quarta-feira, 5 de agosto de 2020

UM MARTIR PRECOCE

Em vez de permitir que ele
testemunhasse em juizo
Alegando as razões
por que costumava furtar
Lojas de alta classe
e depois mandar cartões postais
À polícia para
que o viesse prender
- se pudesse -
Eles o despacharam num trem
para um manicômio de
Criminosos alienados
sem julgamento

Tendo-lhe sido negada
a profilaxia da
Loucura
ele, pertinaz e
Frustrado, chegou perto
da beira do abismo -

Tiveram finalmente
de soltá-lo, o inflexivel -
A instituição estava
"superlotada"
Deixaram-no ir-se
sob a custódia de um
Parente, com a condição
de viver
Fora do Estado -

Eles o "curaram" de
fato
Mas a armação
contra a qual lutou
Permanece -
e o feito juvenil
Dele que marcou
o período romântico
De uma revolta
a que tão bem serviu
Ainda é importante -

Que ele seja
uma sirene de fábrica
Que não pára de tocar -
Razão, razão, razão!
enquanto houver
Uma memória que lembre
e uma voz que
Grite -
Não desistir nunca
insistir o tempo todo!
Sem ajuda, assustando
os tribunais venais
Que ele julgava
fidedignos mas que o
Traíram.

extraído de "Um Martir Precoce" - 1935

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