sexta-feira, 17 de janeiro de 2014

Nos anos 50, antes do aparecimento de Sabat
nas publicações portenhas, existiu um caricaturista,
possuidor de exelente técnica chamado Abel Ianiro.
Suas deformações eram bem estudadas, 
mas a construção das suas caricaturas eram mecánicas,
não existe "linha sensível" no seus desenhos,
que se concentram na construção da figura
e na semelhança com o retratado.
Tive contato com as suas caricaturas ainda criança,
publicadas nas capas da revista  semanal "Canal TV".
Eu admirava a sua técnica de guache, impecável! 
Aguardava toda semana o novo retrato de Ianiro,
que eu desconstruia com o olhar como se fosse uma aula de caricatura.
Não tinha aparecido ainda o meu interesse pelo desenho e a pintura
que me levariam a entender mais tarde, a diferênça entre
o desenho do artista, e do ilustrador profissional,
não necessáriamente um artista.
Esse tipo de desenho planejado,  pode ser até virtuoso,
mas responde a um modelo técnico fixo, (publico aquí alguns gráficos didáticos traçados pelo Ianiro para exemplificar como se desenha uma caricatura).
Isto seria o oposto do que chamaria de "linha sensível", um desenho "de autor",
em contraposição ao modelo empregado pela imprensa comercial,
de um desenho mecánico, que pode chegar a produzir belos efeitos visuais,
mas carece da "busca" do artista.
Eu sentí, na época, que o desenho de Sabat, subvertía os códigos da ilustração
para jornalismo, e abria posibilidades para mostrar o trabalho num suporte
popular, como era a página de jornal impresso, antes da internet.  

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