sexta-feira, 12 de julho de 2019

QUEM É O INIMIGO?

Olhando o que aconteceu na Alemanha
durante os anos 30 e 40 com a perspectiva histórica
que temos hoje, tudo que enxergamos é incredulidade.
Como a população norte-americana deixou que um monstro
daquele tipo chegasse ao poder? 
Como a população aceitou pasivamente ser dominada
e cometer crimes inimagináveis contra compatriotas?
Como vizinhos se voltaram uns contra os outros
por compartilharem diferentes credos e raízes?
Tal vez não tenha havido, desde Hitler,
momento mais adequado para que entendamos
como o horror ganha a vida e adeptos.
Olhando o que acontece no mundo hoje,
com a completa polarização política, fica fácil perceber
em que circunstâncias nascem os monstros.
Para o linguista e ativista Noam Chomsky,
Hitler chegou ao poder em um momento histórico
similar ao que vivemos hoje, isso explica
a popularidade de Donald Trump. 
O que nos faz entender que um maluco como Trump 
e seus adversários nas primárias republicanas, 
sejam levados a sério, para Chomsky, é o medo 
e a falência da sociedade durante o período neo-liberal, 
que se sedimentou quando o mundo esteve sob o domínio do dueto Reagan-Tatcher
As pessoas se sentem isoladas, sem esperança, 
vítimas de forças poderosas que elas não entendem 
e sobre as quais não têm influência, diz Chomsky. 
Ele lembra que embora a pobreza
e o sofrimento fossem maiores nos anos 30, havia também,
entre a população mais pobre e desempregada,
uma sensação de esperança que está em falta agora,
em parte porque existiam naquela época, forças políticas
que não pertenciam a polarização ideológica.
Mas atualmente, no mundo todo, os extremos ganham força
e passam a normalizar absurdos e horrores como muros
e cercas elétricas sendo construídos entre nações,
polícias militarizadas que lutam uma guerra
contra a população de minorias de pobres, 
corpos de refugiados, pessoas que não têm para onde ir
e morrem tentando escapar de suas distopias,
chegando aos milhares a praias europeias,
líderes que acham natural algemar e espancar estudantes
que protestam legalmente, governos que aprovam leis
que visam manter a população passiva e submissa,
como as chamadas leis anti-terror, o domínio total da força
mediática por meia dúzia de corporações que noticiam
aquilo que convém à perpetua concentração de força,
riqueza e poder, a venda de recursos naturais
para essas mesmas mega corporações, a espionagem
em massa que governos fazem sobre seus cidadãos,
a caça à ativistas que ouçam tornar públicos os crimes
praticados pelo dueto "governo-corporações". 
Fazendo uso da distância histórica que hoje temos
de Hitler, fica fácil saber quem, entre nos, 
teria se juntado a ele nos anos 30.
E assustador ver vizinhos que até ontem pareciam cordiais
e educados, fazendo discursos fascistas como os de Trump
e sua patota republicana, Marie Le Pen e sua gangue separatista, Alkmin e sua turma de machos-alfa.
Há décadas George Orwell escreveu sobre os perigos
de um estado paranoico que seria dominado pela obsessão
com o terrorismo. O problema é que fizeram uso da obra
de Orwell como material propagandista contra o comunismo
e isso nos impede de entender o que ele falava a respeito
do que estamos vivendo agora. Orwell, que lutou ao lado
dos anarquistas e comunistas durante a Guerra Civil
Espanhola, falava dos perigos que um estado como esse
traria às nossas vidas, sendo em deles a total falta
de privacidade.

dados extraídos da Wikipédia
blog da Milly
 

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