Colóquio na Rocha Escura
Aqui a perfuratriz fende o oceano;
Coração meu, que te lanças, tremes, clamas
Por mais gangues-sangue pros negros timbres
de tuas percussões,
Até quando eu, a máquina aturdida
de tua devoção,
Retinindo sobre o címbalo de uma mão,
Girado em chocalhos, seja liberado
Todas as discussões
Findam em detritos no palude da morte.
Bate, bate, coração. Em Lama Escura
Obreiros húngaros ofertam seu sangue
A Estevão mártir, apedrejado à morte.
Lama Escura, nome de conjuro. Ô lama
Nas melancias corroídas à crosta,
Lama no molhe do cais, na ratazana,
Nos barcos de pesca Diesel, balangando
Todo ano, ao vento e à maré? A poeira
Reclama este coração, que, saltador,
me estremece a cabana.
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