos poros da areia. /
Quisemos cruza-lo / Pela senda aberta por Moisés / Mas / Infelizmente /
Ardente / O sangue / Tinha apagado / A descomunal estrada da Biblia /
Deus dormia / Os fugitivos de ontem agora eram monstros / Transformando
a vida em poeira / Pelo buraco da agulha chegamos / Sem pavor /
Com camelos e tudo / A reinventar o amanhecer / Apesar da morte. /
Rio de Janeiro 2004
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