sábado, 5 de outubro de 2013

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HOKUSAI - O LOUCO DA PINTURA

No tempo em que o Japão era um Império
e ao mesmo tempo pouco mais que uma provincia,
existiú um senhor chamado Katsushika Hokusai.
Habilíssimo desde muito cedo no manejo do pincel,
dedicou a sua longa vida a arte do desenho e a estamparia,
documentando tipos e costumes da sociedade da sua época.
Hokusai nasceu em Tóquio no ano de 1760
e morreu na mesma cidade em 1849.
Foi pintor, desenhista e gravador de renome,
e também um misto de andarilho e poeta.
Contam que nas suas andanças, mudou de domicílio cem vezes!
Percorreu o Japão de ponta a ponta desenhando e estampando
a paisagem e suas gentes. O povo o chamava "Gwakiojin",
que significa "o louco da pintura". Dizem que sua obra compreende
mais de 300.000 desenhos! Entre 1867 e 1889, quando suas estampas
começaram a chegar a París, como papel de embrulho da importação de porcelanas, virou a cabeça dos pintores impressionistas,
mudando radicalmente os rumos da arte ocidental.
Em 1834, aos 70 anos, começou a serie "Cem vistas do monte Fuji",
um album de estampas coloridas que mostram de diferentes ángulos da paisagem,
o monte Fují, simbólico e sagrado no Japão.
Outra obra famosa é "Hokusai Mangwa",
uma espécie de enciclopédia de imagens sequenciadas,
realizadas num rolo de papel preso nas extremidades por dois cilindros de madeira.
Para ver as imagens o leitor vai desenrolando a "banda desenhada"
de um dos cilindros, e enrolando no outro.
Versão artesanal da projeção  cinematográfica.
Neste sistema de narrativa gráfica, muito comum na arte nipónica,
Hokusai reproduz, em finíssimos desenhos a pincel, todo tipo de figuras,
desde caricaturas, até gráficos simplificados de animais e formas da natureza
para as crianças aprenderem a desenhar.
Conhecedor da rua, retratou com sutil observação, as expressões faciais
e corporais dos vendedores ambulantes, lutadores de sumó, nadadores,
acrobatas e pescadores, marginais e camponeses, e o delicado quotidiano
das mulheres.
O senhor Hokusai viveu até os 89 anos, e já velhinho
dizia que lhe faltava muito ainda para saber desenhar corretamente...
Moral da história: vaidade e inveja é coisa de tolos né?

Trimano 87 

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